Há 54 anos, por absoluta necessidade de sobrevivência, entrei numa sala de aula como professor. Como sou animal de ficar e não de partir, fui ficando, ficando, ficando... O magistério me deu: visibilidade, o respeito de muitos e o carinho de alguns. Deu-me algo de que eu necessitava tanto e nem percebia: plateia. Como professor é o único profissional que tem plateia cativa, o minimo que tem a fazer é respeitá-la. É o que tenho feito. Hoje, acordei me lembrando de uma passagem do livro O Profeta, de Khalil Gibran. Inesquecível:
"Então, um professor disse: “Fala-nos do ensino.”
E ele respondeu, dizendo:
“Homem algum poderá revelar-vos senão o que já está meio adormecido na aurora do vosso entendimento.
O mestre que caminha à sombra do templo, rodeado de discípulos, não dá de sua sabedoria, mas sim de sua fé e de sua ternura.
Se ele for verdadeiramente sábio, não vos convidará a entrar na mansão de seu saber, mas vos conduzirá antes ao limiar de vossa própria mente".
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Cineas Santos é professor, escritor, poeta e produtor cultural - nas redes sociais.
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