Claro que o resultado do futebol não vai mudar nada nas nossas vidas, mas uma vitória como a desta segunda-feira contra o México, na Copa da Rússia, deixa a gente de alma lavada.
Rebaixados à condição de vira-latas, com a autoestima abaixo do rés do chão, temos o direito de também ficar alegres, felizes mesmo, pelo menos por um dia.
De uns tempos pra cá, viramos os piores do mundo em tudo, mas no futebol ainda somos bons, ninguém pode negar.
Por que não poderíamos ser felizes ao ver jogar com alma, coração e talento este time do Tite, com jogadores tão criticados, que se superam a cada partida?
Nada como um dia após o outro, com uma noite no meio.
Nada como um jogo em que o intervalo pode mudar tudo.
Fomos dominados pelo México no primeiro tempo, mas sem trocar nenhum jogador, Tite mudou o jogo só mudando a forma do time atacar.
William e Neymar saíram das pontas para o meio e criaram as jogadas que decidiram o jogo por 2 a 0, mas poderia ter sido muito mais.
O Brasil voltou a ser o Brasil de outras Copas vencedoras, sem medo de ser feliz.
Enterramos para sempre a tragédia dos 7 a 1 contra a Alemanha em 2014. Pelo menos menos no futebol deixamos de ser vira-latas, voltamos a mostrar o melhor futebol do mundo.
Numa Copa tão equilibrada, com campeões mundiais sendo eliminados nas oitavas de final, não apareceu até agora nenhum bicho-papão, nenhuma seleção melhor do que a nossa.
De quatro em quatro anos, as coisas mudam, quem estava por baixo pode voltar por cima e vice-versa.
Isso vale para tudo. Na vida, também é assim, nada é definitivo, o importante é nunca perder as esperanças e os sonhos.
A esta altura do campeonato, conquistar o hexa ou não é o de menos: voltamos a ser respeitados dentro de campo. Estamos no jogo e temos tudo para chegar à final.
Se do lado de fora, a começar pela CBF, a casa bandida do futebol, assim cognominada com perfeição pelo Juca Kfouri, passamos vergonha aos olhos do mundo, Tite conseguiu se colocar acima da instituição para provar que tudo depende das pessoas no comando, a cada momento.
Chega de Dungas e Felipões, e de coronéis gagás no comando da CBF, que precisa urgentemente de uma intervenção, não deste governo, mas da sociedade brasileira.
É o mesmo que falta ao Brasil fora do futebol: comando, autoridade, competência, legitimidade.
Já era para Tite ser técnico da seleção há muito tempo, desde o fracasso de 2014, mas só o chamaram no desespero, quando o Brasil estava ameaçado de ficar fora da Copa, e lhe deram carta branca para trabalhar.
Antes, Tite subscreveu um manifesto denunciando a bandidagem na CBF, que teve que engoli-lo para não ficar fora da Copa da Rússia e deixar de faturar, é claro.
Dane-se tudo o que aconteceu antes, o importante agora é a gente poder ter alguns momentos de alegria ao ver a camisa amarela sendo novamente honrada, respeitada e envergada com dignidade.
Até isso os patos amarelos nos quiseram tirar, mas não conseguiram. Tite não deixou.
Apesar deles, os brasileiros podem voltar a ter orgulho de ser brasileiros, ao menos no futebol.
É melhor que nada. Vamos aproveitar este momento para melhorar nosso astral porque cara feia não melhora a situação de ninguém.
Valeu, Brasil! Estamos aí, e vamos para as cabeças.
Na Copa da Rússia, pelo menos, deixamos de ser vira-latas.
Vida que segue.
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Ricardo Kotscho é jornalista, no Balaio do Kotscho.
Rebaixados à condição de vira-latas, com a autoestima abaixo do rés do chão, temos o direito de também ficar alegres, felizes mesmo, pelo menos por um dia.
De uns tempos pra cá, viramos os piores do mundo em tudo, mas no futebol ainda somos bons, ninguém pode negar.
Por que não poderíamos ser felizes ao ver jogar com alma, coração e talento este time do Tite, com jogadores tão criticados, que se superam a cada partida?
Nada como um dia após o outro, com uma noite no meio.
Nada como um jogo em que o intervalo pode mudar tudo.
Fomos dominados pelo México no primeiro tempo, mas sem trocar nenhum jogador, Tite mudou o jogo só mudando a forma do time atacar.
William e Neymar saíram das pontas para o meio e criaram as jogadas que decidiram o jogo por 2 a 0, mas poderia ter sido muito mais.
O Brasil voltou a ser o Brasil de outras Copas vencedoras, sem medo de ser feliz.
Enterramos para sempre a tragédia dos 7 a 1 contra a Alemanha em 2014. Pelo menos menos no futebol deixamos de ser vira-latas, voltamos a mostrar o melhor futebol do mundo.
Numa Copa tão equilibrada, com campeões mundiais sendo eliminados nas oitavas de final, não apareceu até agora nenhum bicho-papão, nenhuma seleção melhor do que a nossa.
De quatro em quatro anos, as coisas mudam, quem estava por baixo pode voltar por cima e vice-versa.
Isso vale para tudo. Na vida, também é assim, nada é definitivo, o importante é nunca perder as esperanças e os sonhos.
A esta altura do campeonato, conquistar o hexa ou não é o de menos: voltamos a ser respeitados dentro de campo. Estamos no jogo e temos tudo para chegar à final.
Se do lado de fora, a começar pela CBF, a casa bandida do futebol, assim cognominada com perfeição pelo Juca Kfouri, passamos vergonha aos olhos do mundo, Tite conseguiu se colocar acima da instituição para provar que tudo depende das pessoas no comando, a cada momento.
Chega de Dungas e Felipões, e de coronéis gagás no comando da CBF, que precisa urgentemente de uma intervenção, não deste governo, mas da sociedade brasileira.
É o mesmo que falta ao Brasil fora do futebol: comando, autoridade, competência, legitimidade.
Já era para Tite ser técnico da seleção há muito tempo, desde o fracasso de 2014, mas só o chamaram no desespero, quando o Brasil estava ameaçado de ficar fora da Copa, e lhe deram carta branca para trabalhar.
Antes, Tite subscreveu um manifesto denunciando a bandidagem na CBF, que teve que engoli-lo para não ficar fora da Copa da Rússia e deixar de faturar, é claro.
Dane-se tudo o que aconteceu antes, o importante agora é a gente poder ter alguns momentos de alegria ao ver a camisa amarela sendo novamente honrada, respeitada e envergada com dignidade.
Até isso os patos amarelos nos quiseram tirar, mas não conseguiram. Tite não deixou.
Apesar deles, os brasileiros podem voltar a ter orgulho de ser brasileiros, ao menos no futebol.
É melhor que nada. Vamos aproveitar este momento para melhorar nosso astral porque cara feia não melhora a situação de ninguém.
Valeu, Brasil! Estamos aí, e vamos para as cabeças.
Na Copa da Rússia, pelo menos, deixamos de ser vira-latas.
Vida que segue.
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Ricardo Kotscho é jornalista, no Balaio do Kotscho.
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