Avenida Kennedy (em Teresina-PI), horário do rush (19-19:30h). Carros param de repente na minha frente. Deu tempo de frear. “O que tá acontecendo?” Uma bicicleta jogada no chão, lá na frente. “Eita! Um ciclista atropelado!” Um carro lá na frente encosta na pista de ônibus, ao lado da “nova parada do Firmino” e o motorista desce do carro. “Ele vai socorrer a pessoa atropelada”. De onde estava, alguns carros atrás na fila, não conseguia ver bem. Sai do carro. A cena era essa: um senhor visivelmente embriagado sentado na calçada do boteco. Sua bicicleta jogada no meio da pista, na Kennedy, na hora do rush. Não, ele não tava machucado. Só então entendi que ele não tinha sido atropelado. O rapaz que parou foi até o meio da avenida, recolheu a bicicleta, colocou-a dentro do boteco e voltou pro seu carro, sem dizer uma palavra. O bêbado ciclista (ou ciclista bêbado) seguiu ele de volta até o carro, falando algo, atrapalhando (mais uma vez) o trânsito. Ele, como um herói modesto, só balançava a cabeça, meio rindo meio querendo levar o pão das crianças pra casa. Entrou no carro e foi embora. Todos os carros (inclusive o meu) seguiram o fluxo que, heroicamente e sem violência, fora restabelecido por ele. E eu nem consegui mandar um beijo pra o ser humano que conseguiu ser gentil e resolutivo, no seu caminho rotineiro pra casa.
Moral da(s) história(s): reflitam aí vcs!
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Clarissa Carvalho é jornalista e professora universitária, nas redes sociais.
Moral da(s) história(s): reflitam aí vcs!
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