Além de terra de gente acolhedora, Teresina se destaca por ser uma cidade de rica cultura, fortemente representada pelo artesanato. O trabalho manual, que utiliza matéria-prima natural para produzir peças únicas, tem se expandido pelo mundo e ganhado, cada vez mais, adeptos. Apenas na capital, podemos encontrar mais de 1.750 artesãos cadastrados no Sistema de Informações Cadastrais do Artesanato Brasileiro (Sicab), desenvolvido pelo Programa de Artesanato Brasileiro (PAB). São talentosos artistas que colocam a cidade e o estado em destaque tanto nacional, como internacional, por meio de um trabalho original e criativo.
Muitos desses profissionais se dedicam totalmente à prática do artesanato e fazem dela a principal fonte de renda. É o caso de Josielton Sousa, que há 20 anos confecciona peças de arte santeira e regional. O artista descobriu o artesanato aos 11 anos, quando fez amizade com o mestre Dim, consagrado artesão piauiense que dirige a Associação de Jovens Artesãos da Oficina Chico Barros. Após o ingresso na oficina, Josielton encontrou na cultura do artesanato uma paixão e se propôs a transformá-la em um estilo de vida.
Todos os dias, o jovem artesão inicia cedo o trabalho na Oficina Chico Barros, que também funciona como loja, localizada na Central de Artesanato Mestre Dezinho, no Centro de Teresina. Lá, esculturas, entalhes, placas, restaurações, madeira e courosão expostos e comercializados. Josielton produz peças pequenas, médias e grandes, que variam de R$ 40 a R$ 6 mil. O artista também trabalha com a exportação dos produtos confeccionados. Além dos turistas e piauienses adoradores do artesanato, o artista tem clientes fixos de São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Florianópolis, Recife e Brasília.
O espaço para a oficina é cedido pelo Governo do Estado, por meio do Programa de Desenvolvimento do Artesanato Piauiense (Prodart). “Eu sou louco pelo que faço e adoro produzir as peças aqui. Então, sou o primeiro a chegar. Um local fixo nos dá uma maior estabilidade, pois os clientes podem nos visitar a qualquer instante e tem também os turistas que sempre passam pelo Centro de Artesanato já com a intenção de adquirir algo. Aqui, na compra direta com o artesão, os clientes levam as peças por um valor menor do que levariam em lojas que revendem o nosso produto. É mais um ponto positivo”, diz Josielton Sousa.
O artesão também expõe e comercializa as peças em feiras e eventos, que de acordo com ele, são boas oportunidades. “Por meio do Prodart e do Programa de Artesanato Brasileiro nós participamos frequentemente de feiras municipais, regionais, estaduais, nacionais e até internacionais. Eu já participei de cinco e o rendimento é muito bom. Além de mostrar o meu trabalho e ter a chance de ficar conhecido Piauí afora, eu sempre vendo muitas peças e fidelizo clientes pelo Brasil”, pontua o artesão.
Para participar das feiras, o artista começa a confeccionar diversas peças com bastante antecedência. O último evento que ele participou foi a Feira Nacional de Negócios do Artesanato (Fenearte), realizada em julho, no estado de Pernambuco. “Comecei a produzir para a Fenearte no mês de fevereiro e das 30 peças que levei, apenas sete não foram vendidas. Conseguimos lucrar muito nas feiras, pois são dias consecutivos de visitas de pessoas que têm interesse por esse tipo de trabalho”, ressalta Josielton.
Para o futuro, o jovem tem muitos planos. “Quero viver em Teresina e trabalhar com o que amo fazer. Desde criança sou encantado por essa prática e fico muito honrado em poder mostrar um pouco da beleza e riqueza da nossa cidade, do nosso estado. Torço para que o trabalho dos artesãos passem a ser mais valorizados a cada dia e que o artesanato piauense ganhe o mundo”, finalizou o artesão.
Artesanato piauiense comercializa cerca de R$ 350 mil no primeiro semestre
A qualidade e singularidade das peças produzidas no Piauí são destaques em feiras realizadas em todo o país. Com o alto índice de vendas em tais eventos, apenas no primeiro semestre de 2016 o artesanato piauiense comercializou cerca de R$ 350 mil. Por meio do Prodart, nesse ano, dois mil artesãos foram beneficiados direta e indiretamente com a participação em feiras regionais, estaduais e nacionais.
“De janeiro a julho, participamos de nove grandes eventos, o que possibilitou essa quantidade significativa de comercialização. Para nós é uma vitória, pois além de conseguir mostrar as potencialidades e belezas do nosso estado, também há geração de empego e renda. Até o final do ano, estaremos ainda em oito feiras, expondo os produtos e consagrando grandes artistas do Piauí”, destaca o diretor do Prodart, Jordão Costa.
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