

Será lançada nesta quinta, 24/09, a Rede Nacional de Combate à Desinformação que reúne pesquisadores, jornalistas, projetos, agências, coletivos, movimentos sociais, revistas, instituições e quem mais chegar.
Nascida da inquietação provocada pelo momento presente de potencialização das narrativas desinformacionais nos ambiente da saúde e no campo político, além de outros, a Rede Nacional de Combate à Desinformação foi pensada inicialmente dentro da pesquisa de Pós-Doutorado que realizamos junto à Escola de Comunicação da UFRJ em 2019, sob a orientação da Professora Marialva Barbosa.
Posteriormente, já na pandemia provocada pelo novo coronavírus, a ideia foi apresentada dentro do Projeto Mandacaru que abriga voluntários de diversas áreas do conhecimento científico e que é vinculado ao Comitê Nordeste de Combate à Covid que, por sua vez, se vincula ao Consórcio Nordeste.
Ampliamos a ideia inicial de rede de monitoramento de fake News para uma rede mais ampla e ao longo de 6 meses de trabalho de garimpagem de iniciativas e projetos por todo o país, com os quais fomos realizando contatos dia-a-dia de modo contumaz, tivemos a grata surpresa de conhecer iniciativas maravilhosas e profissionais dedicados a transformar o Brasil em um lugar melhor.
Para iniciar são mais de 40 projetos que trabalham em várias frentes combatendo a desinformação em diversos ambientes e cujo escopo vai da pandemia da COVID-19, passa pela política e pelo ambiente religioso e chega aos direitos humanos com ataques à integridade das pessoas LGBT, mulheres, negros, indígenas, dentre outros.
A RNCD reúne uma diversidade de abordagens contra a desinformação englobando projetos de monitoramento de fake News, de jornalismo de fact-checking, projetos que trabalham com comunicação proativa levando informação precisa e necessária para a sociedade, projetos de contranarrativas, além de muitos que trabalham com informação científica e popularização da ciência.
Observatórios de mídia, de comunicação pública e de ética no jornalismo também se fazem presentes com contribuições relevantes para a rede, além de grupos de pesquisas de várias universidades brasileiras.
Também compõem a RNCD, instituições científicas do campo da comunicação que de algum modo fomentam as pesquisas na área e que, portanto, trabalham para desmistificar o complexo fenômeno da desinformação que inunda nossa sociedade na contemporaneidade.
É válido destacar que a RNCD nasce em um cenário em que 62% dos brasileiros não sabe discernir uma informação de uma desinformação e no qual o mercado da construção intencional ignorância coletiva avança a passos largos nesse momento de pandemia da COVID-19 e tanto se alimenta do modelo de negócios das grandes plataformas digitais, como se potencializa com as tecnologias que permitem fraudes cada vez mais simuladoras do real.
Este cenário complexo é elucidado pela pesquisa publicada este ano pelo Reuters Institute em parceira com a University of Oxford sobre a circulação de narrativas atualmente classificadas como desinformacionais no ambiente do Reino Unido e que nos serve de alerta, pois revela que em termos de escala, o número de verificações de informações consideradas suspeitas cresceu cerca de 900% nos meses analisados, ou seja, de janeiro a março de 2020. Sobre os formatos, os pesquisadores detectaram que a maioria das informações verificadas, ou seja, 59% eram informações reconfiguradas, partiam de uma narrativa existente sobre algum fato verdadeiro e que eram distorcidas, recontextualizadas ou retrabalhadas. Enquanto que cerca de 38% eram completamente fabricadas, logo mentirosas em 100% do seu conteúdo. No entanto, os autores da investigação científica afirmam que: “apesar de muita preocupação recente, não encontramos exemplos de falsificações profundas em nossa amostra. Em vez disso, o conteúdo manipulado inclui 'falsificações baratas' produzidas usando ferramentas muito mais simples. A desinformação reconfigurada é responsável por 87% das interações de mídia social na amostra; enquanto que o conteúdo fabricado somente por 12% “.
A RNCD nasce nesse contexto sombrio, mas nasce sob os pilares da sinergia, empatia objetivando agregar valor à comunicação e informação públicas responsáveis e éticas.
A Rede ficará aberta para receber outras iniciativas que estejam alinhadas com a proposta de combate à desinformação no Brasil e em outros países.
Evento de lançamento
Sobre o evento de lançamento é válido destacar que além da apresentação da plataforma da RNCD e dos parceiros da iniciativa, haverá uma palestra do jornalista e Professor Doutor Eugênio Bucci que dentre outras atividades é Professor Titular da Escola de Comunicação e Artes (ECA-USP), colunista do jornal O Estado de São Paulo e foi Presidente da Radiobrás entre 2003 e 2007. Publicou vários livros, alguns focado na ética jornalística e, por último, publicou, em 2019, o livro Existe democracia sem verdade factual?.
Serviço
Evento de lançamento da Rede Nacional de Combate à Desinformação-RNCD
Data 24 de setembro de 2020
Horário 19 h
Canal da RNCD no YouTube pelo link:
https://www.youtube.com/channel/UCY-IrhSnyzCBr27OhfY2T7w/
Conheça a RNCD e os parceiros
http://www.rncd.org/
Contato
rncdbrasil@gmail.com
Nascida da inquietação provocada pelo momento presente de potencialização das narrativas desinformacionais nos ambiente da saúde e no campo político, além de outros, a Rede Nacional de Combate à Desinformação foi pensada inicialmente dentro da pesquisa de Pós-Doutorado que realizamos junto à Escola de Comunicação da UFRJ em 2019, sob a orientação da Professora Marialva Barbosa.
Posteriormente, já na pandemia provocada pelo novo coronavírus, a ideia foi apresentada dentro do Projeto Mandacaru que abriga voluntários de diversas áreas do conhecimento científico e que é vinculado ao Comitê Nordeste de Combate à Covid que, por sua vez, se vincula ao Consórcio Nordeste.
Ampliamos a ideia inicial de rede de monitoramento de fake News para uma rede mais ampla e ao longo de 6 meses de trabalho de garimpagem de iniciativas e projetos por todo o país, com os quais fomos realizando contatos dia-a-dia de modo contumaz, tivemos a grata surpresa de conhecer iniciativas maravilhosas e profissionais dedicados a transformar o Brasil em um lugar melhor.
Para iniciar são mais de 40 projetos que trabalham em várias frentes combatendo a desinformação em diversos ambientes e cujo escopo vai da pandemia da COVID-19, passa pela política e pelo ambiente religioso e chega aos direitos humanos com ataques à integridade das pessoas LGBT, mulheres, negros, indígenas, dentre outros.
A RNCD reúne uma diversidade de abordagens contra a desinformação englobando projetos de monitoramento de fake News, de jornalismo de fact-checking, projetos que trabalham com comunicação proativa levando informação precisa e necessária para a sociedade, projetos de contranarrativas, além de muitos que trabalham com informação científica e popularização da ciência.
Observatórios de mídia, de comunicação pública e de ética no jornalismo também se fazem presentes com contribuições relevantes para a rede, além de grupos de pesquisas de várias universidades brasileiras.
Também compõem a RNCD, instituições científicas do campo da comunicação que de algum modo fomentam as pesquisas na área e que, portanto, trabalham para desmistificar o complexo fenômeno da desinformação que inunda nossa sociedade na contemporaneidade.
É válido destacar que a RNCD nasce em um cenário em que 62% dos brasileiros não sabe discernir uma informação de uma desinformação e no qual o mercado da construção intencional ignorância coletiva avança a passos largos nesse momento de pandemia da COVID-19 e tanto se alimenta do modelo de negócios das grandes plataformas digitais, como se potencializa com as tecnologias que permitem fraudes cada vez mais simuladoras do real.
Este cenário complexo é elucidado pela pesquisa publicada este ano pelo Reuters Institute em parceira com a University of Oxford sobre a circulação de narrativas atualmente classificadas como desinformacionais no ambiente do Reino Unido e que nos serve de alerta, pois revela que em termos de escala, o número de verificações de informações consideradas suspeitas cresceu cerca de 900% nos meses analisados, ou seja, de janeiro a março de 2020. Sobre os formatos, os pesquisadores detectaram que a maioria das informações verificadas, ou seja, 59% eram informações reconfiguradas, partiam de uma narrativa existente sobre algum fato verdadeiro e que eram distorcidas, recontextualizadas ou retrabalhadas. Enquanto que cerca de 38% eram completamente fabricadas, logo mentirosas em 100% do seu conteúdo. No entanto, os autores da investigação científica afirmam que: “apesar de muita preocupação recente, não encontramos exemplos de falsificações profundas em nossa amostra. Em vez disso, o conteúdo manipulado inclui 'falsificações baratas' produzidas usando ferramentas muito mais simples. A desinformação reconfigurada é responsável por 87% das interações de mídia social na amostra; enquanto que o conteúdo fabricado somente por 12% “.
A RNCD nasce nesse contexto sombrio, mas nasce sob os pilares da sinergia, empatia objetivando agregar valor à comunicação e informação públicas responsáveis e éticas.
A Rede ficará aberta para receber outras iniciativas que estejam alinhadas com a proposta de combate à desinformação no Brasil e em outros países.
Evento de lançamento
Sobre o evento de lançamento é válido destacar que além da apresentação da plataforma da RNCD e dos parceiros da iniciativa, haverá uma palestra do jornalista e Professor Doutor Eugênio Bucci que dentre outras atividades é Professor Titular da Escola de Comunicação e Artes (ECA-USP), colunista do jornal O Estado de São Paulo e foi Presidente da Radiobrás entre 2003 e 2007. Publicou vários livros, alguns focado na ética jornalística e, por último, publicou, em 2019, o livro Existe democracia sem verdade factual?.
Serviço
Evento de lançamento da Rede Nacional de Combate à Desinformação-RNCD
Data 24 de setembro de 2020
Horário 19 h
Canal da RNCD no YouTube pelo link:
https://www.youtube.com/channel/UCY-IrhSnyzCBr27OhfY2T7w/
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