Nesta sexta feira, 29, o Theatro de Setembro abre homenagens especiais à dama Genu Moraes. Será uma noite de encontro de amigos, admiradores, família e um mundo de gente que conviveu com Genuzinha.
A partir das 18 horas, começam os festejos a Dona Maria Genovefa de Aguiar Moraes Correia, muito conhecida na cidade como Genu Moraes, ou simplesmente Genu.
As atividades começam com a apresentação do espetáculo de dança teatro "Ela - Tributo a Genu Moraes". Montagem, de realização da Trama Cultura, tem roteiro e direção dramatúrgica de João Vasconcelos e direção de coreografias de Valdemar Santos.
Em seguida será a vez do Lançamento do Livro "Genu Moraes - a Mulher e o Tempo", organizado a partir de depoimentos concedidos pela jornalista ao colega de profissão Kenard Kruel.
Durante o Lançamento do livro, também será inaugurado o Espaço Cultural Café Literário "Genu Moraes" e aberta a Exposição Fotográfica "Genu Moraes", por Valdyr Fortes.
Na sessão de autógrafos o público será recepcionado pela música de Carla Ramos, piano; Hernani Felipe, violão, e Mamulengo, na percussão. Para os festejos em homenagem a Genu, seus filhos Jozias Benedicto, que mora nos EUA, Lydia Moraes Correia, radicada no Rio de Janeiro, e Lúcia Jeff Gennings (EUA) confirmaram agenda e confessam muita alegria pela homenagem que receberá sua mãe.
Do espetáculo:
"Ela - Tributo a Genu Moraes" confirmará a ideia original, de João Vasconcelos, em homenagear a todas as Mulheres, enquanto homenageava a Dona Genu. Ao convidá-la, pessoalmente, para abrir o espetáculo com um depoimento sobre sua vida e vivência de Mulher, seu tempo de construir a própria história, possibilitou a Teresina conhecer mais a Genu, na sua simplicidade e carisma de representar-se e contar a própria história na construção social piauiense.
O espetáculo "Ela", assinado pela Trama Cultura, tem Roteiro de Dramaturgia e Direção Geral de João Vasconcelos. Direção de coreografias, de Valdemar Santos e Assistência de Direção e Ensaiadora, Beth Báttali. No elenco, Jessica Kamila, Cleyde Fernando, Victória Holanda, Carla Sousa, Izadora Myrlla e Jonas Alves. Na Produção de palco e apoio de cena, Artenildes Afoxá e Fran Silva.
O espetáculo reúne paixão incondicional por Elis Regina que interpreta a canção "Ela", composição de Joyce. Ainda na trilha musical, construída por Roraima, as músicas "Ela faz cinema" (Chico Buarque, disco de 2009); "Arquitetura de Morar" e "Bôto" (Tom Jobim, do disco Urubu de 1976); a música instrumental de abertura (composta por Roraima, especialmente ao espetáculo); Odeon (chorinho tradicional de Nazareth) e dança, teatro, direção de cenas e dramaturgia para o imagético e signos emblemáticos e coreografias e essa Mulher que nos pariu a todos e debelou as veredas da salvação para contar seu próprio memorial de destinos.
Enredam a mora e a trama a flor rubra, tendo como estrume e raiz de oxigênio a Mulher; nasce o macho que despenca da alcova do gineceu. Em meio às tempestades da criação, o gérmen criador (a gestação) ganha espacialidade e, no milagre da evolução natural, perde a casca primordial para dar nascença à Mulher primitiva, que recolhe as peles transmutadas do rebento. Acolhidos, os filhos, na manjedoura (colo), confeccionada dos cabelos de palha da Velha (ancestrais Obaluayê, senhor da terra, da morte e da vida).
A Mulher primordial é a própria Eglantine (palavra da língua francesa que é usada com referência a diversas flores, como Dália, Jasmin, Lis, Lótus, Rosa Violeta, entre outras) que mimetiza-se na flor rubra e vai parir novos rebentos com a determinação de quem revelará, através de seu útero (gineceu ancestral) a garantia da continuidade da própria espécie.
Um confronto de gerações; a Mulher parideira; história; memória; crença da fêmea revelada e o alter ego da Mulher (menina moça) que faz o corte e alinhavos do tecido antropológico da história.
O enredo do acasalamento ilustra idílio que percorre momentos de lazer e vaidade naturais das kunhãs, cunhatãs e curuminhas em volta do lago, preparando-se para as festas da escolha/encontro do parceiro prometido. A preparação emblemática da dança das virgens e a de apresentação do varão percorre linguísticas culturais.
O abayoni (encontro feliz em yorubá) dá-se entre a cunhã e o guerreiro da tribo a quase “uma caça premiada” para emprenhar o futuro branco dos centros urbanos e suas fábricas de produção moto contínua. Em representação do libelo da liberdade, o coletivo de “Ela” transmuta o tempo para o ano de 1857.
No dia 8 de março de 1857 “(...) as operárias têxteis de uma fábrica de Nova Iorque entraram em greve, ocupando a fábrica para reivindicarem a redução de um horário de mais de 16 horas por dia para 10 horas. Estas operárias que, nas suas 16 horas trabalhadas, recebiam menos de um terço do salário dos homens, foram fechadas na fábrica onde se declarara um incêndio e, cerca de 130 mulheres morreram queimadas.” (www.eselx.ipi.pt/cienciassociais/temas/direitosmulher...)
De volta das cinzas, qual fênix, “Ela” queima o sutiã e revela-se em Ela, a canção de Joyce. O alter ego da Mulher prepara a casa da Mulher contemporânea, em seu diverso de sedução ao homem, o parceiro de memórias. Do oitavo andar repassa sua história e flagra o álbum de fotografia em cores.
Do Livro "Genu Moraes - a Mulher e o Tempo:
Uma obra de extraordinário recorte histórico da construção social piauiense, mais detidamente da capital Teresina, com passagens de memórias vividas, reproduzidas e ou recolhidas à posteridade por Genu Moraes. Retrata fatos históricos, políticos e culturais que remontam a idos do século XIX, XX e uma iconografia de registros fotográficos inestimáveis de momentos que nos remetem até século XXI, quando a jornalista e escritora desapareceu. A obra "Genu Moraes - a Mulher e o Tempo" abre margem para fatos importantes e inéditos da história do Piauí e do Brasil que ficaram guardados aos cuidados da jornalista e vieram à pena de divulgação de memórias pelos depoimentos de Genu, recolhidos e organizados pelo jornalista Kenard Kruel. Livro de rara prospecção da memória e história político social do Piauí.
O Espaço Cultural Café Literário:
O Café Literário "Genu Moraes", uma ideia sugerida por João Vasconcelos, coordenador do Complexo Cultural Club dos Diários/Theatro 4 de Setembro à Fundac, que logo foi abraçada pelo Governo do Estado que entendeu que a homenagem vem, sobremaneira, valorizar uma personagem piauiense que representa um ícone de liberdade, diálogo e convivência saudável com a cidade, o tempo, o comportamento e a vida da Mulher que ajudou a quebrar barreiras, nos anos 40 e 50 do século 20, e deixou exemplo ao mundo contemporâneo pelo nome que representa ao Piauí.
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