Após visitar o Memorial do Holocausto, em Israel, Jair Bolsonaro afirmou que o nazismo foi um movimento de esquerda.Dessa forma, alinha-se ao ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, e ao guru de ambos, Olavo de Carvalho, mas bate de frente com a posição expressa por pesquisas do próprio Memorial, pelo governo da Alemanha (que viu o nazismo nascer) e pela esmagadora maioria dos historiadores em todo o mundo, que tratam do assunto praticamente como consenso. Mas, o mais importante: faz o Brasil passar vergonha no exterior.
Em menos de uma semana, Jair Bolsonaro afirmou que não houve ditadura militar no Brasil, apesar de termos 21 anos de provas do contrário. Afirmou que a metodologia de cálculo de desemprego do IBGE está errada porque não concorda com os modelos estatísticos internacionais usados pelo instituto. E, agora, afirma que o nazismo foi de esquerda após uma visita ao Memorial do Holocausto, em Israel – lembrete dos mais de 6 milhões de judeus exterminados durante a Segunda Grande Guerra pelos nazistas.
Bolsonaro não possui variáveis explicativas decentes para sustentar suas declarações, mas ela resistem mesmo assim. A ideia de pós-verdade, quando a emoção ao transmitir um fato é mais importante para gerar credibilidade em torno dele do que provas de sua veracidade em si, segue pertinente. A partir de determinado ponto, a verdade se desgarra das realidade, que passa a ser tudo aquilo com a qual a pessoa concorda. Morre a razão, sobrevive a crença. O que para alguns vale bem a pena, pois, em nome dessa crença, mata-se e morre-se.
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Leonardo Sakomoto é jornalista no Blog do Sakamoto, no Uol.
Em menos de uma semana, Jair Bolsonaro afirmou que não houve ditadura militar no Brasil, apesar de termos 21 anos de provas do contrário. Afirmou que a metodologia de cálculo de desemprego do IBGE está errada porque não concorda com os modelos estatísticos internacionais usados pelo instituto. E, agora, afirma que o nazismo foi de esquerda após uma visita ao Memorial do Holocausto, em Israel – lembrete dos mais de 6 milhões de judeus exterminados durante a Segunda Grande Guerra pelos nazistas.
Bolsonaro não possui variáveis explicativas decentes para sustentar suas declarações, mas ela resistem mesmo assim. A ideia de pós-verdade, quando a emoção ao transmitir um fato é mais importante para gerar credibilidade em torno dele do que provas de sua veracidade em si, segue pertinente. A partir de determinado ponto, a verdade se desgarra das realidade, que passa a ser tudo aquilo com a qual a pessoa concorda. Morre a razão, sobrevive a crença. O que para alguns vale bem a pena, pois, em nome dessa crença, mata-se e morre-se.
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Leonardo Sakomoto é jornalista no Blog do Sakamoto, no Uol.
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