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19/04/2013 - 10h38

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19/04/2013 - 10h38

Exposição e protestos marcam Dia do Índio

A exposição foi pensada por ocasião do Dia do Índio e é resultado da parceria entre o Museu do Piauí, através do seu Programa Educativo, e o Curso de Artes da Universidade Federal do Piauí (UFPI).

 Do Liberdade News

 

Como parte da programação da 10ª Semana de Povos Indígenas, o Museu do Piauí – Casa de Odilon Nunes, abre, nesta sexta-feira (19), às 9h, a exposição Projeto Oca Visual, instalação composta por 24 telas e 56 fotografias que retratam a diversidade e sofisticação da cultura indígena, com destaque para os elementos visuais trabalhados na arte dos índios brasileiros. A exposição foi pensada por ocasião do Dia do Índio e é resultado da parceria entre o Museu do Piauí, através do seu Programa Educativo, e o Curso de Artes da Universidade Federal do Piauí (UFPI).

Para a diretora do Museu, Dora Medeiros, a exposição é uma oportunidade única de ver a cultura indígena pela sensibilidade dos estudantes e jovens artistas que estão na universidade. “A Semana dos Povos Indígenas não é somente um momento de reflexão e discussão de direitos, mas também de contemplação da beleza da arte dos índios. Algo que pode nos aproximar ainda mais da sua cultura que, mesmo não admitindo, é também a nossa”, ressalta.

A Exposição

Além das 24 telas e 56 fotografias expostas, será feita toda uma ambientação remetendo ao cotidiano dos povos indígenas. Nas duas salas onde ficarão as peças do Projeto Oca Visual, serão construídas duas ocas usadas de forma interativa. Segundo o prof. Paulo Vasconcelos, coordenador da exposição e responsável pela disciplina Programação Visual da UFPI, o público presente poderá integrar-se ao ambiente que foi construído especialmente para trazer ao homem citadino um pouco da cultura dos índios.

“A ideia foi trabalhar elementos visuais que são usados na arte indígena, sejam aqueles aplicados ao corpo dos índios, ao seu ambiente natural ou a sua arquitetura, e trazê-los na forma de telas, fotografias e ambientação. Por isso mesmo, a exposição está divida em Corporal e Extracorporal. Numa trabalhamos os grafismos e a arte plumária aplicada à pintura corporal e aos adereços. Na outra estaremos expondo telas com elementos da cerâmica e da cestaria indígena. A arquitetura estará presente através das duas ocas que integram a exposição e que será um elemento de interação com o público”, explica Paulo.

Telas

Para Susi Cabral, estudante do último ano do Curso de Artes, o que mais impressionou durante a pesquisa para a produção das telas foi a simetria e quase perfeição dos grafismos encontrados na arte indígena. “É tudo muito preciso, há muita simetria no traço indígena. Poderia dizer que há uma perfeição, apesar da polêmica que um termo assim pode trazer. Mas existem estudos que mostram que os elementos visuais trabalhados na cestaria indígena poderiam ser usados no ensino da geometria”, revela.

Já para Farred Ferreira, também estudante de artes, o que mais marcou foi a diversidade dos grafismos usados pelos índios. “O que mais chamou minha atenção foi a diversidade dos elementos visuais que eles usam na sua arte. Mas a cultura como um todo é muito rica”, afirma.

Entre os detalhes retratados nas telas, encontram-se traços de tribos como as dos Ianomâmis, mbyá-guarani, carajás, caiapós, além da presença de desenhos de pinturas rupestres encontradas nos sítios arqueológicos piauienses. As fotografias trazem imagens de índios brasileiros de diversas etnias, formando um grande mosaico da cultura indígena nacional.

A exposição Oca Visual, que fica aberta durante toda o mês de abril, faz parte da programação da 10ª Semana dos Povos Indígenas que será aberta nesta sexta-feira (19), às 8h30, no Museu do Piauí. A Semana é uma promoção da Fundação Cultural do Piauí (Fundac) e objetiva promover um amplo debate sobre os direitos dos índios piauienses, ressaltando sua importância histórica e fortalecendo sua identidade.

Protestos em Brasília

Se no Piauí o Dia do Índio é marcado pela exposição, em Brasília, Cerca de 300 de índios, segundo cálculos da Polícia Militar, protestam em frente à entrada principal do Palácio do Planalto contra a Proposta de Emenda à Constituição (PEC ) 215 e também contra portaria da Advocacia-Geral da União (AGU).

De acordo com um dos representantes do movimento, Neguinho Tuka, a população indígena não foi ouvida durante o processo de elaboração da PEC e teme perder suas terras com as mudanças. A proposta transfere para o Congresso Nacional o poder de decidir sobre a demarcação de terras indígenas.

Os índios - de 116 etnias, conforme o movimento - também protestam contra a Portaria 303 da AGU que estende a todos os processos demarcatórios de terras indígenas a obrigação de que sejam observadas as 19 condicionantes impostas pelo Supremo Tribunal Federal (STF) para a manutenção da demarcação da Raposa Serra do Sol.

Os indígenas querem ser recebidos pelo ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, para agendar uma reunião com a presidenta Dilma Rousseff, que viajou para Lima para uma reunião da União de Nações Sul-Americanas (Unasul).

A segurança foi reforçada na entrada principal do Palácio do Planalto. Os índios alegam que não pretendem forçar a entrada, mas deixarão o local somente após serem recebidos pelo ministro, responsável pela articulação do governo com os movimentos sociais.

Na terça-feira (16), o mesmo grupo ocupou o plenário da Câmara dos Deputados para protestar contra a PEC 215.

 

 

 

Do Liberdade News

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