Até bem pouco tempo o reggae era um gênero musical bastante discriminado. Associado a coisas ruins, como drogas, prostituição, roubos e outros, ainda é banalizado pelas classes mais baixas, que muitas vezes mancham a sua imagem perante a sociedade.
Mas esse cenário já começa a mudar. Hoje em dia, é possível encontrar públicos de todas as classes frequentando as festas ou bailes de reggae. Nos reggaes que acontecem nas zonas sul e leste de Teresina, é possível ver essa mudança. As famílias participam e os pais levam seus filhos, algo que não ocorria há algum tempo.
Na zona leste existe a presença de grupos musicais, que se apresentam em casas noturnas ou shows ao ar livre, como os que ocorrem nas imediações da Ponte Estaiada. Esses grupos tem se apresentado e agradado a todas as classes, pois é possível encontrar entre os frequentadores, profissionais das mais diversas áreas da socieade civil.
Os dois nomes mais falados nessa mudança de comportamento em relação ao reggae na zona sul da cidade são Orlean Dj dos Amantes do Reggae, grupo que existe a mais de 20 anos, e também o Dj Fernandes Rasta, que promove o Encontro de Amigos Regueiros, que começou com um brincadeira particular.
Reggae passa a atrair famílias em Teresina (Foto: Wilson Júnior)
"Essa festa começou meio que como uma brincadeira, uma combinação entre amigos nossos e conhecidos que apreciam esse estilo musical e depois foi ganhando proporções ainda maiores e hoje já estamos promovendo até festas com bandas de outros estados como Maranhão. Também estamos pensando em alçar voos mais altos, trazendo futuramente atrações talvez até internacionais do Reggae." fala o Dj.
Orlean Dj promove bailes semelhantes, só que no grande Dirceu, bairro já conhecido também por ser considerado violento e com um grande índice de criminalidade. "Venho mostrar através dessa minha iniciativa aqui no Dirceu que o reggae também pode ser apreciado sem a necessidade de entorpecentes ou de brigas, rixas como tem por ai com as gangues. Esse reggae que fazemos aqui é para família, a marginalidade aqui não tem vez, eles tem que se portar como cidadãos se quiserem participar dos encontros”, relatou Orlean Dj.
Wilson Junior, especial para o Liberdade News
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