O jornalista Mauro Sampaio, colaborador do Acesse Piauí, nos brinda com mais uma publicação. Desta vez ele lança seu sexto livro "De Ônibus", onde narra em forma de fotografia e texto a sua experiência pessoal sobre a troca do carro particular pelo ônibus coletivo.
O lançamento será na próxima sexta-feira (13), a partir das 19h30, em Teresina, na Cafeteria O Guarani, situada na Av. Aviador Irapuã Rocha, 1212, Jockey.
O jornalista falou com exclusividade ao Acesse Piauí sobre o novo livro. Mauro Sampaio é também autor de "Mas, pai, é sério!", "Guia Turisticamente Incompleto da Europa - uma lua de mel" e do "País da Felicidade - Outro Guia Turisticamente Incompleto da Europa" e "Nem anjos Nem demônios - O Congresso Nacional".
Acesse Piauí- como surgiu a ideia desse novo livro?
Mauro - Vendi o carro em novembro de 2014 e decidi que não teria outro. Queria aderir ao transporte coletivo sem a chance de retornar ao carro. Estamos no início de 2017 e me sinto satisfeito com a mudança. Pelo menos onde resido em Brasília, agrada-me o serviço. Utilizo o ônibus todos os dias para me deslocar ao trabalho e retornar. Posso afirmar que sou capaz de ir de ônibus a qualquer lugar do Distrito Federal. Quando não se sabe qual linhar tomar, basta perguntar. Os passageiros são solidários. Essa nova experiência despertou meu olhar fotográfico. Logo nas primeiras semanas, passei a registrar imagens nos ônibus e nas paradas. A fotografia é uma causa, ou várias. Passageiros, motoristas e cobradores se tornaram essa causa que virou um livro, De ônibus. De ônibus é um pouco sobre a experiência de ficar sem carro, e não sentir saudades do maior sonho de consumo do brasileiro. E é, sobretudo, o olhar fotográfico de um passageiro em sua rotina diária de sair de casa para o trabalho e voltar no fim do expediente, dividindo espaço com outros passageiros. Acho que aprendi a ser mais coletivo nesse processo.
Acesse Piauí - como avalia o transporte coletivo em Brasília ?
Mauro - O transporte coletivo em Brasília é merecedor de críticas, como em qualquer outra cidade. Por sinal, De ônibus é concluído com uma reclamação, bastante procedente, da atriz Camila Márdila, a Jéssica do filme "Que horas ela volta?": os ônibus praticamente desaparecem depois das 22 h. No Rio de Janeiro, ela compara, ninguém deixa de ir para casa se ficar na balada até a madrugada. Em Brasília, precisamos recorrer à carona, ao táxi ou ao Uber.
Acesse Piauí - qual a diferença do transporte coletivo de Brasília em relação a Teresina?
Mauro - Não moro em Teresina desde 2003. Fui usuário eventual do ônibus na fase universitária, entre 1987 e 1996. Antes, também. Ia aos treinos de basquete, no clube AABB, tomando, no centro, uma das linhas para o Dirceu Arcoverde. Andar de ônibus nunca me incomodou. Seria muito bom que o transporte coletivo fosse mais requisitado, inclusive por quem não quer abdicar do carro. Diria que a principal diferença entre Teresina e Brasília é que lá só os estupidamente ricos não passam pela catraca. Parece haver uma forte objeção da classe média teresinense pelo ônibus, sob várias justificativas, entre elas, o desconforto térmico. Mas, a cada dia que passa, nota-se, sem muito esforço, que não haverá condições de comportar tantos carros particulares nas ruas da cidade. Por que não pegar um ônibus?
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