

Quando as casas do Itararé I, na Zona Sudeste de Teresina, começaram ser ocupadas no final dos anos 70, junto com a alegria e a esperança de dias melhores, veio a incerteza : E AGORA?
"...Era tempo de aflição , quase não tinha condução , nem água pra se banhar. Era um carroçal, um poeral, um lamaçal e o povo aqui se dando mau..."(Alcides Valeriano/Bloco Barão de Itararé-1997).
Chegou o Itararé II e a população foi aumentando...
Quando Seu Jorge, motorista do único ônibus que fazia linha para o bairro parava no centro e nossos moradores desciam, logo vinha a chacota: -Esses aí vêm do Itararé. Olhem a cor dos pés deles! Se referiam ao barro vermelho do solo fincado em nossos pés.
Agora não era mais só o Itararé I e II, pois a região estava crescendo e junto, ganhamos vários adjetivos, mas mesmo assim nosso povo não baixou a cabeça.
Éramos tratados constantemente com termos pejorativos e piadas nas rodas de conversas no centro da cidade e que já ecoavam na imprensa.
Lutamos, não desistimos! E como 'vingança' ganhamos dos programas policiais sensacionalistas do final da década de 80 e início dos anos 90 o ESTIGMA DE BAIRRO MAIS VIOLENTO DA CIDADE.
Ficamos calados e de braços cruzados ? NÃO! Lutamos contra a insegurança, mas mostramos que o nosso bairro era maior que as mazelas que nos afligiam.
Se eles achavam que iríam nos intimidar , logo se enganaram, pois nosso povo , sofrido sim, mas com uma incrível altivez, mostrou a força do bairro com o seu bloco de carnaval desfilando pela Avenida Principal, a determinação da juventude organizada nas igrejas, grupos de danças, teatros e nos grêmios estudantis, além é claro, da organização comunitária, inicialmente por meio da Associação de Moradores do Bairro Itararé.
A campanha "O Itararé é boa praça" desenvolvida pela AMI fez pesquisas e contatos de convencimento sobre o potencial econômica do bairro/região.
Mostramos aos empresários de fora que eles iriam lucrar se instalando na comunidade. Através da campanha conseguimos um banco!
Apesar das piadas lá de fora e as matérias que destacavam apenas a violência, sem ressaltar o nosso potencial econômico, cultural, educacional , nossa alegria e fé , RESISTIMOS e mostramos que é possível LUTAR POR UM BAIRRO SEGURO, sem cair na cilada de colaborarmos com o estigma de bairro violento, que engrandece projetos eleitorais, alimenta a grande mídia e prejudica o progresso de nossa região.
Elegemos até um vereador oriundo do Jufran- Juventude Franciscana, grupo ligado à Igreja Católica: "Esse ano o meu voto é diferente, vou votar em gente da gente"(trecho da música de Anselmo Dias de 1996, composta por Alcides Valeriano).
E o hoje, o que é o Itararé? Falem o que quiser, mas é o melhor bairro e região de Teresina!
*****
Marceone Rodrigues é estudante e liderança comunitária do Itararé - nas redes sociais.
"...Era tempo de aflição , quase não tinha condução , nem água pra se banhar. Era um carroçal, um poeral, um lamaçal e o povo aqui se dando mau..."(Alcides Valeriano/Bloco Barão de Itararé-1997).
Chegou o Itararé II e a população foi aumentando...
Quando Seu Jorge, motorista do único ônibus que fazia linha para o bairro parava no centro e nossos moradores desciam, logo vinha a chacota: -Esses aí vêm do Itararé. Olhem a cor dos pés deles! Se referiam ao barro vermelho do solo fincado em nossos pés.
Agora não era mais só o Itararé I e II, pois a região estava crescendo e junto, ganhamos vários adjetivos, mas mesmo assim nosso povo não baixou a cabeça.
Éramos tratados constantemente com termos pejorativos e piadas nas rodas de conversas no centro da cidade e que já ecoavam na imprensa.
Lutamos, não desistimos! E como 'vingança' ganhamos dos programas policiais sensacionalistas do final da década de 80 e início dos anos 90 o ESTIGMA DE BAIRRO MAIS VIOLENTO DA CIDADE.
Ficamos calados e de braços cruzados ? NÃO! Lutamos contra a insegurança, mas mostramos que o nosso bairro era maior que as mazelas que nos afligiam.
Se eles achavam que iríam nos intimidar , logo se enganaram, pois nosso povo , sofrido sim, mas com uma incrível altivez, mostrou a força do bairro com o seu bloco de carnaval desfilando pela Avenida Principal, a determinação da juventude organizada nas igrejas, grupos de danças, teatros e nos grêmios estudantis, além é claro, da organização comunitária, inicialmente por meio da Associação de Moradores do Bairro Itararé.
A campanha "O Itararé é boa praça" desenvolvida pela AMI fez pesquisas e contatos de convencimento sobre o potencial econômica do bairro/região.
Mostramos aos empresários de fora que eles iriam lucrar se instalando na comunidade. Através da campanha conseguimos um banco!
Apesar das piadas lá de fora e as matérias que destacavam apenas a violência, sem ressaltar o nosso potencial econômico, cultural, educacional , nossa alegria e fé , RESISTIMOS e mostramos que é possível LUTAR POR UM BAIRRO SEGURO, sem cair na cilada de colaborarmos com o estigma de bairro violento, que engrandece projetos eleitorais, alimenta a grande mídia e prejudica o progresso de nossa região.
Elegemos até um vereador oriundo do Jufran- Juventude Franciscana, grupo ligado à Igreja Católica: "Esse ano o meu voto é diferente, vou votar em gente da gente"(trecho da música de Anselmo Dias de 1996, composta por Alcides Valeriano).
E o hoje, o que é o Itararé? Falem o que quiser, mas é o melhor bairro e região de Teresina!
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Marceone Rodrigues é estudante e liderança comunitária do Itararé - nas redes sociais.
Ascom/PMT
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