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Quarta-feira, 27 de novembro de 2024
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cantidiosfilho@gmail.com

11/03/2024 - 05h41

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cantidiosfilho@gmail.com

11/03/2024 - 05h41

Meninos, eu vi o Sima jogar!

 

Simão Teles Bacelar, o Sima

 Simão Teles Bacelar, o Sima

Quando me perguntam quais são as melhores lembranças que guardo do futebol, respondo de bate-pronto: vi Ademir da Guia e Sima jogarem. Estilos diferentes, carreiras distintas, mas a mesma elegância e a mesma eficiência a serviço das equipes nas quais jogavam.

Quando me pergunta qual a minha maior frustração como “peladeiro”, respondo entristecido: nunca ter cruzado uma bola para o cabeceio certeiro do Sima.

Se me perguntarem por que estou me lembrando disso agora, respondo feliz: porque no dia 07/03/24 Simão Teles Bacelar – o Sima – aniversariou. O craque chegou aos 76 anos de idade em forma. Nas “peladas” que realiza com os amigos, ainda atormenta os zagueiros e desmoraliza os goleiros...

Das muitas lembranças que guardo do Sima, uma fiz questão de registrar num livrinho. Ei-la: Campeonato Nacional. O jogo cozinhava a paciência dos torcedores em banho-maria. O América de Natal, já desclassificado, veio a Teresina apenas para cumprir a tabela e, se possível, atrapalhar a vida do Tiradentes que ainda sonhava com a classificação. O América se segurava numa retranca bem montada. Para variar, batia muito. Na metade do segundo tempo, Sima recebe a bola na intermediária, arranca na direção do gol, dribla a zaga inteira ((inclusive o goleiro) do América e chuta violentamente contra o gol vazio, quase rompendo a rede. A galera liberta o grito preso na garganta, explode, delira... Sem a menor vibração, Sima vira as costas para o gol e caminha lentamente em direção ao centro do gramado.

Ao longo da carreira com mais de 500 gols marcado, Sima repetiu esse gesto dezenas de vezes.  Sem alarde, fazia gols como se estivesse cumprindo sua obrigação. Afinal de contas, artilheiros são pagos para fazer gols.

Por mais de vinte anos, sem jamais ter sido expulso de campo, Sima inscreveu seu nome entre os maiores artilheiros do futebol brasileiros. Mais que um simples jogador, Simão Teles Bacelar  foi sempre um exemplo de dedicação, competência e civilidade, atributos cada vez mais raros no futebol brasileiro. Longa vida, meu irmão querido!

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Cineas Santos é professor, escritor, poeta e produtor cultural - nas redes sociais.
 

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