Tava tudo indo muito bem até uma dupla de assaltantes adolescentes tomarem a moto da minha amiga.
Cara séria, grande coração. Ela passa o dia fingindo estar zangada, mais não aguenta uma gracinha pra desatar em sorriso. Honesta até com moedas de R$ 5,00 centavos. Assim é a Raquel Felix, que trabalha comigo faz um bocado de tempo. Trabalha muito e rápido, como se estivesse o tempo todo ligada em 220 volts.
Graças ao seu trabalho a Raquel comprou uma casinha lá na periferia, mais é dela. Graças ao seu trabalho ela comprou uma motinha Pop 110, modelo novo. A cara dela. Pequena e econômica. Tava superfeliz com a sua própria capacidade. Orgulhosa de si. Com a motinha a Raquel chegava cedo ao trabalho, depois de deixar o seu pequeno Cauê na creche. Ia pra academia, trabalhava até a hora de pegar o nenê novamente.
Tava tudo indo muito bem até uma dupla de assaltantes adolescentes tomarem a moto da minha amiga. Ali no bairro Santa Luzia, cruzamento da Jacobe Martins com Santa Efigênia. Plena 17hs. Não deu tempo ninguém socorrer. O dono da Viação Santana, que fica na esquina e tem câmera de vigilância, negou a ela as imagens que identificariam os bandidos. Até hoje não entendo a falta de solidariedade deste moço. A polícia disse que é assim mesmo, que todo dia fatos como esse acontecem com várias pessoas na cidade. E assim ficou. Já tem 20 dias e nada.
Toda vez que vejo a Raquel na sua rotina de trabalho ou cruzo com uma moto pop 110 branca pela cidade eu lembro da tristeza e da revolta que minha amiguinha deve estar sentindo. Não só porque tem que continuar pagando a moto. Não só porque é um atraso de vida voltar a depender de ônibus em Teresina. O pior, a meu ver, é saber-se honesta, batalhadora, cumpridora dos seus deveres e ser assaltada por uma dupla de delinquentes sem noção. Também pobres. Poxa vida, já é errado roubar. Roubar de alguém pobre deveria constar como agravante na ficha criminal.
Então amigos, se vocês encontrarem por aí uma pop 110, branca, placa PIY 6500, avisem à polícia. Ela pertence a minha amiga que já foi mais feliz.
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Américo Abreu é jornalista e professor da Uespi.
Cara séria, grande coração. Ela passa o dia fingindo estar zangada, mais não aguenta uma gracinha pra desatar em sorriso. Honesta até com moedas de R$ 5,00 centavos. Assim é a Raquel Felix, que trabalha comigo faz um bocado de tempo. Trabalha muito e rápido, como se estivesse o tempo todo ligada em 220 volts.
Graças ao seu trabalho a Raquel comprou uma casinha lá na periferia, mais é dela. Graças ao seu trabalho ela comprou uma motinha Pop 110, modelo novo. A cara dela. Pequena e econômica. Tava superfeliz com a sua própria capacidade. Orgulhosa de si. Com a motinha a Raquel chegava cedo ao trabalho, depois de deixar o seu pequeno Cauê na creche. Ia pra academia, trabalhava até a hora de pegar o nenê novamente.
Tava tudo indo muito bem até uma dupla de assaltantes adolescentes tomarem a moto da minha amiga. Ali no bairro Santa Luzia, cruzamento da Jacobe Martins com Santa Efigênia. Plena 17hs. Não deu tempo ninguém socorrer. O dono da Viação Santana, que fica na esquina e tem câmera de vigilância, negou a ela as imagens que identificariam os bandidos. Até hoje não entendo a falta de solidariedade deste moço. A polícia disse que é assim mesmo, que todo dia fatos como esse acontecem com várias pessoas na cidade. E assim ficou. Já tem 20 dias e nada.
Toda vez que vejo a Raquel na sua rotina de trabalho ou cruzo com uma moto pop 110 branca pela cidade eu lembro da tristeza e da revolta que minha amiguinha deve estar sentindo. Não só porque tem que continuar pagando a moto. Não só porque é um atraso de vida voltar a depender de ônibus em Teresina. O pior, a meu ver, é saber-se honesta, batalhadora, cumpridora dos seus deveres e ser assaltada por uma dupla de delinquentes sem noção. Também pobres. Poxa vida, já é errado roubar. Roubar de alguém pobre deveria constar como agravante na ficha criminal.
Então amigos, se vocês encontrarem por aí uma pop 110, branca, placa PIY 6500, avisem à polícia. Ela pertence a minha amiga que já foi mais feliz.
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Américo Abreu é jornalista e professor da Uespi.
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