Semana passada 2,5 milhões de mulheres se uniram para gritar aos quatros cantos o porquê de sermos totalmente contra um candidato a presidente do nosso país. Criamos um grupo no facebook com a intenção de conseguirmos 1 milhão de seguidoras. Em menos de 3 dias já éramos mais de 2,5 milhões. O grupo criado na Bahia conseguiu chegar a todo o Brasil e não só isso, conseguimos criar páginas em todos os estados e em inúmeras cidades. Como era de se esperar o grupo sofreu ataques de hackers ligados ao candidato, que como se sabe muito bem, não aceita oposição enquanto candidato, o que dirá quando assumir o poder. Entraram em nosso grupo, mudaram a logo, expulsaram as 90 moderadoras e numa jogada digna do lúcifer Joseph Goebbels, transformaram a nossa página momentaneamente no lugar deles, afirmando que a página das #mulheresunidascontraobolsonaro era fake e que a das mulheres pró Bolsonaro era a única real. Hoje segundo matéria da UOL em que a repórter Thalyta Vespa tentou entrar e chegou a entrevistar 3 eleitoras do candidato ( https://universa.uol.com.br/noticias/redacao/2018/09/19/entrei-no-grupo-mulheres-com-bolsonaro-e-fui-expulsa-em-dois-minutos.htm ), o grupo pró-Bolsonaro tem 773 mil pessoas/seguidores ( homens e mulheres) e no nosso grupo, após os ataques temos 1,4 milhão mulheres e 1,1 milhão de convites.
De fato, os articuladores da campanha conhecem bem o seu público e fabricam notícias falsas a todo segundo, potencializando o resultado da pesquisa que aponta os grupos de familiares brasileiros como os maiores divulgadores de fake News do mundo, sendo o MBL-Movimento Brasil Livre o maior produtor.
Todavia, roubar a nossa página em uma rede social, não teve o impacto que desejavam, apenas despertou o maior número de mulheres que hoje se articulam em todo o país para realizar atos públicos contra a proposta de tal candidato no dia 29 de setembro. Em Teresina estaremos nos concentrando no dia 29 de setembro, na Praça da Liberdade às 16 h e sairemos em direção ao Parque da Cidadania onde faremos uma Vigília-show pela PAZ, pelo RESPEITO e pelos DIREITOS de todas as minorias.
Somos um movimento suprapartidário. Isto significa que temos mulheres que votam nos mais diversos candidatos, alinhados com a esquerda, centro-esquerda, centro e até direita, mas que tem consciência de que o maior mal que ameaça o Brasil nesse momento, vem das ideias colhidas na cartilha hitlleriana Mein Kampf e muito bem praticadas pelo candidato que usa Deus e Cristo como escudo para a sedução dos ouvintes pela palavra fácil.
Em toda minha vida de pesquisadora de história da mídia, nunca pensei em sugerir para qualquer pessoa ler Mein kampf e, mesmo agora, creio que não é a hora, porque os que seguem cegamente o candidato, lerão e farão como os brasileiros que contestaram a existência do holocausto e que obrigou a embaixada da Alemanha a explicar o que foi o holocausto e que lá, um país que fez o dever de casa, se aprende desde cedo o mal e os erros que foram cometidos e que não devem mais acontecer.
Pois bem, muitos seguidores do candidato em pauta, o seguem como voto de protesto e ainda afirmam ser por princípios cristãos, visto tamanha indignação com a corrupção que se alastrou e foi revelada ao longo dos governos do Partido dos Trabalhadores. Indignação com um câncer que corrói a nação e se impregna em quase todo o sistema representativo com tentáculos no sistema judiciário. A indignação é legítima e deve nos levar para o caminho do bem, sobretudo, do bem ao próximo e não para o mal de um regime de extrema direita (obviamente os conceitos de direita e de esquerda no Brasil estão naturalizados e ouço afirmações tão absurdas quanto convictas, comuns aos que não conhecem a história do pensamento e das ideologias). Todavia, tal indignação é localizada e se restringe ao ódio cego ao PT e à corrupção a ele imputada, mas não chega a visualizar o abismo em que nos encontramos.
Então retornando ao nosso tema; hoje, portanto, não falo aos “cristãos” convictos que apoiam o candidato Bolsonaro, visto que a doutrina deles deve ser diferente da minha, falo para os que ainda não decidiram e podem por protesto seguir o caminho do projeto de extrema direita aqui mencionado. Falo para as mulheres e começo afirmando que o nosso movimento é pacífico e pautado na prática da não violência ( satyagraha), porque somos mulheres e sofremos diariamente com a violência simbólica que autoriza a violência física que nos estupra, nos mata e nos deixa marcas diariamente no Brasil.
Então que fique claro que NÃO QUEREMOS E NÃO PREGAMOS ARMAS EM PUNHO para nenhum brasileiro. Afinal o Cristo que conhecemos nunca empunhou uma arma ou pediu que seus seguidores usassem armas, as suas armas eram a bondade e o perdão.
Cristo nunca disse MATARÁS ou METRALHARÁS. Cristo disse AMARÁS o próximo. Cristo nunca fez mal a nenhuma mulher, muito menos incitou o ódio contra as mulheres, ao contrário, defendeu Maria Madalena. Cristo não condenou o ladrão que foi crucificado junto com ele, ao contrário, o perdoou. E o mais importante Cristo nunca pregou a tortura, CRISTO FOI TORTURADO até a morte.
Mas o nosso movimento não envolve somente mulheres cristãs. Nós somos pelo estado laico e pela liberdade e respeito a todas as religiões. Entendemos que nenhum Deus é melhor que o outro. Fazer guerras e matar por um Deus tem deixado marcas profundas na história da humanidade, está na hora de aceitarmos o outro e não de acabarmos com o outro.
Aceitar o outro implica em aceitar a diversidade de gênero (não existe ideologia de gênero), aceitar as diversas cores, aceitar as múltiplas formações familiares desde que pautadas no amor e não no ódio que mata mulheres e homossexuais e que faz uma torcida inteira de um time de futebol brasileiro gritar, incitada pelas ideias do candidato, no último final de semana, que “ Bolsonaro vai matar veado”. Isso é a violência simbólica que autoriza a violência física.
No que concerne aos direitos trabalhistas e remunerações, defendemos que os salários sejam iguais para homens e mulheres. Defendemos a garantia dos direitos constitucionais. Defendemos a licença maternidade.
Nós lutamos contra a dominação androcêntrica (masculina) que nos violenta todos os dias e autoriza o homem a estuprar uma mulher, tendo como desculpa a roupa ou o lugar em que a mulher se encontra, sendo que ao homem é permitido dispor do seu corpo como bem entende. Defendemos a mulher que sofreu o crime e não o criminoso, estuprador.
O candidato Bolsonaro é tão articulado em todos os sentidos em direção a prejudicar a população e as minorias, e já disse que governará para o que denomina de maioria e que parte do povo brasileiro, mesmo sendo mulher, negro, gay, pobre e nordestino, acredita estar no âmbito da maioria que o sujeito fala. Por exemplo, o Projeto de Lei 6055/2013 disponível no site da Câmara Federal: http://www.camara.gov.br/proposicoesWeb/fichadetramitacao?idProposicao=586417, pretende revogar a Lei 12.845 de 1º de agosto de 2013 que “dispõe sobre o atendimento obrigatório e integral às pessoas vítimas de violência sexual”. O projeto foi proposto pela bancada evangélica, Pastor Eurico PSE-Pernambuco, Pastor Marco Feliciano PSC-SP, Costa Ferreira PSC-Maranhão e outros. Quando clicamos no link outros surgem mais deputados proponentes surgem, inclusive, Jair Bolsonaro. Mas o PL 6055/2013 foi apensado ao PL 6033/2013 e arquivado. Em 2015, o hoje, candidato à Presidência pediu o desarquivamento do mesmo, o que foi negado pela Mesa Diretora da Câmara dos Deputados, que nessa época ainda tinha alguma lucidez. Só me pergunto o que faz uma bancada de pastores desejar prejudicar vítimas de violência sexual.
Então por tudo isso, somos contra o candidato Bolsonaro. Se você está votando nele por protesto ao PT, escolha então outro candidato, o leque é grande e você pode optar por alguém que se assemelhe ao seu pensamento.
De fato, os articuladores da campanha conhecem bem o seu público e fabricam notícias falsas a todo segundo, potencializando o resultado da pesquisa que aponta os grupos de familiares brasileiros como os maiores divulgadores de fake News do mundo, sendo o MBL-Movimento Brasil Livre o maior produtor.
Todavia, roubar a nossa página em uma rede social, não teve o impacto que desejavam, apenas despertou o maior número de mulheres que hoje se articulam em todo o país para realizar atos públicos contra a proposta de tal candidato no dia 29 de setembro. Em Teresina estaremos nos concentrando no dia 29 de setembro, na Praça da Liberdade às 16 h e sairemos em direção ao Parque da Cidadania onde faremos uma Vigília-show pela PAZ, pelo RESPEITO e pelos DIREITOS de todas as minorias.
Somos um movimento suprapartidário. Isto significa que temos mulheres que votam nos mais diversos candidatos, alinhados com a esquerda, centro-esquerda, centro e até direita, mas que tem consciência de que o maior mal que ameaça o Brasil nesse momento, vem das ideias colhidas na cartilha hitlleriana Mein Kampf e muito bem praticadas pelo candidato que usa Deus e Cristo como escudo para a sedução dos ouvintes pela palavra fácil.
Em toda minha vida de pesquisadora de história da mídia, nunca pensei em sugerir para qualquer pessoa ler Mein kampf e, mesmo agora, creio que não é a hora, porque os que seguem cegamente o candidato, lerão e farão como os brasileiros que contestaram a existência do holocausto e que obrigou a embaixada da Alemanha a explicar o que foi o holocausto e que lá, um país que fez o dever de casa, se aprende desde cedo o mal e os erros que foram cometidos e que não devem mais acontecer.
Pois bem, muitos seguidores do candidato em pauta, o seguem como voto de protesto e ainda afirmam ser por princípios cristãos, visto tamanha indignação com a corrupção que se alastrou e foi revelada ao longo dos governos do Partido dos Trabalhadores. Indignação com um câncer que corrói a nação e se impregna em quase todo o sistema representativo com tentáculos no sistema judiciário. A indignação é legítima e deve nos levar para o caminho do bem, sobretudo, do bem ao próximo e não para o mal de um regime de extrema direita (obviamente os conceitos de direita e de esquerda no Brasil estão naturalizados e ouço afirmações tão absurdas quanto convictas, comuns aos que não conhecem a história do pensamento e das ideologias). Todavia, tal indignação é localizada e se restringe ao ódio cego ao PT e à corrupção a ele imputada, mas não chega a visualizar o abismo em que nos encontramos.
Então retornando ao nosso tema; hoje, portanto, não falo aos “cristãos” convictos que apoiam o candidato Bolsonaro, visto que a doutrina deles deve ser diferente da minha, falo para os que ainda não decidiram e podem por protesto seguir o caminho do projeto de extrema direita aqui mencionado. Falo para as mulheres e começo afirmando que o nosso movimento é pacífico e pautado na prática da não violência ( satyagraha), porque somos mulheres e sofremos diariamente com a violência simbólica que autoriza a violência física que nos estupra, nos mata e nos deixa marcas diariamente no Brasil.
Então que fique claro que NÃO QUEREMOS E NÃO PREGAMOS ARMAS EM PUNHO para nenhum brasileiro. Afinal o Cristo que conhecemos nunca empunhou uma arma ou pediu que seus seguidores usassem armas, as suas armas eram a bondade e o perdão.
Cristo nunca disse MATARÁS ou METRALHARÁS. Cristo disse AMARÁS o próximo. Cristo nunca fez mal a nenhuma mulher, muito menos incitou o ódio contra as mulheres, ao contrário, defendeu Maria Madalena. Cristo não condenou o ladrão que foi crucificado junto com ele, ao contrário, o perdoou. E o mais importante Cristo nunca pregou a tortura, CRISTO FOI TORTURADO até a morte.
Mas o nosso movimento não envolve somente mulheres cristãs. Nós somos pelo estado laico e pela liberdade e respeito a todas as religiões. Entendemos que nenhum Deus é melhor que o outro. Fazer guerras e matar por um Deus tem deixado marcas profundas na história da humanidade, está na hora de aceitarmos o outro e não de acabarmos com o outro.
Aceitar o outro implica em aceitar a diversidade de gênero (não existe ideologia de gênero), aceitar as diversas cores, aceitar as múltiplas formações familiares desde que pautadas no amor e não no ódio que mata mulheres e homossexuais e que faz uma torcida inteira de um time de futebol brasileiro gritar, incitada pelas ideias do candidato, no último final de semana, que “ Bolsonaro vai matar veado”. Isso é a violência simbólica que autoriza a violência física.
No que concerne aos direitos trabalhistas e remunerações, defendemos que os salários sejam iguais para homens e mulheres. Defendemos a garantia dos direitos constitucionais. Defendemos a licença maternidade.
Nós lutamos contra a dominação androcêntrica (masculina) que nos violenta todos os dias e autoriza o homem a estuprar uma mulher, tendo como desculpa a roupa ou o lugar em que a mulher se encontra, sendo que ao homem é permitido dispor do seu corpo como bem entende. Defendemos a mulher que sofreu o crime e não o criminoso, estuprador.
O candidato Bolsonaro é tão articulado em todos os sentidos em direção a prejudicar a população e as minorias, e já disse que governará para o que denomina de maioria e que parte do povo brasileiro, mesmo sendo mulher, negro, gay, pobre e nordestino, acredita estar no âmbito da maioria que o sujeito fala. Por exemplo, o Projeto de Lei 6055/2013 disponível no site da Câmara Federal: http://www.camara.gov.br/proposicoesWeb/fichadetramitacao?idProposicao=586417, pretende revogar a Lei 12.845 de 1º de agosto de 2013 que “dispõe sobre o atendimento obrigatório e integral às pessoas vítimas de violência sexual”. O projeto foi proposto pela bancada evangélica, Pastor Eurico PSE-Pernambuco, Pastor Marco Feliciano PSC-SP, Costa Ferreira PSC-Maranhão e outros. Quando clicamos no link outros surgem mais deputados proponentes surgem, inclusive, Jair Bolsonaro. Mas o PL 6055/2013 foi apensado ao PL 6033/2013 e arquivado. Em 2015, o hoje, candidato à Presidência pediu o desarquivamento do mesmo, o que foi negado pela Mesa Diretora da Câmara dos Deputados, que nessa época ainda tinha alguma lucidez. Só me pergunto o que faz uma bancada de pastores desejar prejudicar vítimas de violência sexual.
Então por tudo isso, somos contra o candidato Bolsonaro. Se você está votando nele por protesto ao PT, escolha então outro candidato, o leque é grande e você pode optar por alguém que se assemelhe ao seu pensamento.
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