Em um mundo dominado pela ideologia machista que seduz as mulheres a perpetuarem o próprio estado de submissão, o 8 de março é representativo das conquistas, mas, principalmente, é mais um dia de luta, em que muitas de nós sucumbirão, em que os números do feminicídio, dos estupros, dos assédios morais e sexuais, aumentarão, como mais um dia em que morremos em casa, nas ruas, nas praças.

Em um país de inconscientes e hipócritas de plantão a consciência feminista fere mais aos ouvidos dos falsos do que a morte de milhares de mulheres. Em um país em que a desigualdade social, reflete o racismo, o machismo, a homofobia e a misoginia, ser mulher e viver plenamente de acordo com suas convicções apoiando outras mulheres é, em si, um ato de resistência.

Que nas casas, nas ruas, nos parques, nos campos, nas estradas ecoem os gritos de dor de todas as mulheres assassinadas diariamente neste país, que ecoem os gritos de todas as mulheres estupradas por uma cultura machista apoiada e protegida pela dominação masculina e pelas religiões alienantes.

Que o sangue que jorra do nosso corpo naturalmente a cada mês se misture ao sangue que jorra do corpo de todas que sofreram violências e se espalhe em um banho vermelho levando um grito de vida, de desejo, de liberdade, de amor e da força que emana de todas nós.

Somos mulheres, femininas e feministas e abraçamos e acolhemos todxs que se identificam com a condição feminina e com a luta feminista sejam mulheres cis, trans, bis, gays, homens....

Então, neste 8 de março, nosso nome continua sendo LUTA!

Que Iansã esteja ao nosso lado!