Mal cheguei do sertão, já fui agraciado com um presente de tirar o fôlego: uma rosa do deserto batizada com o nome de Purcina, minha mãe. O mimo é gentileza de uma amiga, especialista no cultivo dessas flores caprichosas.
Dona Purcina certamente apreciaria o presente. A velha amava as plantas, notadamente as floríferas. Ao lado da nossa casinha, em São Raimundo Nonato, numa nesga de terreno, cultivava um arremedo de jardim onde imperava um Lírio de São José. Não era tarefa fácil cuidar de um jardim numa terra sem água. A velha teimava. Com sua linguagem áspera. afirmava: “Numa casa sem plantas não mora gente”. Como diria o poeta: “Não deixaria de não ter razão”.
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Cineas Santos é professor, escritor, poeta e produtor cultural - nas redes sociais.
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