A medicina é RACISTA!
Se a medicina é RACISTA, imagine você ter que levar seu filho em um dos centros onde se origina os estudos que reforçam o patriarcado, o capitalismo e o colonialismo, a Europa. As/os amigas/os sabem como engravidei e como o nosso filho nasceu, mas isso não vem ao caso agora.
Hoje tive que levar o Rafael numa pediatra por conta de umas manchas escuras que apareceram na região do pescoço. Imagino eu por causa de uma alergia. No entanto, a médica sem fazer as devidas observações e dizendo que tinha que ir embora porque tinha um filho pequeno que a esperava, se referia a todo instante a cor da pele dele. E dizia: mas ele tem a pele escura, não dar pra ver direito. Se fosse clara daria pra ver melhor. E eu explicava: Mas dar pra ver muito bem. Olhe essas manchas escuras, e coça. E ela repetia: Mas se fosse pele clara dava pra ver melhor.
Não se contendo e insegura no diagnóstico ela chama a colega médica para ajudar no resultado da observação. E repete pra colega: E se fosse clara dava pra ver melhor. Isso depois de olhar pra mim e comentar: Mas ele é mais claro do que a mãe e olha para o pai como se procurasse uma justificativa para a cor da pele da criança.
Duas coisas ela poderia saber: uma é que as/os filhas/os você não escolhe. Eles/as podem ser negros/as, brancos/as, podem nascer com necessidades especiais e podem ser filhos/as concebidos/as pela adoção.
Mas aqui (na Europa) elas/eles não sabem disso porque são brancos, cristão e classe média e são também, sem informação. E, em consequência, disso só sabem diagnosticar um problema se for numa criança branca?
Rafael só tem 5 anos. Talvez ele não tenha percebido. Mas, o racismo dói!
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Ana Célia de Sousa Santos é professora da Uespi - nas redes sociais
Se a medicina é RACISTA, imagine você ter que levar seu filho em um dos centros onde se origina os estudos que reforçam o patriarcado, o capitalismo e o colonialismo, a Europa. As/os amigas/os sabem como engravidei e como o nosso filho nasceu, mas isso não vem ao caso agora.
Hoje tive que levar o Rafael numa pediatra por conta de umas manchas escuras que apareceram na região do pescoço. Imagino eu por causa de uma alergia. No entanto, a médica sem fazer as devidas observações e dizendo que tinha que ir embora porque tinha um filho pequeno que a esperava, se referia a todo instante a cor da pele dele. E dizia: mas ele tem a pele escura, não dar pra ver direito. Se fosse clara daria pra ver melhor. E eu explicava: Mas dar pra ver muito bem. Olhe essas manchas escuras, e coça. E ela repetia: Mas se fosse pele clara dava pra ver melhor.
Não se contendo e insegura no diagnóstico ela chama a colega médica para ajudar no resultado da observação. E repete pra colega: E se fosse clara dava pra ver melhor. Isso depois de olhar pra mim e comentar: Mas ele é mais claro do que a mãe e olha para o pai como se procurasse uma justificativa para a cor da pele da criança.
Duas coisas ela poderia saber: uma é que as/os filhas/os você não escolhe. Eles/as podem ser negros/as, brancos/as, podem nascer com necessidades especiais e podem ser filhos/as concebidos/as pela adoção.
Mas aqui (na Europa) elas/eles não sabem disso porque são brancos, cristão e classe média e são também, sem informação. E, em consequência, disso só sabem diagnosticar um problema se for numa criança branca?
Rafael só tem 5 anos. Talvez ele não tenha percebido. Mas, o racismo dói!
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Ana Célia de Sousa Santos é professora da Uespi - nas redes sociais
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