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Quarta-feira, 27 de novembro de 2024
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Mauro Sampaio

Mauro Sampaio

mauroadrianosampaio@gmail.com

28/04/2022 - 08h39

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28/04/2022 - 08h39

Culpa da garota indígena em "trajes indecentes"

Júnior Hekurari Yanomami, representante do povo indígena

 Júnior Hekurari Yanomami, representante do povo indígena

A comunidade Ianomâmi denunciou a morte de uma menina indígena de 12 anos, que foi estuprada por garimpeiros. O crime teria ocorrido na região de Waikás, em Roraima, uma das áreas afetadas pelo garimpo ilegal.

A denúncia foi feita por Júnior Hekurari Yanomami, representante do povo indígena, em audiência na Comissão de Direitos Humanos do Senado, ocorrida nesta semana. Os índios pedem providências para a retirada de “23 mil ou 24 mil garimpeiros que estão no território indígena”, na exploração de garimpos ilegais.

“Eles violentam mulheres, adolescentes e crianças. Já temos meninas de 13 e 14 anos grávidas de garimpeiros. Meninas de 15 anos já têm filhos de garimpeiros nascidos, com 1 ano de idade. Viemos clamar aos senhores”, exclamou Júnior Hekurari durante a audiência.

“Eles destruíram nossas florestas, nossos rios, que são fontes de nossa alimentação. Vivemos sozinhos na mata, ameaçados. As famílias não podem denunciar, e as lideranças estão reféns. O governo federal silencia. A Funai (Fundação Nacional do Índio) está distante, com garimpos há 10 km de distância de seu posto no território e helicópteros dos garimpeiros passando. O Ministério da Justiça em nenhum momento respondeu nossos relatórios com denúncias”. 

Garimpeiros incentivados pelo presidente a invadir reservas e tocar o terror na floresta para tirar qualquer grão de minério. O bolsopata dirá que a culpa foi da garota indígena, que estava em “trajes indecentes”.

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