O Theatro 4 de Setembro recebe, neste dia 17 de julho, às 20 horas, o show de setenta anos de idade e de 50 anos de carreira da cantora Dionísia Nery. Essa senhorinha que resolveu comemorar sua melhor idade lançando ao ar sua voz, sua vida, seu segredo e sua revelação em cantar o que a faz tão bem.
Quem é Dionísia Nery que, aos 70 anos, continua cantando porque aprendeu que quem canta os males espanta e a vida segue em busca de toda felicidade? A mulher, mãe, a dona de casa, a compositora, a cantora que, como Elis Regina, começou desde cedo a trilhar os caminhos da canção e da melodia que faz bem à pele e ao coração.
Desde os 14 anos que Dionísia descobriu que seu negócio era cantar e foi assim que começou com um Trio chamado Luz de Estrelas. Em São Luís do Maranhão, na igreja de São Domingos, convidada pelo pároco Manoel da Nóbrega, compôs o Trio que reunia ela, como soprano, sua irmã Derli, contralto, e o padre Manoel, nas vezes de voz masculina ao contraponto.
O começo de carreira ia bem até que conheceu um paraibano porreta, casou com ele e foi embora para Campina Grande, onde acreditava daria continuidade à carreira, mas acabou virando dona de casa e mãe. Em 1981 vem para Teresina. Seu marido representante comercial definiu Teresina como ponto de expansão para outras capitais nordestinas. Aqui ela volta a cantar e seu sucesso rende prêmios em festivais da canção.
Com a composição "Cantando o Nordeste", de autoria de sua filha Vitória Régia Nery Rebés arrebatou o primeiro lugar no Festival Estudantil (SEDUC), em 1984 e com a mesma musica venceu também o Festival da ETFPI/CEFET PI. Em São Domingos, no Maranhão, onde a prefeitura realiza um grande Festival de Calouros, a artista já levou dois Festivais, no gogó.
O Festival do Servidor Público estadual também não se livrou de dona Dionísia. Ela levou o 1o. Lugar, interpretando a canção "Solidão de Amigos", do repertório do cantor Jessé e lembra que na plateia do auditório do Liceu Piauiense, o público jovem a abraçava e gritava "é a vozinha, é a vozinha", recorda.
Cantora de popular e lírico também tem passagem pelo Coral das Mil Vozes (Governo do Estado/Fundac), nos anos de 2012 e 2013. Em 2012 a cantora representou uma boneca enquanto solava, em meio a mil vozes. E, em 2013, representou Nossa Senhora e não fez feio.
Dionísia diz que sempre esteve à frente de assuntos de arte, desde criança. Na escola era a menina que recitava, declamava, era a baliza do 7 de Setembro e cantava sempre. As outras escolas "vinham solicitar a minha liberação para que eu me apresentasse por lá", conta. Uma das curiosidades de seus shows que recorda foi quando esteve em Piripiri e, durante o show, "alguém gritou da plateia 'ei, você sabe se eu quiser fumar, se eu quiser beber?', ai eu cantei e ela cantou junto comigo, foi muito emocionante", relembra a cantora.
Entre suas composições, ela destaca "Decote da cobiça". Acredita que o romantismo tem que prevalecer sempre, em qualquer lugar. Recorda que alguém olhou, em seu decote, durante uma conversa de trabalho, e ela não se sentiu bem, não gostou e deu a resposta através da canção "Decote da cobiça". Em seu repertório que envolve pura mpb, ela diz que as músicas têm que ser de peso, bonitas, letra e melodia.
Dionísia soma, em sua carreira, a experiência em corais da cidade. Cantou 22 anos no Coral da SEDUC e 12 anos no Coral da UESPI. E, nesse ano que completa 50 anos de carreira e 70 anos de idade resolveu comemorar com um grande show e não poderia ser diferente, nem em local que não fosse no Theatro 4 de Setembro.
Para o Show de 70 anos, a intérprete brindará seu público com sucessos como "Escrito nas Estrelas", de Tetê Spíndola; "Manhã de Carnaval", de Antonio Maria e Luis Bonfá; "De Teresina a São Luís", de João do Vale; "Sabiá", de Luiz Gonzaga; "Besame Mucho", de Consuelo Velásquez; "O Velho e a Flor", de Toquinho e Vinícius e ainda seus sucessos de festivais e muito mais. Um repertório de 20 músicas para agradar seu público, porque como diz Dionísia, cantar aos 70 é pura melodia.
O show ainda tem a participação especial de sua amiga e fisioterapeuta, Nathália Galvão. A Banda que acompanha dona Dionísia Nery é composta por James Brito, no violão; Wadson Dantas, artista de stand up e componente da Banda Vitrola Vinil, no baixo acústico; Wellington Mariz, nos teclados e o Cabeça, na bateria.
A menina que tinha pai militar que todo dia acordava ela e os irmãos cedo e, às 8 horas da manhã, os perfilava para marcharem e depois cantarem o hino nacional e um avô coronel, pode-se dizer que quebrou tabus da disciplina militar e levou, paralelamente à vivência cotidiana, vida de artista promissora. Promete que dia 17 de julho o seu show não vai dar para ninguém.
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