

Há mais de noventa dias em processo de isolamento social em face da pandemia da COVID 19, o Brasil assiste aos desmandos do desgoverno vigente e às tentativas diárias de impor a passagem da “boiada”, usando aqui o linguajar baixo dos Ministros de Estados deste país, na atualidade.
Há mais de um mês sem Ministro da Saúde com qualificações para ocupar o cargo, o Brasil sofre com momentos críticos de contaminação e número de mortes por COVID 19. No momento em que escrevo este artigo, manhã de 17 de junho, as notícias dão conta de que nas 24 horas que antecederam à terça, 16 de junho, morreram no Brasil 1.338 pessoas contaminadas pelo novo coronavírus. Os mortos até o presente momento já perfazem um total de 45.456 óbitos e o número de contaminados encontra-se superior a casa 900 mil casos confirmados, quase um milhão.
Em qualquer dos casos que envolvem o trabalho holístico de desmonte de um país, do ponto de vista jurídico como lastro legal de sustentabilidade de um projeto democrático, os componentes do atual governo trabalham de forma intensiva para destruir todas as conquistas do povo brasileiro dos últimos anos, desconsiderando o momento de crise sanitária e aproveitando para tentar impor seu projeto radical de paísacirrando as desigualdades. A parte triste é que 30% desse mesmo povo e mais alguns que estão sofrendo de “espiral do silêncio” apoiam o desmonte da nação e defendem seus algozes, mas isso já explicou Gramsci há muito tempo.
Os golpes são diários e vão da tentativa de acabar com os cursos superiores do Colégio das Humanidades nas universidades federais, passam pelas ações que procuram quebrar o processo de democratização e descentralização da pós-graduação no Brasil procurando retroceder a uma centralização nas regiões sudeste e sul, desemboca na retirada de direitos de anistia de muitos brasileiros, sem esquecer de fechar espaços culturais de grande importância para a nação e corre em perseguição a jornalistas e cartunistas, para citar alguns dos últimos investimentos governamentais.
Mas ainda estão vigentes as tentativas de abertura e venda das reservas amazônicas, a privatização do ensino superior com o agora renovado Future-se que denominamos Fature-se, a inanição do Sistema Único de Saúde, o corte de verbas para pesquisa e desenvolvimento tecnológico, etc., etc., etc., etc..
Há, no entanto, um aspecto que nos chama a atenção e que foi central na eleição do atual Presidente,que é o trabalho realizado pelo que ele mesmo denomina de rede particular de comunicação e que se concentra em um trabalho extremamente articulado que tem como eixo central o mercado da desinformação e a manipulação de um público de seguidores conquistados ao longo dos últimos 8 anos.
Muitos aspectos circundam a produção intencional da ignorância pautada no estudo do público e em seus valores e crenças e no encontro entre a narrativa e o desejo desse mesmo público. Para além desses aspectos dos quais já tratei inúmeras vezes nesta coluna opinativa, vale ressaltar um pressuposto primordial para que o círculo da ignorância se mantenha, que é cortar o acesso do público à informação de qualidade.
Nesse sentido, o governo tem agido procurando de um lado descredibilizar o jornalismo e seus profissionais diretamente, inclusive, com ataques diários às portas do Planalto. Por outro lado, procura inibir a publicação de informações de grande importância para a saúde do povo brasileiro no atual momento de pandemia, com a não divulgação dos dados de contaminação e mortes por COVID 19 pelo Ministério da Saúde, levando o Brasil para o rol dos países suspeitos de esconder a realidade que, em suma, parece ser muito pior do que se revela, considerando as subnotificações.
Uma rápida visita ao site do Ministério da Saúde é suficiente para compreender o que mudou de março para cá na pasta, além dos ministros que por lá passaram. Agora temos um general que possui uma equipe de comunicação que entende que gerenciar crise passa pelo desvio da atenção do público das informações principais, a saber em momentos de pandemia: número de contaminados, número de mortos, taxa de contaminação, localidades de grande risco, medidas de prevenção e construção e disponibilização de estrutura necessária para o combate ao vírus, pesquisas para medicamentos e vacinas, etc.. Anteriormente, ao entrarmos no site já localizávamos as informações necessárias, além das coletivas que alimentavam a sociedade diariamente com informações. Atualmente o site dá destaque às inaugurações de leitos e de equipamentos realizadas pelo General Eduardo Pazuello, por outro lado, para encontrar os dados de que necessitamos é preciso realizar um passeio pelo sítio do Ministério da Saúde e convenhamos essa realidade persiste, mesmo depois de uma grande reação das sociedades científicas, dos demais Poderes da República, dos partidos políticos, etc., quando da divulgação de uma medida que o Ministério chegou a anunciar de recontar os mortos e não divulgar mais, os dados concernentes à pandemia no Brasil.
Por outro lado, as artes continuam a ser atingidas. Ocartunista Aroeira tornou-se o alvo mais recente do Ministro da Justiça, André Luiz Mendonça que pediu a PGR para abrir inquérito contra o cartunista por conta de uma charge em que a suástica se aproxima de Bolsonaro, aliás, autoexplicativa. Mas se as tentativas de calar o jornalismo, os artistas e o povo vem de todos os lados, a reação também é imediata e agora #somostodosaroeira. Cartunistas de todo o Brasil fizeram releituras da charge de Aroeira transformando o ato em uma grande campanha não somente em defesa deste, mas da liberdade de expressão em nosso país, cujo governo parece acatar ataques à democracia como os realizados contra o STF e seus Ministros, dentre inúmeros outros, mas que pretende criminalizar quem está alinhado contra o fascismo.
Por fim, para coroar as estratégias de proteção ao sistema de manutenção do governo calcado no mercado da desinformação, que por sinal foi patrocinado, inclusive, por empresas estatais nos últimos dois anos, o governo brasileiro, não assinou o documento que selou o compromisso de 132 países de combater a desinfopandemia ( pandemia da desinformação, termo cunhado pela UNESCO). Vale destacar que inclusive, o governo dos Estados Unidos de Trump aderiu ao documento, além de outros países que Bolsonaro elenca como seus aliados como Hungria, Israel, Japão e Índia. No entanto, aderir a um tratado dessa natureza seria assinar contra sua própria essência calcada na mentira intencional e na manipulação das mentes de uma grande parte dos brasileiros.
Há mais de um mês sem Ministro da Saúde com qualificações para ocupar o cargo, o Brasil sofre com momentos críticos de contaminação e número de mortes por COVID 19. No momento em que escrevo este artigo, manhã de 17 de junho, as notícias dão conta de que nas 24 horas que antecederam à terça, 16 de junho, morreram no Brasil 1.338 pessoas contaminadas pelo novo coronavírus. Os mortos até o presente momento já perfazem um total de 45.456 óbitos e o número de contaminados encontra-se superior a casa 900 mil casos confirmados, quase um milhão.
Em qualquer dos casos que envolvem o trabalho holístico de desmonte de um país, do ponto de vista jurídico como lastro legal de sustentabilidade de um projeto democrático, os componentes do atual governo trabalham de forma intensiva para destruir todas as conquistas do povo brasileiro dos últimos anos, desconsiderando o momento de crise sanitária e aproveitando para tentar impor seu projeto radical de paísacirrando as desigualdades. A parte triste é que 30% desse mesmo povo e mais alguns que estão sofrendo de “espiral do silêncio” apoiam o desmonte da nação e defendem seus algozes, mas isso já explicou Gramsci há muito tempo.
Os golpes são diários e vão da tentativa de acabar com os cursos superiores do Colégio das Humanidades nas universidades federais, passam pelas ações que procuram quebrar o processo de democratização e descentralização da pós-graduação no Brasil procurando retroceder a uma centralização nas regiões sudeste e sul, desemboca na retirada de direitos de anistia de muitos brasileiros, sem esquecer de fechar espaços culturais de grande importância para a nação e corre em perseguição a jornalistas e cartunistas, para citar alguns dos últimos investimentos governamentais.
Mas ainda estão vigentes as tentativas de abertura e venda das reservas amazônicas, a privatização do ensino superior com o agora renovado Future-se que denominamos Fature-se, a inanição do Sistema Único de Saúde, o corte de verbas para pesquisa e desenvolvimento tecnológico, etc., etc., etc., etc..
Há, no entanto, um aspecto que nos chama a atenção e que foi central na eleição do atual Presidente,que é o trabalho realizado pelo que ele mesmo denomina de rede particular de comunicação e que se concentra em um trabalho extremamente articulado que tem como eixo central o mercado da desinformação e a manipulação de um público de seguidores conquistados ao longo dos últimos 8 anos.
Muitos aspectos circundam a produção intencional da ignorância pautada no estudo do público e em seus valores e crenças e no encontro entre a narrativa e o desejo desse mesmo público. Para além desses aspectos dos quais já tratei inúmeras vezes nesta coluna opinativa, vale ressaltar um pressuposto primordial para que o círculo da ignorância se mantenha, que é cortar o acesso do público à informação de qualidade.
Nesse sentido, o governo tem agido procurando de um lado descredibilizar o jornalismo e seus profissionais diretamente, inclusive, com ataques diários às portas do Planalto. Por outro lado, procura inibir a publicação de informações de grande importância para a saúde do povo brasileiro no atual momento de pandemia, com a não divulgação dos dados de contaminação e mortes por COVID 19 pelo Ministério da Saúde, levando o Brasil para o rol dos países suspeitos de esconder a realidade que, em suma, parece ser muito pior do que se revela, considerando as subnotificações.
Uma rápida visita ao site do Ministério da Saúde é suficiente para compreender o que mudou de março para cá na pasta, além dos ministros que por lá passaram. Agora temos um general que possui uma equipe de comunicação que entende que gerenciar crise passa pelo desvio da atenção do público das informações principais, a saber em momentos de pandemia: número de contaminados, número de mortos, taxa de contaminação, localidades de grande risco, medidas de prevenção e construção e disponibilização de estrutura necessária para o combate ao vírus, pesquisas para medicamentos e vacinas, etc.. Anteriormente, ao entrarmos no site já localizávamos as informações necessárias, além das coletivas que alimentavam a sociedade diariamente com informações. Atualmente o site dá destaque às inaugurações de leitos e de equipamentos realizadas pelo General Eduardo Pazuello, por outro lado, para encontrar os dados de que necessitamos é preciso realizar um passeio pelo sítio do Ministério da Saúde e convenhamos essa realidade persiste, mesmo depois de uma grande reação das sociedades científicas, dos demais Poderes da República, dos partidos políticos, etc., quando da divulgação de uma medida que o Ministério chegou a anunciar de recontar os mortos e não divulgar mais, os dados concernentes à pandemia no Brasil.
Por outro lado, as artes continuam a ser atingidas. Ocartunista Aroeira tornou-se o alvo mais recente do Ministro da Justiça, André Luiz Mendonça que pediu a PGR para abrir inquérito contra o cartunista por conta de uma charge em que a suástica se aproxima de Bolsonaro, aliás, autoexplicativa. Mas se as tentativas de calar o jornalismo, os artistas e o povo vem de todos os lados, a reação também é imediata e agora #somostodosaroeira. Cartunistas de todo o Brasil fizeram releituras da charge de Aroeira transformando o ato em uma grande campanha não somente em defesa deste, mas da liberdade de expressão em nosso país, cujo governo parece acatar ataques à democracia como os realizados contra o STF e seus Ministros, dentre inúmeros outros, mas que pretende criminalizar quem está alinhado contra o fascismo.
Por fim, para coroar as estratégias de proteção ao sistema de manutenção do governo calcado no mercado da desinformação, que por sinal foi patrocinado, inclusive, por empresas estatais nos últimos dois anos, o governo brasileiro, não assinou o documento que selou o compromisso de 132 países de combater a desinfopandemia ( pandemia da desinformação, termo cunhado pela UNESCO). Vale destacar que inclusive, o governo dos Estados Unidos de Trump aderiu ao documento, além de outros países que Bolsonaro elenca como seus aliados como Hungria, Israel, Japão e Índia. No entanto, aderir a um tratado dessa natureza seria assinar contra sua própria essência calcada na mentira intencional e na manipulação das mentes de uma grande parte dos brasileiros.
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