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Redação

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17/02/2021 - 09h02

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17/02/2021 - 09h02

Brasil pode produzir cerca de 80 milhões de doses de vacina por mês, diz W. Dias

Governadores vão propor soluções para a crise da Saúde ao ministro Pazuello.

 

Governador do Piauí, Wellington Dias, coordenador do tema vacina no Fórum Nacional de Governadores

 Governador do Piauí, Wellington Dias, coordenador do tema vacina no Fórum Nacional de Governadores

Os governadores do Brasil vão se reunir virtualmente, nesta quarta-feira (17), com o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, para propor soluções para a crise na saúde por conta do novo coronavírus. O encontro foi marcado pelos presidentes do Senado, Rodrigo Pacheco, e da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, a pedido dos governadores. Os gestores também querem a participação de representantes da Anvisa e os laboratórios Fiocruz, Butantan e União Química.

O governador do Piauí, Wellington Dias, coordenador do tema vacina no Fórum Nacional de Governadores, ressaltou que a situação é grave. “Temos hospitais com capacidade esgotada de atendimento, especialmente por falta de vaga de UTI, dificuldade de abastecimento com medicamentos e outros insumos necessários, provocada pelo descontrole nos preços, além de alto índice de contágio da Covid, pela expansão da nova variante do coronavírus, e de mortalidade, com mais de 1.100 óbitos diários”, reclamou.

Para solucionar os problemas no setor, Wellington Dias e os demais governadores irão apresentar quatro propostas ao ministro Pazuello.
A primeira delas é o imediato pagamento dos leitos de UTI e clínicos utilizados em cada estado ou município, conforme Plano Nacional. Além disso, os governadores quem o credenciamento pelo governo federal por todo leito utilizado. Segundo Wellington, o Ministério da Saúde descredenciou mais de 6 mil leitos e pretende descredenciar outros 3 mil. “O credenciamento de leitos pelo Ministério chegou em dezembro a 12 mil, mas, com o crescimento da transmissibilidade e adoecimento da população pela Covid, a demanda cresceu de janeiro para cá, chegando a 15 mil leitos”, frisou o coordenador, após reunir informações do Conselho Nacional dos Secretários de Saúde (Conass).

A segunda sugestão do Fórum de Governadores é que o Ministério da Saúde faça requisição administrativa de medicamentos e todos os insumos em falta, e envie para os municípios com problemas. Além disso, o fórum pede que o ministério coordene, em parceria com a Advocacia Geral da União (AGU), uma câmara de conciliação para estabelecer preço de referência para todo o Brasil, permitindo, dessa forma regularizar cumprimento dos contratos e abastecimentos para hospitais e barreiras de prevenção (luvas, EPIs, exames etc).

A terceira proposta dos gestores é a elaboração de um cronograma de entrega de vacinas contra a Covid em cada Estado, com as datas e número de vacinas previstas, mês a mês, de todos os laboratórios Butantan, Fiocruz, União Química e também as vacinas prometidas pela Organização Mundial da Saúde (OMS). “Isso permitirá planejamento, evitando crises de paralisações de vacinação como já está ocorrendo, ou problemas com a falta da segunda dose na data certa”, destacou Wellington Dias.

Ainda sobre a terceira proposta, o Fórum exigirá ainda a elaboração de plano para, quando cronograma de vacina anti-Covid avançar, enfrentar o problema das filas de outras doenças e cirurgias que foram adiadas para abrir vagas para Covid 19.

Por fim, a quarta e última solução apontada pelos governadores é que o presidente Jair Bolsonaro sancione a MP 1003/2020, que foi convertida em lei pelo Congresso Nacional. A MP estabelece regra para Anvisa validar em até 72 horas autorizações de vacinas já aprovadas por outras agências reguladoras. Dessa forma, tais vacinas poderão ser usadas no Brasil.

Uma delas é a russa Sputinik, que possui eficácia comprovada de 91% pode ser produzida pelo laboratório brasileira União Química, que vai importar 10 milhões de doses da vacina e tem capacidade de produzir oito milhões de unidades por mês no Brasil, podendo chegar a até 20 milhões, inclusive produzindo o insumo farmacêutico ativo (IFA). A liberação pela Anvisa também permitirá o uso, em solo brasileira, de imunizantes da Pfizer, Jansen, Moderna e todas que estão no consórcio organizado pela OMS, do qual o Brasil é parte.

Ainda sobre a última proposta, o Fórum Nacional de Governadores quer saber com clareza o que de fato o Ministério da Saúde tem de compra firme. Pois somente assim será possível saber se há mesmo excedente de vacina ao PNI – Plano Nacional de Imunização, que permitirá que estados, municípios e o setor privado fazer pactuação com o Ministério da Saúde para aquisição e uso de vacinas extras, na mesma regra do Plano Nacional de Imunização.

“Várias organizações privadas aceitam contribuir para acelerar vacinação no Brasil. Mais vacinas e mais vacinação é o que reduz adoecimento, reduz internações e reduz óbitos. É, portanto, este cronograma que nos permitirá planejar com segurança a retomada de medidas de segurança e social. Quanto mais cedo imunizar a população brasileira, mais cedo saímos da crise”, calcula o governador Wellington Dias.

O coordenador do tema de vacina acrescenta ainda que o Brasil é um dos poucos lugares do mundo com grande capacidade de produção de vacinas. Segundo ele, o Butantan pode produzir até 30 milhões de doses por mês, mesma capacidade da Fiocruz. Já a União Química pode chegar a 20 milhões. “Poderemos produzir cerca de 80 milhões de doses por mês e imunizar rapidamente os brasileiros (as) e ainda ajudar abastecendo outros países. Como este caminho não é prioridade?”, questiona Wellington Dias.

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