A musicalidade dos rituais religiosos dos negros gaúchos em Teresina. O show do grupo Alabê Ôni (RS) aconteceu na noite do sábado (06), na Casa da Cultura. Na plateia jornalistas, músicos, artistas, professores e estudantes de música que foram apreciar melhor do grupo percussivo que percorre o país por meio do projeto Sonora Brasil Sesc.
O Alabê Ôni – que na língua ioruba significa “nobre tamboreiro” ou “grande mestre dos tambores” – encantou o público com sua percussão, que remetia a rituais religiosos da região Norte do Rio Grande do Sul como o maçambique – uma manifestação em devoção a Nossa Senhora do Rosário e a São Benedito, que leva a comunidade negra para dentro da igreja. Composto por 24 quadrinhas, o ritual acontece há 200 anos.
O grupo fez uma homenagem a Xapanã – Orixá de cura, com performance de um dos músicos com indumentária de palhas. Também foi apresentada a segunda parte das congadas – com percussão de quitumbi, catumbi ou cocumbi - outra manifestação com a presença maciça de negros do litoral Node do Rio Grande do Sul. O ritual é realizado para pagamento de promessas e pedidos do fieis. O grupo apresentou uma série de cantos do quitumbi.
O Alabê Ôni encerrou sua apresentação com percussão jejá – orubá (tambô de Iabã ou Inhanha) – um cântico que é uma reza em urubá pedindo bênçãos de Deus e pede que jamais faltem harmonia e amor dentro das residências.
A plateia pediu bis e o grupo repetiu a composição em homenagem à divindade da cura – Xapanã – entidade que, no candomblé, representa o deus da cura.
O grupo se apesentou no Teatro do Sesc Avenida, em Parnaíba, na noite deste domingo (07), em Parnaíba e se apresenta nesta terça-feira (09), no auditório da Associação Comercial, em Floriano.
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