O conceito de biblioteca como um espaço dedicado apenas à leitura, onde o silêncio é a principal regra, vem se transformando ao longo dos anos. Hoje, a ideia de biblioteca deve estar associada a de um espaço de convivência que deve oferecer atrativos que chamem a atenção e, assim, incentive a paixão pela leitura e a formação de novos leitores.
Em Teresina, a Biblioteca Pública Estadual Cromwell de Carvalho passou por uma reforma e será reaberta ao público no início de novembro. Entre as novidades, uma vinilteca, onde os visitantes poderão “relaxar”, colocar os fones nos ouvidos e curtir uma boa música. O acervo deve receber mais de 10 mil vinis.
A música também vai se fazer presente no pátio da biblioteca, que ganhará um palco, onde serão realizados eventos culturais. Onde antes era um depósito, agora passará a ser o auditório. O acervo, formado hoje por 20 mil livros, está sendo todo informatizado e, em breve, os frequentadores poderão fazer empréstimos através do Sistema Nacional de Bibliotecas Públicas.
“Duas bibliotecárias estão realizado este trabalho de levantamento. Assim que a biblioteca for reaberta já voltamos a funcionar normalmente e iniciamos o cadastro dos interessados”, explica o coordenador da Biblioteca Estadual, Luciano Brandão.
Além de pintura nova, o prédio ganhou novos banheiros e todo o teto foi reformado. No total, foram gastos cerca de R$ 680 mil com a reforma, iniciada em abril deste ano, pelo Governo do Estado, através da Secretaria Estadual de Cultura – Secult. A sala de informática ganhará 11 novos computadores que poderão ser utilizados pelos visitantes. Fora da sala ainda há pontos de acesso livre à internet. Outra novidade são salas para grupos de estudo.
A criançada também terá um local só para elas: uma sala que reúne grandes obras infantis e brinquedoteca. A biblioteca possui ainda um acervo de livros em braille para deficientes visuais. “A sala ganhará um piso adequado para receber este público e, em parceria com a Associação de Cegos do Piauí, vamos poder incentivar o acesso a essas obras”, explica o coordenador, Luciano Brandão.
Outro espaço que merece destaque é a Sala do Piauí, que vai reunir obras raras piauienses, algumas escritas há mais de 100 anos. Antes da reforma, a biblioteca recebia uma média de 400 pessoas por dia. Com a reabertura, alguns projetos também devem ser retomados, como o “Troca-troca” e o “Quanto Vale” (o visitante poderá comprar o livro por um valor simbólico e o valor arrecadado será destinado a uma instituição de caridade). O projeto ainda ajuda na revitalização do acervo, já que os livros têm um tempo de vida útil e após esse tempo devem ser trocados.
“Queremos criar o clube do livro, para incentivar a leitura. O interessado vai ter uma carteirinha e ainda ganhará descontos em eventos culturais”, diz Luciano.
Além da biblioteca, o Museu do Piauí Casa de Odilon Nunes é outro espaço que pertence à Secult e que passa por reforma. As obras devem ser concluídas em 30 dias.
“São casas que não eram reformadas de verdade há muitos anos. Queremos valorizar nossos espaços culturais e atrair mais visitantes. Essas casas contam a história do nosso Estado e merecem ser preservadas. O mesmo vamos fazer em outras cidades piauienses”, conclui o secretário estadual de Cultura, Fábio Novo.
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