Teresina vai comemorar a chegada dos seus 163 anos com muito axé. É que neste sábado (15) acontece a 3ª edição do Cultura Negra Estaiada na Ponte, um evento que vem com a proposta de pedir o fim da intolerância religiosa e a busca da equidade racial. Sabendo do papel fundamental que os grupos de religiões de matrizes africanas e entidades negras desenvolvem na busca pela visibilidade e respeito às suas culturas, a Prefeitura de Teresina formatou parceria para realizar uma programação especial para lembrar que a nossa cidade tem espaço para a valorização de todos, sem distinções. A concentração para o evento será a partir das 15 horas, no palco principal do Parque Potycabana, seguindo em uma caminhada repleta de intervenções e muito batuque até o estacionamento da Ponte Estaiada.
Chegando a Estaiada o público vai poder conferir um pouco mais da capacidade de sustentabilidade e inclusão cultural e criativa desses movimentos de expressão afro-brasileira. No local serão realizadas diversas apresentações artísticas, além da comercialização de produtos oriundos desses grupos, como culinária, moda e arte. O movimento cultural Salve Rainha também participará da feira, levando também exposições de artistas locais, seguindo a temática do evento.
O gestor da Secretaria Municipal de Economia Solidária (Semest), Olavo Braz, frisa que o Cultura Negra Estaiada na Ponte se caracteriza para além de um simples evento. “Esse é um projeto de inclusão social, articulado pela Prefeitura de Teresina, em parceria com os terreiros e o movimento negro. Não trabalhamos com esses grupos apenas para esse evento, mas ele é o momento máximo de socialização do que eles produzem. O intuito é chamar atenção para o contingente populacional afrodescendente”, destaca o secretário.
O secretário Olavo Braz também aponta que a consciência da sociedade em relação a isso evolui lentamente, daí a necessidade de realizar ações como essa que venha a contribuir com esse processo, sendo também que um dos focos principais é trabalhar a sustentabilidade e empregabilidade desses grupos, oferecendo qualificação da mão de obra, na medida em que os grupos demandam.
Para Mãe Eufrasina, Grupo Cultural Ilê Axé Oxaguiãn, além da caminhada, da comercialização de produtos, o evento vem para reforçar o combate a intolerância religiosa. “Sabemos que o preconceito ainda existe e é grande. Queremos mostrar que há todo um trabalho social nos terreiros, já que nós distribuímos sopa para a comunidade, trabalhamos com dança e capoeira, principalmente para os jovens. Buscamos realmente fazer uma desconstrução social. Queremos educar, mostrar que nossa religião não é do jeito que muitos pensam. Prestamos, de certa forma, um trabalho que acaba sendo de assistência social para a comunidade, ainda mais porque nos concentramos em regiões periféricas da cidade, onde as pessoas são mais vulneráveis”, destaca.
Esse é um projeto que inclui um trabalho balizado no coletivismo, cooperação e autogestão desenvolvidos por esses grupos. Ou seja, busca revelar para a sociedade as ações de economia criativa e solidária desenvolvidas pelas entidades e o benefício social e cultural dessas iniciativas, muitas ainda permeadas por uma névoa de preconceito e desconhecimento pela maioria da população.
No total serão 86 comunidades tradicionais de religiões de matrizes africanas que participam dessa edição do evento, tanto de Teresina quanto do interior do Estado, além de cerca de 10 grupos de expressão cultural afro.
PROGRAMAÇÃO DO EVENTO
15:00 horas: Acolhida (palco principal do Parque Nova Potycabana)
16:00 horas: Ritual:
(Oferenda para Deusa das Águas)
Hino de Teresina (Fátima Zumbi)
Hino da Umbanda (Mãe Eufrasina/ Pai Fabrício)
Hino do Candomblé (Pai Maurício)
16h:30 min: Cortejo (saída do palco principal do Parque Nova Potycabana)
18h:30min: Chegada do Cortejo (Estacionamento da Ponte Estaiada)
Hino da África (Dimas Bezerra)
Queima de fogos
Comercialização de produtos afros (culinária, moda e arte)
19:00 horas: Apresentações de Grupos Artísticos
Grupo Cultural Ilê Axé Oxaguiãn
Grupo de Cultura Afro Ijexá
Grupo Cultural Afro Condarte
Grupo Afro Cultural Coisa de Nêgo
Os Malungos
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