“Sou um autodidata. Isso é um dom. Como nasce? Na convivência com a natureza e com o meio ambiente. Minha arquitetura prevê até como as pessoas convivem, como se deslocam, o tamanho delas. Tudo influencia. Na Academia, na Universidade, os padrões são universais, coisas técnicas. Desobedeci a todos. Por que as casas são charmosas? Porque são baixas. O ‘pé direito’ é 2,70m, eu boto com 2,40m. Aprendi com as pessoas.
Trabalhar com palha não pode ter muita altura. Erros e acertos aprendi conversando. Deixei de errar porque ouvi os nativos. Tenho 40 anos de arquitetura e 28 nessa escola que criei. E não foi por aprendizado: eu criei. Com oito anos eu ajudava minha mãe a arrumar a casa. As famílias tinham o hábito de toda semana dar uma geral na casa. Na outra semana, os móveis, que estavam em um lugar, passavam para outro. E eu ajudava minha mãe nessa arrumação semanal.
Por isso, eu digo: para formar um arquiteto, seja autodidata ou não, comece arrumando a própria casa. Fiz cursos de Desenho e Paisagismo, em Salvador. Eram cursos paralelos, que existiam na faculdade, junto com pessoas de outras áreas. Mas isso me deu a técnica; a sensibilidade é um santo. Desenho na prancheta, na mão; não uso computador”.
(Do livro “Tothe, um maluco beleza”. Entrevista a Teófilo Lima, programa “Piauizando”, Rádio Cidade Verde, em 22 de maio de 2015. Na foto, Tothe e Teófilo Lima, na Pousada BGK).
Lançamento em Parnaíba dia 26 de julho, sexta-feira, às 19h, no SESC Caixeiral. Autor: Eneas Barros.
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Eneas Barros, escritor piauiense - nas redes sociais.
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