Caetano Veloso reuniu amigos artistas e foi ao Congresso Nacional formalizar o pedido de cuidado com o meio ambiente, de respeito ao povos indígenas e de um olhar sustentável para o futuro do Brasil e de toda a Terra. Lá fora, jovens, principalmente jovens, atenderam ao chamado de participar do ato em defesa do planeta, encerrado com show do impávido cantor e compositor baiano e seus convidados ao palco.
O Presidente do Congresso Nacional, senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), foi cortez com os artistas ambientalistas, mas assegurou, numa sinceridade comprometida, que o agronegócio é importante e as demandas do setor continuarão em pauta. Alimenta o mundo, disse Pacheco. Só não sabe explicar por que há, no Brasil, tanta gente faminta sem acesso à mesa do agronegócio.
Agrotóxicos (venenos mesmo), mineração inclusive em reservas indígenas, permissão para avanço da área cultivada pela soja e outras monoculturas compõem o prato indigesto que o Poder Legislativo oferece à população. O agronegócio é pop para uma grande parte dos 513 deputados e 81 senadores.
Na Câmara dos Deputados, a resposta ao ato convocado por Caetano Veloso foi aprovar o requerimento de apreciação em regime de urgência do Projeto de Lei nº 191, de 2020, que regulamenta o § 1º do art. 176 e o § 3º do art. 231 da Constituição para estabelecer as condições específicas para a realização da pesquisa e da lavra de recursos minerais e hidrocarbonetos e para o aproveitamento de recursos hídricos para geração de energia elétrica em terras indígenas e institui a indenização pela restrição do usufruto de terras indígenas.
Foram 279 votos a favor. 180 contra. Há maioria para passar a boiada, o trator, a escavadeira e fazer o arrastão do agronegócio e da mineração. Dizem que é preciso reciclar o Congresso Nacional. Está insensível e tóxico demais. Mais evidente, impossível.
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