Criada pela Lei 2004 de 03 de outubro de 1953, a Petrobrás antes do próprio nascimento, já foi alvo de grandes disputas entre dois modelos econômicos: um primeiro que prega o Estado mínimo e privilegia o mercado e, um segundo que deseja um Estado forte e o controle das reservas naturais do país que devem servir para melhoria da qualidade de vida da população e não de um grupo de privilegiados.
A história da Petróleo Brasileiro SA possui altos e baixos, inclusive, no próprio nome, que sofreu, durante o governo do Presidente Fernando Henrique Cardoso, uma modificação que visava tornar a Empresa,mais aceita no mercado internacional, e, na época a Petrobrás passou a se chamar PetroBrax, o que não foi acatado pelo povo brasileiro, causando uma grande crise de imagem na companhia. A lei que criou a Companhia dotava-a de poder sobre exploração, pesquisa, refino do produto nacional e estrangeiro, transporte marítimo e sistema de dutos.
Durante os meus estudos de doutorado que culminaram com a tese defendida em maio de 2010, eu observei por 4 anos consecutivos a Petrobrás, visto que analisava as maiores empresas patrocinadoras de cultura no Brasil, assim como, as maiores da Espanha também. Na época da publicação da tese (2010) a Petrobrás ocupava o posto de terceira maior companhia de petróleo do mundo, tendo como base o valor de mercado. Estava presente em 27 países além do Brasil e possuía reservas estimadas em 15,1 bilhões de boe- barril de óleo equivalente, segundo os critérios da SPE-Society of Petroleum Engineers. Enquanto sociedade anônima de capital aberto que tem o governo brasileiro como controlador, a Petrobrás apresentou um lucro líquido em 2008 de R$ 33.900.000.000.00 enquanto que no ano anterior o lucro havia sido de R$ 21.500.000.000,00.
Para se ter uma ideia, em 2009, segundo a Consultoria e AuditoriaErnst & Young com sede em Londres e filiais em mais de 170 países; a Petrobrás passou de US$ 95,9 bilhões para US$ 164,8 bilhões em valor de mercado na época. Este feito possibilitou o avanço de 29 postos no ranking das maiores empresas globais que avalia o tamanho da companhia, que atua em qualquer área, em valor de mercado. Deixando a 37ª posição e se colocando em oitavo lugar. A sua frente estavam a Petrochina ( China), a Exxon Mobil (EUA), a IBC(China), Microsoft (EUA), China Móbile (Hong Kong), China Construction Bank( China) e Walmart( EUA). Para maior aprofundamento do tema ler a tese Comunicação Corporativa, Marketing e Política Cultural, Brasil e Espanha (vol.II), disponível aqui.
Vale destacar que essa foi a época da descoberta das imensa camada de pré-sal em território brasileiro, que possui grandes reservatórios em petróleo e gás natural situados entre 5 e 7 mil metros abaixo do nível do mar e, que, à época foi denominado pelo Governo de “ província do pré-sal”. A estimativa de então era que na camada descoberta houvesse um tesouro de 14 bilhões de barris de petróleo. Nessa época a política de preços subsidiados que praticava o governo brasileiro, deixava o litro da gasolina na bomba a bem menos que R$ 3,00 (dúvidas ou falta de memória, podem ser conferidas em matérias jornalísticas da época.
E, é nesse momento que a ganância e as pressões internas e externas começam a debilitar a Empresa potencializando crises de imagem já vivenciadas. Vale lembrar que a Petrobrás estava se recuperando de algumas crises, tais como a denúncia de superfaturamento na construção da refinaria Abreu Lima no Pernambuco e do patrocínio de R$ 1,3 milhão para a Fundação José Sarney.
Não adentrarei aqui nos escândalos apurados pela Operação Lava Jato e que envolveram corrupção na Petrobrás, visto que é de domínio público. Mas me interessa particularmente, pensar duas questões. A primeira de que no final de 2009, o governo brasileiro anunciou o marco regulatório do pré-sal que definia a Petrobrás como a operadora de todos os blocos de exploração de petróleo da camada, com participação de no mínimo 30%, ainda que fosse possível a participação de empresas privadas no processo, estas deveriam ser parceiras da Petrobras. Em 2016, já no governo atual Presidente, o marco regulatório do pré-sal foi modificado. E os 30% que seriam de participação da Petrobrás em todo e qualquer bloco de exploração no pré-sal, foi transformado discursivamente em obrigação negativa, e, portanto, foi retirado do texto. Assim, a Petrobrás deixou de ser a operadora de todo o pré-sal, abrindo possibilidades para participações maiores de empresas multinacionais que não mais precisam da companhia da Petrobrás em todos os negócios ali realizados.
Se, por um lado, o atual valor de mercado da Petrobrás não está disponível no site; no último relatório da Ernest & Young ( 2017), a atual política de preços da Companhia é bem detalhada, comprovando a tendência do pensamento de seu Presidente, Pedro Parente, reforçado na última terça (29), na Globo News quando Lilian Witte Fibe reafirmou que seria um dissenso a Petrobrás retornar com a política de regulação do preço do Petróleo, visto que perderia muitos investidores do mercado internacional. Hoje pagamos um litro de gasolina entre R$ 4 e R$ 5 reais, mesmo quase ao término do movimento grevista dos caminheiros (que merece outra análise). Enquanto isso, vendemos matéria prima e recompramos o produto final, quando temos condições tecnológicas expostas e bem divulgadas no próprio site da Companhia ( EXPLORE o site da PETROBRÁS).
Vale lembrar que essa política de preços e mercado voltada para as reservas naturais e exploração do petróleo no Brasil, teve momento semelhante há alguns anos e coincidentemente o Pedro Parente era o Ministro das Minas e Energias. De largo currículo nacional e internacional, o Senhor Pedro Parente tem ampla experiência em mercado e seu lugar e o seu olhar, felizmente ou infelizmente, para nós cidadãos que pagamos a conta, é o mercado. Então, caríssimos leitores, lhes pergunto: o petróleo é nosso? E o pré-sal de quem é?
A história da Petróleo Brasileiro SA possui altos e baixos, inclusive, no próprio nome, que sofreu, durante o governo do Presidente Fernando Henrique Cardoso, uma modificação que visava tornar a Empresa,mais aceita no mercado internacional, e, na época a Petrobrás passou a se chamar PetroBrax, o que não foi acatado pelo povo brasileiro, causando uma grande crise de imagem na companhia. A lei que criou a Companhia dotava-a de poder sobre exploração, pesquisa, refino do produto nacional e estrangeiro, transporte marítimo e sistema de dutos.
Durante os meus estudos de doutorado que culminaram com a tese defendida em maio de 2010, eu observei por 4 anos consecutivos a Petrobrás, visto que analisava as maiores empresas patrocinadoras de cultura no Brasil, assim como, as maiores da Espanha também. Na época da publicação da tese (2010) a Petrobrás ocupava o posto de terceira maior companhia de petróleo do mundo, tendo como base o valor de mercado. Estava presente em 27 países além do Brasil e possuía reservas estimadas em 15,1 bilhões de boe- barril de óleo equivalente, segundo os critérios da SPE-Society of Petroleum Engineers. Enquanto sociedade anônima de capital aberto que tem o governo brasileiro como controlador, a Petrobrás apresentou um lucro líquido em 2008 de R$ 33.900.000.000.00 enquanto que no ano anterior o lucro havia sido de R$ 21.500.000.000,00.
Para se ter uma ideia, em 2009, segundo a Consultoria e AuditoriaErnst & Young com sede em Londres e filiais em mais de 170 países; a Petrobrás passou de US$ 95,9 bilhões para US$ 164,8 bilhões em valor de mercado na época. Este feito possibilitou o avanço de 29 postos no ranking das maiores empresas globais que avalia o tamanho da companhia, que atua em qualquer área, em valor de mercado. Deixando a 37ª posição e se colocando em oitavo lugar. A sua frente estavam a Petrochina ( China), a Exxon Mobil (EUA), a IBC(China), Microsoft (EUA), China Móbile (Hong Kong), China Construction Bank( China) e Walmart( EUA). Para maior aprofundamento do tema ler a tese Comunicação Corporativa, Marketing e Política Cultural, Brasil e Espanha (vol.II), disponível aqui.
Vale destacar que essa foi a época da descoberta das imensa camada de pré-sal em território brasileiro, que possui grandes reservatórios em petróleo e gás natural situados entre 5 e 7 mil metros abaixo do nível do mar e, que, à época foi denominado pelo Governo de “ província do pré-sal”. A estimativa de então era que na camada descoberta houvesse um tesouro de 14 bilhões de barris de petróleo. Nessa época a política de preços subsidiados que praticava o governo brasileiro, deixava o litro da gasolina na bomba a bem menos que R$ 3,00 (dúvidas ou falta de memória, podem ser conferidas em matérias jornalísticas da época.
E, é nesse momento que a ganância e as pressões internas e externas começam a debilitar a Empresa potencializando crises de imagem já vivenciadas. Vale lembrar que a Petrobrás estava se recuperando de algumas crises, tais como a denúncia de superfaturamento na construção da refinaria Abreu Lima no Pernambuco e do patrocínio de R$ 1,3 milhão para a Fundação José Sarney.
Não adentrarei aqui nos escândalos apurados pela Operação Lava Jato e que envolveram corrupção na Petrobrás, visto que é de domínio público. Mas me interessa particularmente, pensar duas questões. A primeira de que no final de 2009, o governo brasileiro anunciou o marco regulatório do pré-sal que definia a Petrobrás como a operadora de todos os blocos de exploração de petróleo da camada, com participação de no mínimo 30%, ainda que fosse possível a participação de empresas privadas no processo, estas deveriam ser parceiras da Petrobras. Em 2016, já no governo atual Presidente, o marco regulatório do pré-sal foi modificado. E os 30% que seriam de participação da Petrobrás em todo e qualquer bloco de exploração no pré-sal, foi transformado discursivamente em obrigação negativa, e, portanto, foi retirado do texto. Assim, a Petrobrás deixou de ser a operadora de todo o pré-sal, abrindo possibilidades para participações maiores de empresas multinacionais que não mais precisam da companhia da Petrobrás em todos os negócios ali realizados.
- Clique aqui para entender o marco regulatório atual;
- Para entender pré-sal exploração clique aqui;
- Para entender pré-sal produção clique aqui.
Se, por um lado, o atual valor de mercado da Petrobrás não está disponível no site; no último relatório da Ernest & Young ( 2017), a atual política de preços da Companhia é bem detalhada, comprovando a tendência do pensamento de seu Presidente, Pedro Parente, reforçado na última terça (29), na Globo News quando Lilian Witte Fibe reafirmou que seria um dissenso a Petrobrás retornar com a política de regulação do preço do Petróleo, visto que perderia muitos investidores do mercado internacional. Hoje pagamos um litro de gasolina entre R$ 4 e R$ 5 reais, mesmo quase ao término do movimento grevista dos caminheiros (que merece outra análise). Enquanto isso, vendemos matéria prima e recompramos o produto final, quando temos condições tecnológicas expostas e bem divulgadas no próprio site da Companhia ( EXPLORE o site da PETROBRÁS).
Vale lembrar que essa política de preços e mercado voltada para as reservas naturais e exploração do petróleo no Brasil, teve momento semelhante há alguns anos e coincidentemente o Pedro Parente era o Ministro das Minas e Energias. De largo currículo nacional e internacional, o Senhor Pedro Parente tem ampla experiência em mercado e seu lugar e o seu olhar, felizmente ou infelizmente, para nós cidadãos que pagamos a conta, é o mercado. Então, caríssimos leitores, lhes pergunto: o petróleo é nosso? E o pré-sal de quem é?
Comentários
Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião desta página, se achar algo que viole os termos de uso, denuncie.