IDEOLOGIA Para Norman Fairclough “as ideologias são representações que contribuem para a constituição, a reprodução e a transformação das relações sociais de poder e dominação. Há muitos pontos de vista diferentes sobre ideologia, mas uma grande divisão é entre os conceitos “críticos” versus os conceitos “descritivos” de ideologia, e o que caracteriza essencialmente os conceitos críticos é que as ideologias são vistas como uma modalidade de poder, uma modalidade que constitui e sustenta relações de poder por meio da produção de consenso ou, pelo menos, aquiescência, poder mais por meio da hegemonia quer da violência e da força”.
Para Thompson as ideologias são “maneiras como o sentido serve para estabelecer e sustentar relações de dominação”, possui um caráter de ilusão ou de falsa consciência e trabalha em prol da dominação. Para Karl Marx como para os pensadores da Escola Frankfurt na Alemanha, a ideologia mascara a realidade revelando apenas sua mera aparência.
DESSE MODO desconfie de quem diz que quer silenciar um pensamento opositor seja ele, político, econômico, social ou religioso, visto que ao impor um único modo de pensar, um único modelo econômico, a dominação dos ricos sobre os pobres, ou um único Deus, afirmando que está eliminando ideologias; em verdade, o que está tentando fazer é eliminar pensamentos contrários objetivando fazer valer um pensamento dominante único, isso sim é a ideologia da dominação. O recurso discursivo se pauta na negação da ideologia, quando na verdade está se utilizando dela para se impor hegemonicamente.
VERDADE
Friedrich Niezstche contesta veementemente a verdade naturalizada, institucionalizada e que serve a estruturas de poder e de moral dominantes. Instigando os filósofos trabalha a vontade de verdade como o desejo que move tantos os filósofos como as sociedades e pergunta por exemplo, como poderia a verdade nascer de seu oposto, o engano. Para Niezstche, as filosofias como as sociedades mentem ao afirmarem verdades, visto que em tese, se pautam em enganos ou mentiras.
Para Niezsche “ a falsidade de um juízo não chega a constituir para nós, uma objeção contra ele; é talvez nesse ponto que a nossa nova linguagem soa mais estranha. A questão é em que medida ele promove ou conserva a vida, conserva ou até mesmo cultiva a espécie; e a nossa inclinação básica é afirmar que os juízos mais falsos ( entre os quais os juízos sintéticos a priori), nos são os mais indispensáveis, que, sem permitir a vigência das ficções lógicas, sem medir a realidade com o mundo puramente inventado do absoluto, do igual a si mesmo, o homem não poderia viver - que renunciar aos juízos falsos equivale a renunciar à vida, negar a vida. Reconhecer a inverdade como condição de vida: isto significa, sem dúvida, enfrentar de maneira perigosa os habituais sentimentos de valor; e uma filosofia que se atreve a fazê-lo se coloca, apenas por isso, além do bem e do mal”.
Michel Foucault trabalhando sob a influência de Friedrich Niezstche desenvolve inúmeros trabalhos/tratados sobre a verdade partindo da vontade de verdade passando pela história da verdade enquanto conceito mutante ao longo dos séculos, pelos jogos da verdade, regimes de verdade, economia da verdade e política da verdade que se modificam a cada sociedade e a cada temporalidade.
Nesse sentido Foucault nos diz que “ creio que o importante é que a verdade não está fora do poder nem carece de poder (ela não é, [...] a recompensa dos espíritos livres, ou a filha das longas solidões, ou o privilégio daqueles que souberam libertar-se”. A verdade é deste mundo; ela é produzida nele graças a coerções múltiplas. E ela possui nele [mundo] efeitos regrados de poder. Cada sociedade tem seu regime de verdade, sua ‘política’ geral da verdade, isto é, os tipos de discursos que ela aceita e faz funcionar como verdadeiros, os mecanismos e as instâncias que permitem distinguir os enunciados verdadeiros dos falsos, a maneira como se sancionam uns e outros; as técnicas e os procedimentos que são valorizados para a obtenção da verdade; o estatuto daqueles que tem a função de dizer o que funciona como verdadeiro”.
ENTÃO que tal nos perguntarmos que regime de verdade, economia da verdade, políticas da verdade estamos adotando nos dias atuais no Brasil? Será que estamos mais inclinados a uma vontade detratar a mentira como verdade, por mais estapafúrdia que ela seja, como kit gay e congresso gay para crianças, para justificar nossos enganos?
POLÍTICA
Para Jacques Rancière a política existe onde quer que a contagem das partes e das “partes” da sociedade é perturbada pela inscrição de uma parte dos sem-parte. Ela começa quando a igualdade de qualquer um com qualquer um inscreve-se como liberdade do povo. Essa liberdade do povo é uma propriedade vazia, uma propriedade imprópria pela qual aqueles que não são nada colocam seu coletivo como idêntico ao todo da comunidade. A política existe enquanto formas de subjetivação singulares renovarem as formas da inscrição primária da identidade entre o todo da comunidade e o nada que a separa de si mesma, quer dizer, da mera contagem das partes. A política deixa de existir ali onde não tem mais lugar essa distância, onde o todo da comunidade é reduzido sem resto à soma de suas “partes”.
DESSE MODO a política deve ser exercida de modo consciente e deve para servir para a libertação e não para dominação de uns sobre os outros.
PODER
Para Michel Foucault o poder não é privilégio de uma classe dominante, não se detém em cargos públicos de exercício de um poder, não se restringe ao topo da pirâmide, não emana somente de instituições e mecanismos que regulam e gerem o Estado, mas pode nascer, se estruturar e se revelar em todos os relacionamentos e de diversos modos. Dito de modo simples, o poder, para Foucault é onipresente e exercido por todos em algum momento, como uma espécie de coextensão das relações sociais, onde se manifesta e se revela.
O poder, portanto, se constitui a partir de uma multiplicidade de relações cuja natureza é de imanência ao lugar de sua própria operação, por outro lado, como nos diz Foucault não se detém o poder, mas somente se exerce , pois “[...]não há poder que seja exercido sem uma série de metas e objetivos”, que serão classificados pelo autor como táticas e estratégias, portanto, “[...] não se trata do privilégio adquirido ou preservado, da classe dominante, mas do efeito global das suas posições estratégicas”, nessa roda infinita de relações de poder que tem lugar no cenário social.
Para Foucault o poder nasce e se constitui na diversidade das relações que iniciam em baixo e que se sobrepõem umas às outras, entrelaçando e estruturando o que se conformará no exercício do poder. Para este autor, não é o soberano quem se investe de poder, mas são as relações de poder que tornam possível o exercício do poder, pelo soberano. Portanto, em Foucault, o poder é sempre intencional, e, em antítese, subjetivo.
PARA PENSAR: que relações de poder estamos estruturando para permitir um país mais justo e igualitário ? Estamos? Ou, nosso trabalho é no sentido de nos distanciarmos do pobre a quem desejamos sempre pobre para podermos fazer caridade?
Para Thompson as ideologias são “maneiras como o sentido serve para estabelecer e sustentar relações de dominação”, possui um caráter de ilusão ou de falsa consciência e trabalha em prol da dominação. Para Karl Marx como para os pensadores da Escola Frankfurt na Alemanha, a ideologia mascara a realidade revelando apenas sua mera aparência.
DESSE MODO desconfie de quem diz que quer silenciar um pensamento opositor seja ele, político, econômico, social ou religioso, visto que ao impor um único modo de pensar, um único modelo econômico, a dominação dos ricos sobre os pobres, ou um único Deus, afirmando que está eliminando ideologias; em verdade, o que está tentando fazer é eliminar pensamentos contrários objetivando fazer valer um pensamento dominante único, isso sim é a ideologia da dominação. O recurso discursivo se pauta na negação da ideologia, quando na verdade está se utilizando dela para se impor hegemonicamente.
VERDADE
Friedrich Niezstche contesta veementemente a verdade naturalizada, institucionalizada e que serve a estruturas de poder e de moral dominantes. Instigando os filósofos trabalha a vontade de verdade como o desejo que move tantos os filósofos como as sociedades e pergunta por exemplo, como poderia a verdade nascer de seu oposto, o engano. Para Niezstche, as filosofias como as sociedades mentem ao afirmarem verdades, visto que em tese, se pautam em enganos ou mentiras.
Para Niezsche “ a falsidade de um juízo não chega a constituir para nós, uma objeção contra ele; é talvez nesse ponto que a nossa nova linguagem soa mais estranha. A questão é em que medida ele promove ou conserva a vida, conserva ou até mesmo cultiva a espécie; e a nossa inclinação básica é afirmar que os juízos mais falsos ( entre os quais os juízos sintéticos a priori), nos são os mais indispensáveis, que, sem permitir a vigência das ficções lógicas, sem medir a realidade com o mundo puramente inventado do absoluto, do igual a si mesmo, o homem não poderia viver - que renunciar aos juízos falsos equivale a renunciar à vida, negar a vida. Reconhecer a inverdade como condição de vida: isto significa, sem dúvida, enfrentar de maneira perigosa os habituais sentimentos de valor; e uma filosofia que se atreve a fazê-lo se coloca, apenas por isso, além do bem e do mal”.
Michel Foucault trabalhando sob a influência de Friedrich Niezstche desenvolve inúmeros trabalhos/tratados sobre a verdade partindo da vontade de verdade passando pela história da verdade enquanto conceito mutante ao longo dos séculos, pelos jogos da verdade, regimes de verdade, economia da verdade e política da verdade que se modificam a cada sociedade e a cada temporalidade.
Nesse sentido Foucault nos diz que “ creio que o importante é que a verdade não está fora do poder nem carece de poder (ela não é, [...] a recompensa dos espíritos livres, ou a filha das longas solidões, ou o privilégio daqueles que souberam libertar-se”. A verdade é deste mundo; ela é produzida nele graças a coerções múltiplas. E ela possui nele [mundo] efeitos regrados de poder. Cada sociedade tem seu regime de verdade, sua ‘política’ geral da verdade, isto é, os tipos de discursos que ela aceita e faz funcionar como verdadeiros, os mecanismos e as instâncias que permitem distinguir os enunciados verdadeiros dos falsos, a maneira como se sancionam uns e outros; as técnicas e os procedimentos que são valorizados para a obtenção da verdade; o estatuto daqueles que tem a função de dizer o que funciona como verdadeiro”.
ENTÃO que tal nos perguntarmos que regime de verdade, economia da verdade, políticas da verdade estamos adotando nos dias atuais no Brasil? Será que estamos mais inclinados a uma vontade detratar a mentira como verdade, por mais estapafúrdia que ela seja, como kit gay e congresso gay para crianças, para justificar nossos enganos?
POLÍTICA
Para Jacques Rancière a política existe onde quer que a contagem das partes e das “partes” da sociedade é perturbada pela inscrição de uma parte dos sem-parte. Ela começa quando a igualdade de qualquer um com qualquer um inscreve-se como liberdade do povo. Essa liberdade do povo é uma propriedade vazia, uma propriedade imprópria pela qual aqueles que não são nada colocam seu coletivo como idêntico ao todo da comunidade. A política existe enquanto formas de subjetivação singulares renovarem as formas da inscrição primária da identidade entre o todo da comunidade e o nada que a separa de si mesma, quer dizer, da mera contagem das partes. A política deixa de existir ali onde não tem mais lugar essa distância, onde o todo da comunidade é reduzido sem resto à soma de suas “partes”.
DESSE MODO a política deve ser exercida de modo consciente e deve para servir para a libertação e não para dominação de uns sobre os outros.
PODER
Para Michel Foucault o poder não é privilégio de uma classe dominante, não se detém em cargos públicos de exercício de um poder, não se restringe ao topo da pirâmide, não emana somente de instituições e mecanismos que regulam e gerem o Estado, mas pode nascer, se estruturar e se revelar em todos os relacionamentos e de diversos modos. Dito de modo simples, o poder, para Foucault é onipresente e exercido por todos em algum momento, como uma espécie de coextensão das relações sociais, onde se manifesta e se revela.
O poder, portanto, se constitui a partir de uma multiplicidade de relações cuja natureza é de imanência ao lugar de sua própria operação, por outro lado, como nos diz Foucault não se detém o poder, mas somente se exerce , pois “[...]não há poder que seja exercido sem uma série de metas e objetivos”, que serão classificados pelo autor como táticas e estratégias, portanto, “[...] não se trata do privilégio adquirido ou preservado, da classe dominante, mas do efeito global das suas posições estratégicas”, nessa roda infinita de relações de poder que tem lugar no cenário social.
Para Foucault o poder nasce e se constitui na diversidade das relações que iniciam em baixo e que se sobrepõem umas às outras, entrelaçando e estruturando o que se conformará no exercício do poder. Para este autor, não é o soberano quem se investe de poder, mas são as relações de poder que tornam possível o exercício do poder, pelo soberano. Portanto, em Foucault, o poder é sempre intencional, e, em antítese, subjetivo.
PARA PENSAR: que relações de poder estamos estruturando para permitir um país mais justo e igualitário ? Estamos? Ou, nosso trabalho é no sentido de nos distanciarmos do pobre a quem desejamos sempre pobre para podermos fazer caridade?
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