Quando passei a usar o serviço de Uber, cinco anos atrás, ou mais, os motoristas eram educados, vestiam-se alinhados e ofereciam água e balinhas. Perguntavam que música o passageiro gostaria de ouvir, ou se preferiam o silêncio. Eu acho que havia uma aposta dos motoristas de que aquele era um trabalho que abriria caminho para o primeiro milhão. Lembro de ouvir motorista falando em economia liberal, aplicação na bolsa de valores, mercado e tal. Desapareceu tudo isso. O motorista de Uber está se conformando em ser um trabalhador de aplicativo sem direitos que tem que rodar 12 horas por dia pra fazer a feira, pagar universidade, criar os filhos e , se der, tirar uma semana de férias não remuneradas. O sonho americano murchou.
Mauro Sampaio
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