A história indígena no Piauí será tema de debate no campus Alexandre Alves da Universidade Estadual do Piauí (Uespi), em Parnaíba. O evento, organizado pelos discentes do IV período do Curso de Licenciatura Plena em História, acontece no dia 4 de julho, às 10h, no auditório da unidade.
A professora da Universidade Federal do Piauí, Claudete Dias, é a docente convidada pelos estudantes para mediar o debate por sua vasta experiência com a questão indígena no Piauí e tem vários trabalhos sobre a temática. Como exemplo estão a tese de doutorado defendida em 2008 intitulada "O outro lado da História de Independência do Brasil visto pelas lutas do Piauí" e o livro "História dos índios do Piauí", publicado recentemente. O cacique Guilherme e outros Membro da Associação Itacoatiara de remanescentes indígenas do município de Piripiri também irão contribuir com o debate.
O coordenador do curso de História do campus de Parnaíba, Edson Holanda Lima Barbosa, destaca a importância do debate. "A questão é importante em virtude da própria Legislação do Ministério da Educação. A Lei nº11.645/2008 fala sobre a obrigatoriedade de se trabalhar a questão indígena na educação. É fundamental para os graduandos estudarem as diversas temáticas, como a indígena, para aplicabilidade do conhecimento em sala de aula", afirma.
De acordo com a Fundação Nacional do Índio (Funai), somente no Rio Grande do Norte, Piauí e Distrito Federal não se encontram grupos indígenas com terras demarcadas e sua etnicidade respeitada. Merece destaque ainda o Art. 1º Portaria nº344 da Funai, onde resolve “Determinar que a Coordenação Regional da Funai de Fortaleza, doravante passe a prestar a necessária assistência às Comunidades Indígenas do Estado do Piauí, até ulterior deliberação”.
A portaria 344 da Funai complementa os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística -IBGE (2010) sobre a população indígena no Piauí. Os dados revelaram existem cerca de três mil índios no Piauí, sendo 1.333 em Teresina e 1.611 no interior. Além disso, há no estado três etnias indígenas com remanescentes identificados: os Tabajaras em Piripiri, os Cariris, em Queimada Nova, e os Codó Cabeludo, em Pedro II. Mas pesquisas indicam que existem outras, como os Pimenteiras em Uruçuí Preto.
O debate é resultado dos estudos desenvolvidos na disciplina História do Brasil Colonial, ministrada pelo professor Roberto Kennedy Gomes Franco. Para o docente, o evento visa promover analises sobre a memória socialmente compartilhada dos povos indígenas que reivindicam politicamente sua etnicidade ancestral no território piauiense, sua resistência/consciência, organização e luta pela de demarcação de suas terras. "É necessário desenvolvermos uma analise histórico-antropológico dos povos indígenas do Piauí, evidenciando suas disputas no presente por um futuro, que se materializa num passado prenhe de historicidade", finaliza.
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