Ligo a TV e a primeira coisa que vejo é a propaganda do agronegócio pernicioso e venenoso ao nosso lindo e verde Brasil. A propaganda é maravilhosa. Parece que vendem felicidade. O Agro é Pop!
Pop? Pode até ser, dependendo de quem pronuncia a palavra. Se forem os ricos proprietários de terra tentando aplicar o conceito de hegemônica gramsciano, o sentido será um, mas se quem pronuncia e vivencia a experiência de pagar caro e consumir produtos transgênicos ou cheios de agrotóxicos e outros produtos químicos para que possam atravessar o país, então o agro é VENENO e não é, e nunca será Pop, porque para ser Pop é preciso ser povo e não matar o povo.
Como eu falava outro dia por aqui, a crise da representatividade política nos trouxe inúmeros males, dentre eles o enfraquecimento completo dos partidos políticos que agora servem a bancadas formadas por interesses específicos. Temos a fortíssima bancada dos ruralistas e do agronegócio. Temos a fortíssima bancada dos evangélicos... etc. Cada um legislando em seu próprio favor e sem a menor preocupação com o povo brasileiro e, nesse caso, sem preocupação com a saúde.
Por outro lado, se juntarmos os interesses do agronegócio com os das multinacionais do mercado farmacêutico mundial, então os interesses se complementam. Os dois lucram muito enquanto a sociedade adoece a cada dia. Mas afinal, uma sociedade doente é potencialmente e obrigatoriamente uma sociedade lucrativa, do ponto de vista do capitalismo selvagem e predatório do nosso país. Talvez isso explique que tudo o que prolifera em nossa cidade, sejam drogarias a cada esquina, drogarias com estacionamento verde, que vendem todos os tipos de veneno, que nos causam dependência e/ou nos matam também, tudo legalizado. Pois é, o agro também quer essa permissão do Estado para poder matar sem ser julgado.
Mas esse imbróglio não é tão simples como parece à primeira vista. Por trás de tudo há uma desmonte do Estado enquanto instância regulatória e fiscalizadora.
Já se perguntaram porque tantos direitos conquistados de 1988 para cá foram e estão sendo paulatinamente minados nos dois últimos anos do governo Temerário? Não? Então é preciso abrir um pouco os olhos, mesmo que sua convicção seja de direita, o que por si só, não é o grande pecado. Mesmo que defenda um Estado mínimo e um mercado macro, pense que o Estado com todos os seus grandes e absurdos defeitos existe para governar em nome do povo (se o governo for democrático), já o modelo mercadológico brasileiro tem sido, historicamente, um modelo predatório, onde o lucro pelo lucro tem condenado a população à miséria, à violência e desde algumas décadas à doenças, como câncer.
Dar poderes legislativos a uma bancada que defende seu lugar e seu lucro, em detrimento de projetos que propõe a melhoria da qualidade de vida da população através de inúmeras intervenções em todas as áreas é um verdadeiro tiro no pé. Enquanto você vota no agro nada pop por um lado, por outro, é obrigado a consumir produtos envenenados, frutas com grande quantidade de produtos químicos para não apodrecerem enquanto viajam por milhares de quilômetros, verduras envenenadas, carne manipulada com papelão, dentre outras iguarias que encontramos somente no mercado interno brasileiro.
Mas o que é o Projeto de Lei do VENENO? O Projeto de Lei 6299/02, mais conhecido como PL do Veneno pretende alterar pontos cruciais para manipular e liberar o uso de agrotóxicos indiscriminadamente no Brasil, com a desculpa de que é preciso eliminar as pragas. Segundo matéria do Greenpace Brasil , “[..] o PL reúne todo o tipo de anexo absurdo sobre o tema, estão propondo a mudança do termo “agrotóxico”, que passaria a chamar “defensivo fitossanitário”, em uma clara tentativa de mascarar sua nocividade, afastando informações essenciais à escolha do consumidor, e desconsiderando os impactos à saúde e ao meio ambiente no processo de aprovação de novas substâncias. A proposta é tão surreal, que garante o registro de substâncias comprovadamente cancerígenas, quando o risco for “aceitável”, sem esclarecer, claro, quem vai decidir o que é aceitável”.
Vale lembrar que, bem antes da PL do Veneno, a Lei 7.802 de 1989 já rege o uso e a comercialização dos agrotóxicos, todavia as mudanças que tem sido operada ao longo do tempo em favor dos empresários do setor são inúmeros, de modo que a lei hoje protege muito pouco a população, mas ainda mantém limites. Em 2002 o senador Blairo Maggi que é, nada mais nada menos, que o nosso atual Ministro da Agricultura( Pasmem! Isso é que é entregar o galinheiro para a raposa), decidiu criar um pacote para revogar a referida lei e flexibilizar mais ainda o uso dos agrotóxicos, de lá para cá o PL do Veneno esteve tramitando de modo lendo, e somente agora ganhou maior impulso com o contexto favorável do atual governo. A principal, justificativa, é que a burocracia trava o setor e o desenvolvimento agrícola do país, além de diminuir os lucros.
O projeto de Brasil como celeiro do mundo tem sido, portanto, pensado com base no lucro absurdo que investimentos em monoculturas para atender a mercados específicos, podem gerar. Todavia, a natureza não foi consultada. Então, por um lado, sabe-se que as monoculturas são propícias para a proliferação de pragas e, por outro, são prejudiciais para o solo. Todavia manter culturas agrícolas plurais exige mais investimentos em tecnologia e pessoal, questão que não interessa ao nosso mercado agro nada pop.
Para os representantes desse mercado no Congresso Nacional (Câmara e Senado) o mais importante e fácil é derrubar a lei que restringe o uso dos agrotóxicos de vez e implantar a lei da liberação do veneno, assim, as pragas desaparecem, só esquecem que os clientes também, porque estamos morrendo com câncer a cada dia.
Quanto acessamos o portal da Câmara dos Deputados já percebemos que a nomenclatura agrotóxicos foi suprimida. Trata-se do Projeto de Lei que deverá regular Defensivos Fitosanitários.
Por fim, lembrando que o Brasil lidera o ranking mundial dos países que mais utilizam agrotóxicos (venenos para matar pragas) nas plantações, portanto, diante de uma realidade cada vez mais louca e prejudicial a nossa sociedade, reafirmo que é preciso nos unirmos para conseguir barrar as leis que estão mudando nossas vidas e ajudando, neste caso, a nos matar mais rápido, nos tornando uma sociedade de doentes.
O ativismo virtual é bom, mas só é efetivo quando se transforma em ações, por isso a dica de hoje é: ASSINE a petição no site do Greenpace Brasil.
Pop? Pode até ser, dependendo de quem pronuncia a palavra. Se forem os ricos proprietários de terra tentando aplicar o conceito de hegemônica gramsciano, o sentido será um, mas se quem pronuncia e vivencia a experiência de pagar caro e consumir produtos transgênicos ou cheios de agrotóxicos e outros produtos químicos para que possam atravessar o país, então o agro é VENENO e não é, e nunca será Pop, porque para ser Pop é preciso ser povo e não matar o povo.
Como eu falava outro dia por aqui, a crise da representatividade política nos trouxe inúmeros males, dentre eles o enfraquecimento completo dos partidos políticos que agora servem a bancadas formadas por interesses específicos. Temos a fortíssima bancada dos ruralistas e do agronegócio. Temos a fortíssima bancada dos evangélicos... etc. Cada um legislando em seu próprio favor e sem a menor preocupação com o povo brasileiro e, nesse caso, sem preocupação com a saúde.
Por outro lado, se juntarmos os interesses do agronegócio com os das multinacionais do mercado farmacêutico mundial, então os interesses se complementam. Os dois lucram muito enquanto a sociedade adoece a cada dia. Mas afinal, uma sociedade doente é potencialmente e obrigatoriamente uma sociedade lucrativa, do ponto de vista do capitalismo selvagem e predatório do nosso país. Talvez isso explique que tudo o que prolifera em nossa cidade, sejam drogarias a cada esquina, drogarias com estacionamento verde, que vendem todos os tipos de veneno, que nos causam dependência e/ou nos matam também, tudo legalizado. Pois é, o agro também quer essa permissão do Estado para poder matar sem ser julgado.
Mas esse imbróglio não é tão simples como parece à primeira vista. Por trás de tudo há uma desmonte do Estado enquanto instância regulatória e fiscalizadora.
Já se perguntaram porque tantos direitos conquistados de 1988 para cá foram e estão sendo paulatinamente minados nos dois últimos anos do governo Temerário? Não? Então é preciso abrir um pouco os olhos, mesmo que sua convicção seja de direita, o que por si só, não é o grande pecado. Mesmo que defenda um Estado mínimo e um mercado macro, pense que o Estado com todos os seus grandes e absurdos defeitos existe para governar em nome do povo (se o governo for democrático), já o modelo mercadológico brasileiro tem sido, historicamente, um modelo predatório, onde o lucro pelo lucro tem condenado a população à miséria, à violência e desde algumas décadas à doenças, como câncer.
Dar poderes legislativos a uma bancada que defende seu lugar e seu lucro, em detrimento de projetos que propõe a melhoria da qualidade de vida da população através de inúmeras intervenções em todas as áreas é um verdadeiro tiro no pé. Enquanto você vota no agro nada pop por um lado, por outro, é obrigado a consumir produtos envenenados, frutas com grande quantidade de produtos químicos para não apodrecerem enquanto viajam por milhares de quilômetros, verduras envenenadas, carne manipulada com papelão, dentre outras iguarias que encontramos somente no mercado interno brasileiro.
Mas o que é o Projeto de Lei do VENENO? O Projeto de Lei 6299/02, mais conhecido como PL do Veneno pretende alterar pontos cruciais para manipular e liberar o uso de agrotóxicos indiscriminadamente no Brasil, com a desculpa de que é preciso eliminar as pragas. Segundo matéria do Greenpace Brasil , “[..] o PL reúne todo o tipo de anexo absurdo sobre o tema, estão propondo a mudança do termo “agrotóxico”, que passaria a chamar “defensivo fitossanitário”, em uma clara tentativa de mascarar sua nocividade, afastando informações essenciais à escolha do consumidor, e desconsiderando os impactos à saúde e ao meio ambiente no processo de aprovação de novas substâncias. A proposta é tão surreal, que garante o registro de substâncias comprovadamente cancerígenas, quando o risco for “aceitável”, sem esclarecer, claro, quem vai decidir o que é aceitável”.
Vale lembrar que, bem antes da PL do Veneno, a Lei 7.802 de 1989 já rege o uso e a comercialização dos agrotóxicos, todavia as mudanças que tem sido operada ao longo do tempo em favor dos empresários do setor são inúmeros, de modo que a lei hoje protege muito pouco a população, mas ainda mantém limites. Em 2002 o senador Blairo Maggi que é, nada mais nada menos, que o nosso atual Ministro da Agricultura( Pasmem! Isso é que é entregar o galinheiro para a raposa), decidiu criar um pacote para revogar a referida lei e flexibilizar mais ainda o uso dos agrotóxicos, de lá para cá o PL do Veneno esteve tramitando de modo lendo, e somente agora ganhou maior impulso com o contexto favorável do atual governo. A principal, justificativa, é que a burocracia trava o setor e o desenvolvimento agrícola do país, além de diminuir os lucros.
O projeto de Brasil como celeiro do mundo tem sido, portanto, pensado com base no lucro absurdo que investimentos em monoculturas para atender a mercados específicos, podem gerar. Todavia, a natureza não foi consultada. Então, por um lado, sabe-se que as monoculturas são propícias para a proliferação de pragas e, por outro, são prejudiciais para o solo. Todavia manter culturas agrícolas plurais exige mais investimentos em tecnologia e pessoal, questão que não interessa ao nosso mercado agro nada pop.
Para os representantes desse mercado no Congresso Nacional (Câmara e Senado) o mais importante e fácil é derrubar a lei que restringe o uso dos agrotóxicos de vez e implantar a lei da liberação do veneno, assim, as pragas desaparecem, só esquecem que os clientes também, porque estamos morrendo com câncer a cada dia.
Quanto acessamos o portal da Câmara dos Deputados já percebemos que a nomenclatura agrotóxicos foi suprimida. Trata-se do Projeto de Lei que deverá regular Defensivos Fitosanitários.
Por fim, lembrando que o Brasil lidera o ranking mundial dos países que mais utilizam agrotóxicos (venenos para matar pragas) nas plantações, portanto, diante de uma realidade cada vez mais louca e prejudicial a nossa sociedade, reafirmo que é preciso nos unirmos para conseguir barrar as leis que estão mudando nossas vidas e ajudando, neste caso, a nos matar mais rápido, nos tornando uma sociedade de doentes.
O ativismo virtual é bom, mas só é efetivo quando se transforma em ações, por isso a dica de hoje é: ASSINE a petição no site do Greenpace Brasil.
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