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Segunda-feira, 18 de novembro de 2024
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Ana Regina Rêgo

anareginarego@gmail.com

06/10/2016 - 11h41

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Ana Regina Rêgo

anareginarego@gmail.com

06/10/2016 - 11h41

B-R-OBRÓ nosso de todo ano

 

 

Os meses mais quentes do ano em Teresina têm se tornado cada vez mais quentes e em determinados dias, insuportáveis. Nas causas, os problemas do aquecimento global e a total falta de discernimento mínimo da nossa população para evitar queimadas e provocar incêndios. Aliado a isso, a ausência de campanhas e ações esclarecedoras para a população carente ou não, de que a prática de queimar a mata para posteriormente plantar, enfraquece o solo, destrói a flora e expulsa os animais, sem contar com a poluição do ar e a degradação do meio-ambiente. Também não temos uma legislação que atente para as questões ambientais e que seja fiscalizadora e punitiva para esse tipo de conduta. Na verdade nem as condutas atingidas pela legislação vigente são alvo de ações punitivas, imaginem temas não contemplados pela lei.

 

O fato é que viver em Teresina em nosso caloroso B-R-O BRÓ exige que cada habitante adote posturas de boa convivência com o clima insólito e evite ações que prejudiquem ainda mais obem estar. Assim é que em primeiro lugar devemos plantar e replantar árvores de preferência árvores nativas que suportam o extremo calor. Absolutamente ouçam as orientações de paisagistas da moda que condenam a mangueira, por exemplo. Uma copa de mangueira de 10 metros de altura com um diâmetro de pelo menos 20 a 25 metros, além de produzir muitos frutos a cada ano, é responsável por uma climatização natural impagável. Normalmente enfatizam que mangueira “dá cupim”, dá sim; mas o remédio para cupim é muito mais barato do que o uso excessivo de energia e não compensa nunca a falta de chuvas.

 

Teresina denominada “chapada do corisco” está perdendo este título, porque sem vegetação densa, as chuvas somem e o processo de desertificação surge.  O desmatamento acelerado provocado pela especulação imobiliária sem consciência, as invasões de terra que acontecem por todos os lados sem que o poder público tome medidas preventivas como uma política habitacional coerente, e,a prática das queimadas, estão elevando as temperaturas a níveis insuportáveis, como já dito aqui.

 

Assim é que se de um lado, necessitamos de leis e de políticas públicas que possam evitar invasões, regular o mercado imobiliário de modo a não permitir o desmatamento e possam fiscalizar e punir a prática dos incêndios em toda a periferia da cidade; por outro, podemos adotar medidas mais simples para uma convivência saudável.

A minha sugestão, agora compartilhada como outros colegas jornalistas é que possamos fazer pressão para que tanto a Câmara de Vereadores de Teresina, como em nívelestadual a Assembleia Legislativa possam trabalhar conjuntamente para modificar o calendário letivo de Teresina e quem sabe do Piauí. Não é lógico que nossas crianças e jovens sejam obrigados a frequentar uma escola, muitas vezes, sem climatização de qualquer natureza;nas tardes de setembro, outubro e novembro. 

 

Países do hemisfério norte adequam seu calendário letivo às flutuações climáticas. O Brasil por ser um país com dimensões continentais apresenta climas bem distintos nas cinco regiões. O nordeste não pode seguir a prática do sul e sudeste. Temos que atentar para nossas peculiaridades como modo de preservar nosso bem estar e até mesmo de potencializar nosso aproveitamento. Sem contar na economia de energia elétrica ou de outra natureza.

 

É certo que existe um Ministério que regulamenta tanto os aspectos pedagógicos (que agora por sinal estamos alarmados com as iniciativas limitadoras da proposta em andamento); assim como a carga horária (extremamente excessiva, sobretudo, para crianças e jovens) e os períodos letivos. No entanto, o Ministério precisa respeitar as diferenças regionais e acredito que se levantarmos essa bandeira, outros estados nos seguirão.

 

União, Estado e Município dividem as atribuições no campo educacional e podem muito bem dialogar para o bem da população.

 

Outra medida simples, inclusive, já adotada em muitos países europeus, principalmente, durante os meses do verão é a flexibilidade do horário diferenciado de trabalho, para os que não estão de férias, sejam elas, escolares ou do emprego. Para o clima de Teresinaas 8 horas de trabalho obrigatório para a maioria dos empregados pode ser dividida entre 8 e 12 horas com retorno às 16 h. Pode até ser que nem todas áreas possam aderir, mas muitos setores só tem a ganhar com a mudança.

 

Por outro lado, o consumo de água, sucos e chás pode ser uma prática saudável (não carregada da carga mercadológica que a simples citação da palavra saudável pode trazer nesse momento),  o que pode evitar doenças de diversas naturezas. Assim como comidas leves e de fácil digestão.

 

Roupas e calçados também devem ser considerados e assim a nossa moda pode ser toda desenhada para atender ao nosso clima. Está na hora do mercado de moda atender a nossa região de modo intencional e pararmos de consumir o que não nos serve, pelo menos durante o B-R-O BRÓ.

 

Então por aqui concluo e a minha dica de hoje é: Teresina como um projeto de cultura (proposta que fiz e que é tema recorrente nesta coluna), engloba também e talvez, principalmente, uma Teresina que conviva bem com o seu clima, o que pressupõe respeito ao meio-ambiente, respeito às limitações de convivência do homem em altas temperaturas, assim como, outras práticas acima elencadas.

 

Provoque seu vereador eleito, provoque seu deputado: vamos pressionar para construir uma Teresina mais agradável também do ponto de vista climático. Populações mudaram realidades em desertos. Então porque não podemos modificar o caos que Teresina está se tornando?

 

Ana Regina Rêgo

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