O surto de microcefalia, que atinge boa parte do país,continua a preocupar, principalmente a região Nordeste. O aumento no número de casos está associado ao Zica Vírus transmitido pelo mesmo mosquito da Dengue. 

A presidenta do Conselho de Neurologia da Sociedade de Pediatria do Rio de Janeiro, Heloísa Viscaína, ressalta que o cuidado com as mães de filho começa ainda na gestação. Ela explica que as mães devem entrar em um programa especial de atenção médica desde a gestação. 

"A mãe precisa muito de apoio psicológico pois sabemos que ela vai ficar preocupada sobre a saúde global da criança", aponta. 

A pediatra avalia que o Brasil não está preparado para dar todo o suporte necessário para o acompanhamento da criança após o nascimento. "A criança deve ser seguida logo após nascer e ser estimulada precocemente. Ter consultas regulares e especializadas. Mas, infelizmente, não temos uma estrutura adequada. 

Dados atualizados de microcefalia

O Ministério da Saúde divulgou na terça-feira (29) o último boletim epidemiológico do ano sobre microcefalia. Os dados foram copilados até o dia 26 de dezembro. Até o momento, foram notificados 2.975 casos suspeitos da doença em recém-nascidos de 656 municípios de 20 unidades da federação. Também estão sendo investigados 40 óbitos suspeitos de microcefalia relacionados ao vírus Zika. 

Das 20 unidades da federação com casos suspeitos, nove permaneceram com número de casos suspeitos iguais ao Boletim anterior divulgado na semana passada (22/12). Três estados (TO, MG e MT) apresentaram diminuição de casos e oito apresentaram aumento de casos.

O maior número de casos foi registrado em Pernambuco (1.153), o que representa 38,76% dos casos de todo o país. O estado foi o primeiro a identificar aumento de microcefalia no país. Em seguida, estão os estados da Paraíba (476), Bahia (271), Rio Grande do Norte (154), Sergipe (146), Ceará (134), Alagoas (129), Maranhão (94) e Piauí (51).