A vitória de Jair Bolsonaro na eleição presidencial de 2018, candidato de extrema direita, intensificou o brilho da luz amarela que divide o semáforo - atenção, cuidado e vigilância - entre seguir via democracia ou ditadura. A primeira ainda adolescente e pouco experiente; a segunda ainda presente e bastante recorrente nesses 518 anos de história do Brasil.
Jair Bolsonaro vai respeitar a Constituição Federal de 1988? vai reduzir ou aprofundar a desigualdade social? vai restringir a liberdade de civil de organização, de crítica, de imprensa? vai cortar direitos sociais já conquistados? vai tirar o país da crise econômica? vai reduzir índices de corrupção? vai impor uma cultura de família e religião de valores já superados? vai respeitar as minorias sociais?
Se ele levar como referência declarações ao longo de sua carreira de 28 anos como político, Bolsonaro terá que usar de mão de ferro para impor suas vontades, projetos e valores. Para isso terá que recorrer a força policial e militar ao invés do diálogo para construir consensos. Nesse caso, a negação da democracia se fará sentir no dia a dia dos brasileiros, quando o direito de ir e vir poderá ser ameaçado ou mesmo suprimido, além do direito da oposição se organizar, criticar, protestar e propor soluções diferentes.
O presidente capitão caso opte por impor suas ideias e projetos pela força enveredará pelo mesmo terreno do presidente Maduro, da Venezuela, que se mantém no poder usando de estratégias autoritárias para manter o domínio. Neste caso, Bolsonaro fará exatamente o que acusava seu adversário, o PT, de tentar transformar o Brasil.
Rupturas, "em termos", com a velha lógica de fazer política podem ser timidamente vistas como saldo positivo. Vejamos: a campanha do capitão foi modesta em seus gastos. É claro que essa afirmação só tem validade se não for comprovado uso de caixa 2 alimentado por grandes empresas privadas, para pagar despesas da campanha, como por exemplo, os fake news disparados contra seu adversário, Fernando Haddad (PT). A eleição presidencial deste ano também quebrou uma sequência surrada de disputa entre PSDB e PT, que perdurava desde 1994.
Pode também ser visto como ruptura a quebra da lógica do marketing eleitoral caríssimo, que em campanhas presidenciais passadas era alimentado por caixa 2 e cujas estratégias não surtiram mais tanto efeito. Basta ver que as peças publicitárias usadas pelo candidato do PSL foram modestas e, o mais importante, não tiveram como referências serem divulgadas atraves das grandes corporações privadas de mídia televisiva e de jornal impresso e sim via redes sociais. .
Nessa campanha o uso de financiamento privado das campanhas foi proibido. Com isso uma nova lógica de arrecadação e apoio financeiro vem nascendo. Uma nova maneira de bancar campanhas ainda engatinha. Agora, é importante não subestimar e ser ingênuo em acreditar que a maioria dos candidatos eleitos nesse pleito não usaram de grandes somas de recursos privados e desviados do setor público para tocar suas campanhas, mesmo que debaixo dos panos.
As regras eleitorais antigas de fazer campanha vem ruindo, ou mesmo mudando de forma e ainda não muito de conteúdo. A cláusula de barreira criada para os partidos que não atingirem uma determinada votação já está em vigor, com isso número de partidos que hoje no país são 35 - tende a cair. Também a proibição do financiamento privado de campanhas eleitorais é outra mudança que já vem influenciando positivamente, embora não se saibamos ainda até onde vai a extensão benéfica dessas mudanças.
Em 2020 não serão mais permitidas as coligações proporcionais. Com isso, os partidos mais ideologicamente estruturados poderão se sobressair e por consequência deverá ser reduzido o número de partidos nanicos e de aluguel e, o mais importante, serão fortalecidos principios programáticos e ideológicos dos partidos.
Bolsonaro terá a chance de renovar o fazer político e aperfeiçoar a democracia brasileira. Agora poderá ser também um retrocesso se cair na tentação de impor mais uma ditadura, usar de truculência, da intolerância e se abraçar demasiadamente com a extrema direita, cortar direitos dos pobres e da classe média e deixar os ricos de fora, enriquecendo estes mais ainda, tal como sempre aconteceu em períodos pós rupturas democráticas.
A população brasileira que, conforme pesquisa do Data Folha, 64% defendem a democracia, é desafiada a ser mais vigilante dos gastos públicos, cobrar mas transparência dos governos, fiscalizar e denunciar mal uso dos recursos e corrupção nos serviços públicos. É desafiada a cobrar retidão, corte de privilégios, garantia de liberdade e redução das desigualdades sociais do presidente eleito. Não adianta só votar e deixar que os governos resolvam sozinhos, é impressindível participar e se engajar para construir um Brasil mais justo e soberano.
Jair Bolsonaro vai respeitar a Constituição Federal de 1988? vai reduzir ou aprofundar a desigualdade social? vai restringir a liberdade de civil de organização, de crítica, de imprensa? vai cortar direitos sociais já conquistados? vai tirar o país da crise econômica? vai reduzir índices de corrupção? vai impor uma cultura de família e religião de valores já superados? vai respeitar as minorias sociais?
Se ele levar como referência declarações ao longo de sua carreira de 28 anos como político, Bolsonaro terá que usar de mão de ferro para impor suas vontades, projetos e valores. Para isso terá que recorrer a força policial e militar ao invés do diálogo para construir consensos. Nesse caso, a negação da democracia se fará sentir no dia a dia dos brasileiros, quando o direito de ir e vir poderá ser ameaçado ou mesmo suprimido, além do direito da oposição se organizar, criticar, protestar e propor soluções diferentes.
O presidente capitão caso opte por impor suas ideias e projetos pela força enveredará pelo mesmo terreno do presidente Maduro, da Venezuela, que se mantém no poder usando de estratégias autoritárias para manter o domínio. Neste caso, Bolsonaro fará exatamente o que acusava seu adversário, o PT, de tentar transformar o Brasil.
Rupturas, "em termos", com a velha lógica de fazer política podem ser timidamente vistas como saldo positivo. Vejamos: a campanha do capitão foi modesta em seus gastos. É claro que essa afirmação só tem validade se não for comprovado uso de caixa 2 alimentado por grandes empresas privadas, para pagar despesas da campanha, como por exemplo, os fake news disparados contra seu adversário, Fernando Haddad (PT). A eleição presidencial deste ano também quebrou uma sequência surrada de disputa entre PSDB e PT, que perdurava desde 1994.
Pode também ser visto como ruptura a quebra da lógica do marketing eleitoral caríssimo, que em campanhas presidenciais passadas era alimentado por caixa 2 e cujas estratégias não surtiram mais tanto efeito. Basta ver que as peças publicitárias usadas pelo candidato do PSL foram modestas e, o mais importante, não tiveram como referências serem divulgadas atraves das grandes corporações privadas de mídia televisiva e de jornal impresso e sim via redes sociais. .
Nessa campanha o uso de financiamento privado das campanhas foi proibido. Com isso uma nova lógica de arrecadação e apoio financeiro vem nascendo. Uma nova maneira de bancar campanhas ainda engatinha. Agora, é importante não subestimar e ser ingênuo em acreditar que a maioria dos candidatos eleitos nesse pleito não usaram de grandes somas de recursos privados e desviados do setor público para tocar suas campanhas, mesmo que debaixo dos panos.
As regras eleitorais antigas de fazer campanha vem ruindo, ou mesmo mudando de forma e ainda não muito de conteúdo. A cláusula de barreira criada para os partidos que não atingirem uma determinada votação já está em vigor, com isso número de partidos que hoje no país são 35 - tende a cair. Também a proibição do financiamento privado de campanhas eleitorais é outra mudança que já vem influenciando positivamente, embora não se saibamos ainda até onde vai a extensão benéfica dessas mudanças.
Em 2020 não serão mais permitidas as coligações proporcionais. Com isso, os partidos mais ideologicamente estruturados poderão se sobressair e por consequência deverá ser reduzido o número de partidos nanicos e de aluguel e, o mais importante, serão fortalecidos principios programáticos e ideológicos dos partidos.
Bolsonaro terá a chance de renovar o fazer político e aperfeiçoar a democracia brasileira. Agora poderá ser também um retrocesso se cair na tentação de impor mais uma ditadura, usar de truculência, da intolerância e se abraçar demasiadamente com a extrema direita, cortar direitos dos pobres e da classe média e deixar os ricos de fora, enriquecendo estes mais ainda, tal como sempre aconteceu em períodos pós rupturas democráticas.
A população brasileira que, conforme pesquisa do Data Folha, 64% defendem a democracia, é desafiada a ser mais vigilante dos gastos públicos, cobrar mas transparência dos governos, fiscalizar e denunciar mal uso dos recursos e corrupção nos serviços públicos. É desafiada a cobrar retidão, corte de privilégios, garantia de liberdade e redução das desigualdades sociais do presidente eleito. Não adianta só votar e deixar que os governos resolvam sozinhos, é impressindível participar e se engajar para construir um Brasil mais justo e soberano.
Comentários
Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião desta página, se achar algo que viole os termos de uso, denuncie.