Após décadas de hegemonia, o PSDB passou por uma profunda crise e se esfacelou. Desse contexto, Silvio Mende revelou-se a única liderança relevante daquele escol tucano, assumindo, nesta quadra, o comando do União Brasil. A vitória de Silvio agora no 1º turno é a retomada do caminho seguro, após o grande equívoco do eleitor que outrora legitimou Dr. Pessoa (PRD) à frente da Prefeitura de Teresina. É, também, uma derrota política para o governador e seus aliados, que construíram a candidatura do postulante Fábio Novo (PT), inviabilizando outras opções pronunciadas.
Particularmente, desde o início, vislumbrei um “freio de arrumação” nesta eleição municipal para a prefeitura da capital piauiense. O teresinense sempre primou por ter bons gestores e se acostumou com isso. O advento Dr. Pessoa originou-se no desgaste (natural em períodos longos no exercício do poder), como também nas escolhas erradas do PSDB para a disputa municipal em 2020.
Contudo, em lapso de tempo, a escolha daquele pleito foi entendida como um erro por parte do eleitorado, que logo jogou o atual prefeito em uma vala de impopularidade.
Portanto, Silvio Mendes sempre foi percebido como a melhor opção nesta eleição, a despeito de, no âmbito estadual, o eleitor ter recentemente experimentado movimentos de renovação (etária) de liderança para a gestão estadual. Em verdade, Silvio já era a melhor opção para o pleito anterior (2020) que, por questões já conhecidas, não foi o escolhido pelo seu grupo político. Dois anos depois, vale registrar, o representante do União Brasil quase se elegeu governador na última eleição para o executivo piauiense (2022).
Um amigo conterrâneo, certa feita, comentou que há um deslumbre momentâneo com Rafael Fonteles no âmbito estadual, o que é até natural, visto que inaugura uma nova geração na esquerda hegemônica do Estado. Mas Fonteles não veio para romper as estruturas arcaicas e longevas do Piauí. A própria campanha eleitoral posta em campo replicou toda a lógica da velha política, tão bem conhecida pelos piauienses.
Fato é que, em Teresina, Sílvio Mendes joga em casa. E com torcida vibrante como demostrou em toda sua campanha. O que surpreendeu foi a fuga de correligionários históricos do hoje nanico PSDB. Uma inexplicável debandada. Os motivos? Bem, alguns apontam vaidades, interesses particulares e prepotência, tudo com fortes doses de ressentimentos por parte dos incautos. Mas, na política, a verdadeira liderança emana naturalmente da vontade popular, e Silvio foi o escolhido para conduzir esses valores espelhados por Firmino Filho (patrimônio de ambos).
A realidade se impõe. Só um verdadeiro líder enfrenta máquinas tão poderosas e ganha no primeiro turno. Por duas vezes prefeito de Teresina e com gestões muito bem avaliadas, Silvio mostrou que está num patamar mais elevado da política piauiense. Será, nos próximos quatro anos, líder isolado na capital e um cabo eleitoral importante para as eleições de 2026. Venceu praticamente só, sem grandes medalhões, desfalcado, inclusive, dos aliados desertores e desprovidos de votos. Reputação ilibada ainda tem seu valor na política e pode fazer a diferença. Aos 75 anos, depois de tudo que passou, essa vitória deve ter um gosto especial, um êxito memorável.
Esta eleição na capital foi para correção de rota, oportunidade em que o eleitor fez opção pela experiência, competência, segurança e, principalmente, por um currículo já muito bem conhecido e testado. O Estado do Piauí precisa dessa pluralidade no exercício do poder - que é essencial para a democracia -, fluxo de opiniões e ampliação do debate público. E, como sabemos, Teresina sempre garantiu esse ponto de inflexão na política piauiense. Nesse contexto, podemos dizer de forma cristalina: Viva Teresina!
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Osvaldo De Deus Ferreira é jornalista - nas redes sociais.
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