Este é o texto inaugural de uma coluna pela qual esperei por muitos anos. Fiquei pensando que assunto abordaria para abrir esta nossa conversa e resolvi fazer uma reflexão sobre carreira. Achei justo aprofundar a minha apresentação para que vocês conheçam minimamente a pessoa que vos fala para então entenderem sobre o que desejo propor.
Eu sou Iane Carolina Silva, Teresinense, nascida no Bairro Primavera, com lindos 40 anos de vida. Tenho orgulho de dizer que venho de origem humilde e que consegui trilhar uma história com muito esforço. Desde criança sempre me perguntei o que faria da vida. Amo ver TV/ Filmes/ Cinema e queria ser atriz, talvez pela influência do aparelho eletrônico que inundou a cultura dos que viveram nos anos 1990/2000, mas a escrita sempre foi minha verdadeira vocação.
Escrever era algo que sempre esteve na minha vida desde os tempos de escola. Aos 14 anos escrevi minha primeira poesia, hoje tenho uma centena de poesias e onze músicas compostas com a cantora e compositora Zélia Grajaú e pretendo fazer muito mais. Quando tive que escolher uma profissão aos 17 anos, fiquei na dúvida se prestava vestibular para Licenciatura em Letras ou Jornalismo. Fui aprovada em Geografia na UESPI e Jornalismo na UFPI. Iniciei os dois, mas escolhi ficar com Jornalismo.
Em Teresina, fui assessora de imprensa, produtora de audiovisual, redatora publicitária, trabalhei na área de técnico gráfico, além de cursar minha trajetória estudando para concursos. Publiquei um livro, editei outros dois, participei da edição de revistas e produzi jornais periódicos. Também sou pós-graduada em Comunicação Institucional e Empresarial pela Metodista de São Paulo, falo inglês e espanhol.
Aos 30 anos fui aprovada para o concurso do Ministério Público do Maranhão – cargo de jornalista, quando me mudei para Imperatriz. Há dez anos trabalho na instituição no Departamento de Coordenadoria de Comunicação/ Assessoria de Imprensa.
Neste tempo trabalhei no Maranhão para divulgar as notícias do Ministério Público, levando informações sobre os direitos dos cidadãos. Viajo para várias cidades do interior do estado onde muitos veículos de comunicação não chegam. Já publiquei matérias em diversos sites nacionais. Com o trabalho de assessoria, já tive repercussão de matérias por três vezes no Fantástico, além de vários outros veículos, como Folha de São Paulo, Estadão, SBT Repórter, etc.
Em 2019 me convidaram para ser curadora do Espaço de Artes Mário Leonardo Pereira, a galeria de artes das Promotorias de Justiça de Imperatriz. Foi aí que meu retorno à cultura começou. Em 2023 comecei a elaborar projetos culturais e atualmente trabalho com vários artistas elaborando projetos para muitas áreas, como artes plásticas, teatro, circo, dança, etc.
Após quase 20 anos de carreira fui selecionada no Prêmio Maranhão de Literatura, pela minha contribuição ao Maranhão e ao país com os trabalhos e tempo dedicado com os trabalhos publicados em âmbito nacional. A seleção foi divulgada já neste mês de novembro e me deu coragem para finalmente assumir minha coluna e publicar meus textos e poesias.
Eu quis falar sobre tudo isso para dizer que nada na vida é fácil. Parece até clichê dizer isso, mas é sempre necessário lembrar. Quando vemos alguém ganhar um prêmio na TV ou nas redes sociais parece que isso não nos pertence. A cada dia inundam as redes sociais perfis de influenciadores que afirmam ter ganhado tudo de um dia para a noite com uma fórmula mágica, viralizando na internet com um tal método no Instagram que eles querem te vender. E a partir daí você e eles(!) serão pessoas milionárias, com casas luxuosas, carros importados e viagens internacionais e milhões de dólares na conta todos os dias – quase melhor que a vida dos jogadores de futebol (para poucos!).
De lá para cá tive muitas dúvidas se fiz a escolha certa na minha carreira. Sempre sonhei em ser escritora ou trabalhar no cinema. Apaixonada por cultura, me afastei da área por muitos anos. No início da vida no Maranhão fui acometida de síndrome do pânico e passei três anos muito mal de saúde. Tive depressão, perdi a vontade de escrever. Não conseguia mais produzir. Antes de passar no concurso fiquei um ano desempregada e pensei em mudar de profissão.
Imagina mesmo se tudo fosse fácil! A vida não é fácil, meus queridos e queridas. Há dificuldades para todas as pessoas. Depois de quase 20 anos de carreira, eu trabalho muito e não cheguei ao final da minha trajetória, estou trilhando meu percurso todos os dias. Se basear na vida de pessoas que postam nas redes sociais é ilusão. Se há casos em que as pessoas podem ficar ricas com aquele jogo do ‘gatinho’? Pode até ser! Mas a maioria ainda tem que ralar a vida toda para conseguir o sustento nosso de cada dia.
Sobre a coluna, já percebeu que eu sou jornalista raiz e que gosto de escrever para além dos textos curtos das redes sociais. Meu propósito aqui é aprofundar as discussões dos assuntos do dia-a-dia de forma equilibrada, com linguagem acessível e sem o sensacionalismo barato que permeia a internet. Vamos basear nossos argumentos com estudos, legislação vigente e questões sociais. Sei que os textos são longos, mas tenho certeza que você vai se deliciar com nossa coluna. Obrigada por chegar até aqui e bem-vindo (a).
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