Ao detonar duas bombas na Praça dos Três Poderes, em Brasília, e depois se explodir na frente do Supremo Tribunal Federal, nessa quarta-feira (13.11.24), Francisco Wanderley Luiz mandou para os ares qualquer chance de anistiar os golpistas do 8 de janeiro - Jair Bolsonaro (PL) incluso.
O chaveiro catarinense, candidato derrotado à Câmara dos Vereadores de Rio do Sul (SC) pelo PL, em 2020, é exemplo do que brota quando punições rigorosas não são dadas a líderes de movimentos contra a democracia e quando o grosso da coletividade não repudia golpes de Estado.
Do ponto de vista político, pouco importa se Francisco tinha problemas mentais ou estava profundamente perturbado. Ele certamente foi inspirado por doidos e velhacos que vieram antes dele e seus atos tresloucados devem incentivar malucos e patifes que podem vir depois.
A Justiça tem um papel fundamental de interromper esse ciclo. Ainda mais porque as mensagens que ele compartilhou nas redes mostraram uma pessoa que absorveu os elementos discursivos do bolsonarismo radical e os colocava em prática. Ao que tudo indica, buscava ser uma espécie de faísca da mudança.
Apontou jornalistas e políticos da direita liberal como comunistas, criticava generais legalistas e sugeriu o 15 de novembro para começar uma revolução no Brasil - mesma data que foi aventada, em 2022, por golpistas para uma insurreição, segundo informações obtidas pela investigação da Polícia Federal. Não à toa, explodiu-se dois dias antes.
Bolsonaristas mais radicais defendiam a anistia a todo o custo, contando com a perda de memória da maioria da população. Até que veio o unabomber que disputou eleição pelo PL atrapalhou os planos.
Decerto não foi sua intenção, mas seu ato fez mais pelo campo democrático do que que poderia imaginar. Pois relembra à sociedade porque é necessário não deixar os golpistas de 8/1 passarem impunes à História.
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Leonardo Sakamoto, jornalista - nas redes sociais.
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