Sim é Natal, 2019 terminando, desgoverno atuando a todo vapor. Sim é Natal, mas não deixamos nossos postos de resistência aos ataques contumazes contra os direitos do povo, sobretudo, dos mais pobres. Sim é Natal e mais do que nunca precisamos estar unidos contra o projeto holístico de instalação de um Estado ditatorial por vias legais, orquestrado em parceria com alguns personagens emblemáticos do judiciário brasileiro.
Sim é Natal e nesta data, para além da lenda de Santa Klaus transformada em projeto de consumo mundial, comemoramos o nascimento de alguém especial. Verdade ou lenda, a narrativa é de paz e de bem. Verdade ou lenda, a vida de Jesus que nos chega através das transformações narrativas religiosas e históricas falam de alguém preocupado com o povo pobre, de alguém que não gostava de riqueza e lutava contra o poder. Nos fala de alguém que foi preso por defender seu modo de pensar livremente, por defender os direitos de um povo, foi preso injustamente. Preso, torturado, assassinado lentamente e deixado em exposição em uma cruz, aliás, costume comum em algumas regiões dominadas pelo império romano.
Sim é Natal e nesta data, para além da lenda de Santa Klaus transformada em projeto de consumo mundial, comemoramos o nascimento de alguém especial. Verdade ou lenda, a narrativa é de paz e de bem. Verdade ou lenda, a vida de Jesus que nos chega através das transformações narrativas religiosas e históricas falam de alguém preocupado com o povo pobre, de alguém que não gostava de riqueza e lutava contra o poder. Nos fala de alguém que foi preso por defender seu modo de pensar livremente, por defender os direitos de um povo, foi preso injustamente. Preso, torturado, assassinado lentamente e deixado em exposição em uma cruz, aliás, costume comum em algumas regiões dominadas pelo império romano.
O que fazia Cristo? Pregava o senso de comunidade, a partilha, a liberdade, o direito a uma vida digna. Ou seja, coisa de comunista, como diria Dom Helder Câmara. E o que aconteceu com o Brasil de 2016 aos dias atuais? E o que o povo brasileiro guiado por informações falsas ou manipuladas fez com seu próprio país?
Em 1993 o sociólogo Herbert de Souza, o Betinho, criou a Ação da Cidadania contra a Fome, à Miséria e pela Vida, dentro do Movimento pela Ética na Política. A intenção era mobilizar o Brasil na busca de soluções para o combate efetivo à fome. Mais do que ações emergenciais em que os Comitês Regionais arrecadavam alimentos, roupas e calçados, dentre outros artigos de primeira necessidade, o movimento que abrangeu grande parte deste país e pautava-se no humanismo e não no nacionalismo, tinha como intuito primeiro, as ações estruturais de transformação social. Na época o Brasil, infelizmente, tinha posição cativa no MAPA MUNDIAL DA FOME com aproximadamente 32 milhões de miseráveis.
Os governos subsequentes iniciaram as políticas de transferência de renda, políticas de incentivo ao pleno emprego, políticas de valorização do trabalho de funções tratadas como insignificantes como as domésticas, por exemplo, e, finalmente em 2014 o Brasil conseguiu finalmente sair do vergonhoso mapa da miséria mundial. Desde as primeiras ações efetivas até a saída do mapa foram 21 anos de muito trabalho.
Vale ressaltar que o Mapa da Fome é elaborado anualmente pela Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação com a participação de várias instituições de pesquisa em todo o mundo e nele constam os países cujo percentual de habitantes que passam fome é superior a 5% da população.
Apesar do Brasil ser signatário dos objetivos de desenvolvimento sustentável da ONU e dos governos anteriores terem tomado medidas no sentido de sanar os danos ambientais e sanar a pobreza e erradicar a fome até 2030, em 2019 os níveis da extrema pobreza em nosso país retornou ao patamar de 2007, quando o então Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome estava iniciando a implantação das políticas públicas que se concretizavam através de Programas como o FOME ZERO, dentre uma gama de outros correlatos que juntos tentavam trabalhar as questões da alimentação, trabalho, saúde e educação.
O fato é que mesmo que a Constituição Federal reconheça a ALIMENTAÇÃO como direito de todos os habitantes do nosso país de forma expressa em seu Artigo 6º, que impõe ao Estado brasileiro a obrigação de respeito, proteção, promoção e provimento de alimentação adequada para a população, a quantidade de pessoas fora de um processo de segurança alimentar, vem crescendo a passos largos no governo atual.
Em quase todas as cidades brasileiras uma cena muito comum durante a ditadura militar tem retornado: _ o número de pedintes idosos, crianças, mulheres e homens tem crescido e tomado a paisagem urbana, criando um sentimento de ódio entre os que se sentem incomodados com a visibilidade da pobreza, como se o pobre fosse culpado por sua situação.
Mas a fome não vem sozinha, ela está intimamente relacionada ao estado de pobreza dos cidadãos, em decorrência da quebra na condução das políticas públicas que garantiam os direitos trabalhistas e que agora, desde a era Temer, dá aos patrões o direito de decidir os salários e as jornadas, tudo encoberto por uma falsa liberdade de negociação, visto que em condição desigual de poder, não há negociação, somente imposição. Esse processo tem levado várias categorias de trabalhadores de volta a uma escravidão disfarçada ou não.
O desemprego é uma grande ameaça. 14 milhões de desempregados. O corte de 1,1 milhão de benefícios do Bolsa Família constituem outro fator preocupante e componente da crise e instabilidade social em nosso pobre Brasil de hipócritas.
A não manutenção de trabalho digno, de direitos e de uma remuneração condizente com as necessidades básicas, provoca evasão escolar, acarreta em fome diária e traz como consequência a violência social, o consumo de drogas e o tráfico, somente para citar algumas situações conjunturais associadas à fome.
A não manutenção de trabalho digno, de direitos e de uma remuneração condizente com as necessidades básicas, provoca evasão escolar, acarreta em fome diária e traz como consequência a violência social, o consumo de drogas e o tráfico, somente para citar algumas situações conjunturais associadas à fome.
Mas a sociedade brasileira, prefere odiar o pobre que se rebela e luta por seus direitos, porque prefere fazer caridade posando de boa para fotos postadas em suas redes sociais quando entregam brinquedos ou cestas no natal.
Pois então, é Natal e o que você fez como cidadão para mudar a realidade do nosso Brasil desigual? O que você fez que possa contribuir para erradicar a fome em nosso país?
Pois então, é Natal e o que você fez como cidadão para mudar a realidade do nosso Brasil desigual? O que você fez que possa contribuir para erradicar a fome em nosso país?
Não queremos caridade, queremos um povo que seja livre e não necessite da ajuda de ninguém. Que tenha o pão de cada dia, que possa estudar, que possa comprar, que possa ter a liberdade para pensar e acreditar no que quiser e possa ir aonde quiser. Esse deve ser o verdadeiro espírito do Natal! Quem vai à igreja todos os dias, mas naturalizou a narrativa de Cristo deve retornar e reler para rever o que ele fez.
Não queremos armas na mão, queremos comida na mesa de todos os brasileiros e de todos que aqui chegarem. Feliz Natal !
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