Antes concentrada apenas em Teresina, principalmente pelo fato de ser a maior cidade e a capital do Estado, a violência começa a se espalhar por outros municípios do Piauí, do interior ao litoral. Em dezembro a maioria dos assassinatos ocorridos no Estado foi registrada fora da Capital, sendo registrados 44 homicídios dolosos no mês passado: 19 em Teresina e 25 nas demais cidades.
Os dados são de uma pesquisa mensal realizada pelo Sindicato dos Policiais Civis de Carreira do Piauí (Sinpolpi) para mostrar o crescimento da violência no Estado. Segundo o presidente do Sinpolpi, Cristiano Ribeiro, poucas vezes durante a realização da pesquisa foi registrado um número maior de crimes nos outros municípios.
Segundo a pesquisa, os municípios onde ocorreram mais assassinatos foram: Parnaíba com cinco crimes, Campo Maior com três, Santa Filomena e Cocal da Estação, com dois casos cada. Em Santa Filonema, município localizado a cerca de 960 quilômetros ao sul, a população nunca havia presenciado dois homicídios dolosos no mesmo mês, até mesmo em um ano o fato era raro.
Um dos fatos atribuídos a esta “interiorização” da violência é o trafico de drogas que está se espalhando pelos municípios, sempre com envolvimento de ex-detentos.
“Pessoas que já estiveram presas em algum estabelecimento penal do Estado, ou mesmo em delegacias, é o segundo grupo de vítimas que mais perdeu a vida em um homicídio dolosos no mês passado. No total foram seis crimes neste grupo ficando atrás apenas das pessoas que eram lavradores ou estudante”, afirmou Cristiano Ribeiro.
O mesmo número se dá quanto o analisado é o item “suposto motivo do delito”. De 44 pessoas assassinadas em dezembro no Piauí, seis delas tiveram como motivos, a briga de gangue pelo controle dos pontos de drogas. Se forem contado os casos de assassinatos por rixas, vinganças ou mesmo acerto de contas, motivos que estão ligados ao tráfico de drogas.
“Aumenta consideravelmente o total de casos onde o tráfico foi quem determinou a execução e comprovando que, percebendo que a Polícia na Capital está mais ligada a este tipo de delito, até mesmo porque já conhece o ‘modus operandi’ das quadrilhas, os traficantes começam ao levar a violência para lugares antes tidos como paraísos da calmaria”, destacou o presidente do Sinpolpi.
Comentários
Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião desta página, se achar algo que viole os termos de uso, denuncie.