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Domingo, 24 de novembro de 2024
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13/06/2016 - 09h54

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13/06/2016 - 09h54

Professor americano fala sobre a relação do forró e a cultura popular do Nordeste

O pesquisador trouxe ao debate o tema “Forró: síntese ou duelo do rural e urbano?”.

 UFPI

 

A noite deste domingo (12), no Salipi, foi marcada pelo bate-papo literário com Jack Draper, professor de Português e Estudos Culturais Brasileiros, da Universidade do Missouri, EUA. O pesquisador trouxe ao debate o tema “Forró: síntese ou duelo do rural e urbano?”.

 

Desde que ouviu o forró pela primeira vez quando esteve no Rio de Janeiro fazendo um curso de Português, Draper se encantou pelo gênero. O ritmo fez parte de seus estudos de doutorado e inspirou o livro “O forró e o regionalismo redentor do nordeste brasileiro. Música popular em uma cultura de migração”, recém-lançado no Brasil.

 

Jack Draper nunca havia estado no Piauí antes. Ele palestrou no Salipi a convite do amigo e poeta Salgado Maranhão, que conheceu o trabalho do pesquisador em visita a universidades americanas. Durante a palestra, Draper frisou que o estudo da cultura popular nordestina tem crescido nos Estados Unidos. Conforme o professor, o forró, desde seu surgimento, ajudou a projetar no cenário urbano as tradições culturais do meio rural. 

 

"Mesmo a partir dos anos 80, quando aconteceu uma atualização do forró com incremento de elementos de pop, verificou-se que, ao mesmo tempo, grupos mantiveram as tradições na linha do Gonzação, que começou tudo. Acho que os músicos do forró, mesmo sendo de subgêneros diferentes, preservam um respeito entre si. Um cara como Wesley Safadão ainda respeita as contribuições trazidas por gerações anteriores de músicos", avalia. 

 

Draper falou sobre a relação entre os mundos rural e urbano no Brasil e como essas realidades se aproximaram pelo forró. "No caso especialmente de Luiz Gonzaga, vemos a história de um homem que queria trazer as tradições rurais do sertão e dar mais espaço e respeito a elas dentro do cenário cultural urbano, que era privilegiado - à epoca de Gonzagão, fortemente representado pela Rádio Nacional do Rio de Janeiro. Foi um duelo mesmo para conseguir territorio na industria cultural do país, que os forrozeiros depois dele continuaram a lutar", destacou.

 

Para Jack Draper, "a narrativa do forró mostrou um outro lado do Brasil, uma cultura de raiz do Nordeste, que pôde contar uma história diferente do país”.

UFPI

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