Em janeiro de 1984 um episódio jornalístico entrou para os anais da história do campo, não somente, pelos eventos que se desenrolavam e que levariam o país a romper com mais de duas décadas de ditadura civil-militar, mas porque o jornalismo praticado pela Rede Globo de Televisão mostrou sua verdadeira face. Aquela em que a verdade e a não verdade caminham lado a lado como notícias que chegam em nossas casas e que trazem um selo de credibilidade. Acreditamos que o que está sendo noticiado, de fato corresponde, ao que aconteceu, mas nem sempre as coisas são coincidentes ou mesmo correlatadas.
No dia 25 de janeiro de 1984 durante o aniversário de 430 anos da cidade de São Paulo uma multidão se reuniu na Praça Sé, mas o motivo principal de tanta gente reunida era outro. Tratava-se de um comício da campanha Diretas Já!que ganharia o país durante aquele ano e, que mesmo não tendo o êxitopretendido, foi o movimento final de rompimento com o regime ditatorial.
A Rede Globo de Televisão fez transmissão ao vivo do evento, ao longo de seus telejornais, todavia, a narrativa anunciava o grande evento somente como comemorativo do aniversário da cidade. O fato ficou conhecido nos anais do jornalismo como uma tentativa absurda de silenciar um movimento legítimo e democrático. As práticas jornalísticas adotadas pela TV Globo objetivavam invisibilizar um movimento de grandes proporções, pois de um lado davam pouca ou nenhuma atenção, enquanto que por outro, quando inevitável, o tema, terminava vindo ao ar, as imagens e os textos minimizavam a intensidade, o tamanho e abrangência do movimento.
Posteriormente, na verdade, recentemente, o Grupo Globo se justificou, destacando não seu apoio incondicional ao regime ditatorial brasileiro, mas que durante o ano de 1984 fez cobertura das Diretas Já! em vários momentos, chegando a pedir desculpas pelo episódio. Entretanto sua conduta parece não ter mudado ao longo dos anos.
Vale lembrar que o movimento denominado de Diretas Já teve início em 1983 sob a liderança do Deputado Federal Ulisses Guimarães e tinha como objetivo pressionar o Governo de João Batista Figueiredo, último dos militares a governar o Brasil, a aprovar a Emenda à Constituição e que se denominava Dante de Oliveira, em homenagem ao seu autor, que previa a instalação de Eleições Diretas para Presidente da República logo no início do ano de 1985, assim como, o fim do Colégio Eleitoral que desde o final da década de 1960 escolhia os Presidentes militares no Brasil. A Emenda Dante de Oliveira concorreu com a Emenda Figueiredo que previa eleições presidenciais diretas somente em 1988 e terminou perdendo.
Contudo, o movimento teve caráter popular e massivo e colocou no mesmo palanque políticos de siglas distintas, assim como, sindicalistas e demais trabalhadores que estavam insatisfeitos com o regime civil-militar que governava o país com “ mãos de ferro” desde 1964 com suas agressões às liberdades individuais, de expressão e de imprensa, além de coerção violenta e assassinato de quem ousasse pensar diferente.
Milhares de pessoas foram às ruas por todo o Brasil para exigir o fim da ditadura e o início de uma nova era democrática.
O interessante é perceber que o modo de atuação do maior conglomerado de mídia no Brasil continua o mesmo. Continua se utilizando de artifícios e pautas fora de contexto, para silenciar os movimentos que acontecem de norte a sul do Brasil e que possuem caráter político, insuflados pela grande insatisfação da população com os rumos que o país está tomando com as propostas do desgoverno de Michel Temer.
Nenhuma linha e nenhuma palavra sobre o massacre dos índios em vários estados das regiões norte, nordeste e centro-oeste.
Nenhuma linha e nenhuma palavra sobre os movimentos democráticos que pedem a libertação do ex-Presidente Lula, a não ser para desqualificar o movimento restringindo a sua atuação como um movimento de militantes e não de populares.
O rio de Léthe (rio do esquecimento) parece ser o caminho adotado pela mídia brasileira para calar a população e para manipular as mentes que não desejam se abrir para o ato de pensar. O silenciamento forçado tem a intencionalidade de forçar o esquecimento não somente para o presente, mas a memória e para a história, pois a ausência de registros midiáticos releva o eventos a uma condição de não-acontecimento.
Vale pensar, porém, que ao lado do rio de Léthe outros rios cercam o submundo: - Cocito: o rio das lamentações; Aquerononte: o rio da dor; Pyriphlegethon: o rio do fogo e Styx: o rio do ódio.
E do jeito que caminhamos, o submundo nos espera com muito sofrimento, pois o silenciamento forjado do conhecimento, nos leva a uma estado de ignorância em que a luz não consegue passar e o ódio prepondera.
Fica a dica para recorrermos à outras mídias de caráter alternativo. Para recorrermos aos registros da mídia, mas também aos registros de outras fontes, sobretudo, históricas. Não se deixe convencer somente pelo que lhe deixam ver, mas vá atrás do que se pretende esconder. Fica a dica!
No dia 25 de janeiro de 1984 durante o aniversário de 430 anos da cidade de São Paulo uma multidão se reuniu na Praça Sé, mas o motivo principal de tanta gente reunida era outro. Tratava-se de um comício da campanha Diretas Já!que ganharia o país durante aquele ano e, que mesmo não tendo o êxitopretendido, foi o movimento final de rompimento com o regime ditatorial.
A Rede Globo de Televisão fez transmissão ao vivo do evento, ao longo de seus telejornais, todavia, a narrativa anunciava o grande evento somente como comemorativo do aniversário da cidade. O fato ficou conhecido nos anais do jornalismo como uma tentativa absurda de silenciar um movimento legítimo e democrático. As práticas jornalísticas adotadas pela TV Globo objetivavam invisibilizar um movimento de grandes proporções, pois de um lado davam pouca ou nenhuma atenção, enquanto que por outro, quando inevitável, o tema, terminava vindo ao ar, as imagens e os textos minimizavam a intensidade, o tamanho e abrangência do movimento.
Posteriormente, na verdade, recentemente, o Grupo Globo se justificou, destacando não seu apoio incondicional ao regime ditatorial brasileiro, mas que durante o ano de 1984 fez cobertura das Diretas Já! em vários momentos, chegando a pedir desculpas pelo episódio. Entretanto sua conduta parece não ter mudado ao longo dos anos.
Vale lembrar que o movimento denominado de Diretas Já teve início em 1983 sob a liderança do Deputado Federal Ulisses Guimarães e tinha como objetivo pressionar o Governo de João Batista Figueiredo, último dos militares a governar o Brasil, a aprovar a Emenda à Constituição e que se denominava Dante de Oliveira, em homenagem ao seu autor, que previa a instalação de Eleições Diretas para Presidente da República logo no início do ano de 1985, assim como, o fim do Colégio Eleitoral que desde o final da década de 1960 escolhia os Presidentes militares no Brasil. A Emenda Dante de Oliveira concorreu com a Emenda Figueiredo que previa eleições presidenciais diretas somente em 1988 e terminou perdendo.
Contudo, o movimento teve caráter popular e massivo e colocou no mesmo palanque políticos de siglas distintas, assim como, sindicalistas e demais trabalhadores que estavam insatisfeitos com o regime civil-militar que governava o país com “ mãos de ferro” desde 1964 com suas agressões às liberdades individuais, de expressão e de imprensa, além de coerção violenta e assassinato de quem ousasse pensar diferente.
Milhares de pessoas foram às ruas por todo o Brasil para exigir o fim da ditadura e o início de uma nova era democrática.
O interessante é perceber que o modo de atuação do maior conglomerado de mídia no Brasil continua o mesmo. Continua se utilizando de artifícios e pautas fora de contexto, para silenciar os movimentos que acontecem de norte a sul do Brasil e que possuem caráter político, insuflados pela grande insatisfação da população com os rumos que o país está tomando com as propostas do desgoverno de Michel Temer.
Nenhuma linha e nenhuma palavra sobre o massacre dos índios em vários estados das regiões norte, nordeste e centro-oeste.
Nenhuma linha e nenhuma palavra sobre os movimentos democráticos que pedem a libertação do ex-Presidente Lula, a não ser para desqualificar o movimento restringindo a sua atuação como um movimento de militantes e não de populares.
O rio de Léthe (rio do esquecimento) parece ser o caminho adotado pela mídia brasileira para calar a população e para manipular as mentes que não desejam se abrir para o ato de pensar. O silenciamento forçado tem a intencionalidade de forçar o esquecimento não somente para o presente, mas a memória e para a história, pois a ausência de registros midiáticos releva o eventos a uma condição de não-acontecimento.
Vale pensar, porém, que ao lado do rio de Léthe outros rios cercam o submundo: - Cocito: o rio das lamentações; Aquerononte: o rio da dor; Pyriphlegethon: o rio do fogo e Styx: o rio do ódio.
E do jeito que caminhamos, o submundo nos espera com muito sofrimento, pois o silenciamento forjado do conhecimento, nos leva a uma estado de ignorância em que a luz não consegue passar e o ódio prepondera.
Fica a dica para recorrermos à outras mídias de caráter alternativo. Para recorrermos aos registros da mídia, mas também aos registros de outras fontes, sobretudo, históricas. Não se deixe convencer somente pelo que lhe deixam ver, mas vá atrás do que se pretende esconder. Fica a dica!
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