Durante alguns anos vivi no sertão do Piauí. Como qualquer moleque do meu tope, armado com um bodoque (que chamávamos badogue), andei perseguindo passarinhos. Por sorte dos pássaros, tinha péssima pontaria. Ao contrário da maioria dos parceiros de crueldade, nunca criei um pássaro preso. A vida se encarregaria de agradecer o meu gesto: hoje, no meu quintal , os pássaros soltos fazem festa. Aqui se sentem seguros e nunca lhes falta água e comida. Quanto a mim, só lhes peço que me concedam alguns segundos para um clic: uma troca justa.
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Cineas Santos é professor, escritor, poeta e produtor cultural - nas redes sociais.
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