Meus amigos, essa história se passou com um amigo meu, quando ele era criança. Maurinho, como o chamavam, estava com crise de garganta. Seu Valdemar, o pai, chamou por dona Teresinha, a mãe, e começou uma conversa, com o menino escutando:
- Teresinha, você já viu como está a garganta desse menino? – Maurinho levantou as orelhas, atento.
- Tá inflamada. Vai ser o jeito chamar a Maria da Paz, para aplicar uma injeção nele. – As pregas do Maurinho se fecharam todas!
- Mas eu soube que ela está viajando... – As pregas se abriram.
- Não... Ela chegou ontem à tarde. – As pregas se fecharam.
- Pois mande chamar, porque ela mora longe. – As pregas se abriram.
- De bicicleta não demora. – As pregas se fecharam.
O tempo foi passando e a apreensão era grande.
- Teresinha, essa moça tá é demorando... – As pregas se abriram.
- Tá não. Ela já tá vindo ali na esquina. – As pregas se fecharam.
Maria da Paz chegou. Dona Teresinha chamou pelo filho.
- Bora, menino, te deita ali na cama e te prepara.
- Espere, dona Teresinha, que eu ainda vou ferver os aparelhos. – As pregas se abriram.
- Pois cuide, Maria da Paz. Os aparelhos já ferveram. – As pregas se fecharam.
- Calma. Eu ainda vou desmanchar o pó da injeção. – As pregas se abriram.
- Pronto. Cadê o menino? – As pregas se fecharam.
- Não se preocupe, que não tem agulha. – As pregas se abriram.
- Não engana o menino, Maria da Paz. – As pregas se fecharam.
Quando, enfim, Maria da Paz se aproximou, dona Teresinha gritou: “Amolece a bunda, menino, senão vai acabar quebrando a agulha...
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Eneas Barros, escritor piauiense - nas redes sociais.
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