Na próxima semana teremos o 13º SALIPI realizado pelos guerreiros da Fundação Quixote já há muitos anos e sempre com os mesmos desafios, dentre eles o principal: conseguir recursos para viabilizar o evento e manter a qualidade.
Começo hoje falando dos desafios da Fundação Quixote para realizar o Salão do Livro do Piauí, desafios que não cessam, desafios que não comovem o poder público; para depois me dedicar a programação da edição de 2015.
Há alguns dias eu me encontrava em Belo Horizonte em um evento científico quando recebi uma ligação informando que o SALIPI não seria realizado, por falta de recursos. A situação felizmente foi contornada e o SALIPI acontecerá normalmente entre os dias 05 e 14 de junho de 2013 no Espaço Rosa dos Ventos na UFPI.
SALIPI 2015: Confira a Programação do 18º Seminário Língua Viva |
Contudo, a insegurança de seus realizadores se repete a cada ano, primeiro correr para conseguir recursos para viabilizar o evento, depois correr atrás dos patrocinadores públicos e privados para que honrem seus compromissos, a fim de que a Fundação Quixote possa pagar as contas do salão. Infelizmente, quase sempre, ou seja, quase todos os anos, a Fundação não consegue receber os recursos prometidos no prazo e os realizadores terminam pagando algumas despesas do próprio bolso. Realidade injusta com quem já trabalha tanto e de graça e ainda tem que pagar para poder realizar a festa da literatura, evento hoje já consagrado e parte do nosso calendário anual e que possui um grande público.
Desde 2014 que a Universidade Federal do Piauí acolheu o SALIPI de braços abertos, colocando não apenas sua estrutura à disposição, como também segurança, seu corpo técnico, sua comunicação, seus artistas e tudo o mais à disposição do evento. Contudo, existem custos concernentes à realização do mesmo que necessitam de patrocínios e apoios externos realizados através de parcerias com a Fundação Quixote desde o inicio do salão. Sem patrocínio compatível o salão não se viabiliza.
Todavia e muito embora, o SALIPI tenha se transformado em um evento já consagrado e esperado pelos piauienses, ele parece não ter a devida atenção das instituições que são encarregadas da cultura por aqui no âmbito dos poderes públicos municipal e estadual. O que é um contrassenso, pois embora a feira de livro em si, seja uma atividade mercadológica, as atividades paralelas e que movimentam efetivamente o salão não o são, portanto, necessitam de apoio institucional. O Seminário Língua Viva tem proporcionado ao leitor piauiense o contato com grandes nomes da literatura nacional. Os Fóruns Temáticos por outro lado, privilegiam os escritores e pesquisadores locais e regionais. O Bate-papo literário é um espaço democrático onde não apenas livros, mas outros produtos culturais são lançados. O espaço musical tem privilegiado os artistas piauienses. No meio de tudo isso acontece um encontro entre as artes, com palco para dança, exposições fotográficas, lançamentos de livros, lançamentos de CD, etc.
A integração com a rede pública de ensino e a distribuição do vale livro, tem movimentado o salão cada vez mais e acredito, tem cumprido o papel de formar público para a literatura.
No que concerne a programação, vale destacar que este ano o SALIPI homenageia o Monsenhor Chaves e a historiadora Teresinha Queiroz fará uma palestra sobre a trajetória do Monsenhor na terça-feira, dia 09, às 09 h no Cine Teatro da UFPI. Antes, porém, o salão abre espaço para uma temática de máxima importância no cenário contemporâneo teresinense, qual seja: a morte e o suicídio. Esses temas serão debatidos em várias mesas nos dias 06 e 07 de junho.
Mas a programação tem mais atrativos. Na segunda-feira, 08, às 19h o jornalista carioca Carlos Machi falará sobre o grande jornalista piauiense Carlos Castello Branco e logo em seguida lançará o livro biográfico sobre Castellinho e que se intitula: Todo aquele imenso mar de liberdade. Na noite seguinte, terça, 09, também às 19h será a vez do cantor, compositor, blogueiro e escritor Tico Santa Cruz, dentre outras atrações nacionais que comparecerão ao palco do Cine Teatro da UFPI nas noites do SALIPI.
Dentre as atrações artísticas aguardadas estão a apresentação do Congo de Oeiras na noite do dia 05 de junho, sexta; a Orquestra Experimental da UFPI no sábado, 13, e, a banda Valiaduaté no encerramento no domingo, 14.
As tardes estão reservadas para mesas e palestras com temas relevantes, tais como: _ Reflexões sobre a cidade e a literatura, a música e os quadrinhos; Identidade e diversidade cultural; Os desafios da memória na literatura, no jornalismo e na história; A literatura e outros sistemas semióticos, todas com especialistas e doutores nas áreas em que estarão expondo.
A tarde da sexta-feira, 12 de junho, será bem especial começa com uma mesa sobre Memória urbana com os arquitetos Olavo Pereira e Júlio Medeiros e depois vem a palestra do Clodo Ferreira sobre memória da MPB. Clodo Ferreira que é um dos grandes compositores piauienses com músicas gravadas por inúmeros cantores nacionais consagrados, como Fagner, Nara Leão, Dominguinhos e outros. No sábado Clodo lançará seu novo CD no Bate-papo literário às 18 h.
A programação para as crianças é bem variada e inclui oficinas de artes plásticas, literatura e outras.
Participe! Venha para a FESTA do Livro!
O SALIPI é feito com amor e carinho por amigos que tem um sonho em comum: _ levar literatura a todos os lares do Piauí!
Confira a programação completa no site do evento.
Ana Regina Rêgo
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