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08/10/2013 - 11h34

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08/10/2013 - 11h34

Vaqueiros retratam tradição da cultura nordestina

O município de União é considerado o berço da tradição dos vaqueiros.

 Da Redação

Coral de Vaqueiros, de União (Foto: Thiago Amaral)

 Coral de Vaqueiros, de União (Foto: Thiago Amaral)

Isac Prado tem apenas 10 anos, Homero José de Brito, 80. Os dois fazem parte do Coral dos Vaqueiros de União, município localizado a 60 quilômetros de Teresina, e mostram que a vivência do vaqueiro, figura cultural da região, perpassa por várias gerações. O município é considerado berço do vaqueiro e, durante todo o ano, realiza atividades de exaltação à figura símbolo da região.

“Meu avô era vaqueiro, meu pai também, e eu sou vaqueiro. A família é toda assim. É uma coisa que está no sangue da gente”. A frase explica o porquê do senhor Homero José de Brito, mesmo aos 80 anos de idade, não deixar de vestir os trajes típicos de vaqueiro e continuar a cantar no Coral: é coisa de sangue.

Homero é o integrante mais velho do Coral, que foi criado em 1998, com a intenção de exaltar a cultura do vaqueiro no município de União e em todo o país. O grupo é formado apenas por homens, que cantam o aboio sertanejo e as tradicionais músicas nordestinas, acompanhados pelo som da sanfona.

Homero José de Brito (Foto: Thiago Amaral)

A cidade de União também registra a criação da primeira Associação dos Vaqueiros do Brasil, criada no dia 30 de maio de 1984. No entanto, a atribuição do município ser berço da história do vaqueiro vem de décadas atrás.

Segundo informações de Chico Teófilo, presidente da Associação dos Vaqueiros, o município de União sediou a primeira procissão dos vaqueiros do Brasil, no dia 29 de agosto de 1944, realizada pelo Padre Luis Brasileiro e mais outros 14 vaqueiros. Por conta disso, no dia 29 de agosto, instituído através do Congresso Nacional, é comemorado o Dia Nacional do Vaqueiro.

“O vaqueiro é figura presente desde a colonização do Brasil. Na batalha do Jenipapo, cerca de 400 vaqueiros piauienses perderam a vida pela luta da independência. O vaqueiro é o herói do sertão e suas tradições devem ser exaltadas e preservadas”, relata Chico Teófilo.

Coral de vaqueiros de União. (Foto: Thiago Amaral)

O conjunto de peças necessárias para buscar o gado no campo, como o gibão, guarda-peito, perneira, chapéu e luvas, todos feitos de couro de animal, são as mesmas peças que vestem os componentes do Coral em dias de apresentações.

O talentoso Isac Prado, conhecido popularmente como Isac do Acordeom, também abrilhanta o Coral. O garoto, que aprendeu a tocar sanfona sozinho, aos 6 anos de idade, encanta com o seu dom. Quando se trata de Isac, não é audacioso se falar dom.

Autodidata, o garoto já percorreu o Brasil levando a cultura do município de União e suas tradições. Além da sanfona, Isac, hoje com 10 anos, também aprendeu a tocar sozinhos outros seis instrumentos.

“A música representa muito na minha vida. É uma das coisas que mais gosto de fazer e percebo que as pessoas também gostam”, disse Isac. A música, o canto, a história e a tradição. As características culturais estão presentes em todos os cantos do município de União, que, de geração em geração, perpassa para a posterioridade a importância de suas tradições.

Profissional vaqueiro

O Senado aprovou um projeto de lei que reconhece e regulamenta como profissão o vaqueiro do sertão nordestino. No Piauí, além da labuta com o gado, o profissional também é patrimônio cultural, homenageado com a Festa do Vaqueiro e com a tradicional vaquejada.

Reconhecendo o potencial do “profissional do mato” todos os anos, o Governo do Estado homenageia o símbolo do piauiense com a Comenda da Ordem Estadual do Mérito Renascença. De acordo com a Associação Nacional de Vaqueiros do Brasil estima-se que exista um milhão de profissionais.

Da Redação

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